Cometas



Créditos Giotto, ESA - Núcleo do cometa Halley
Ao contrário do que sucede com outros corpos celestes no Sistema Solar, as pessoas já tinham conhecimento dos cometas desde os tempos antigos. Os chineses têm registos da passagem do cometa Halley que remontam ao ano 240 AC. A palavra cometa tem origem no termo grego ‘estrela com cabeleira’, pois pensava-se que os cometas eram estrelas com uma cabeleira...

Muitos dos astrónomos dos séculos XVI e XVII pensavam que os cometas eram avistados uma única vez e se moviam na atmosfera terrestre, mas Tycho Brahe mostrou que estavam mais longe que a Lua. Além disso, Edmund Halley estudou os cometas e desenvolveu uma teoria sugerindo que os corpos celestes avistados em 1531, 1607 e 1682 eram o mesmo objecto, prevendo que voltaria a ser avistado em 1758. Apesar de ter morrido 16 anos antes do cometa voltar, este recebeu o seu nome, sendo hoje o cometa mais famoso. Newton descobriu que os cometas se movem em órbitas elípticas em torno do Sol com um período constante, pertencendo portanto ao Sistema Solar.

De cada vez que o cometa se aproxima do Sol, liberta-se uma parte das poeiras e dos gelos, pelo que o cometa se transformará num simples asteróide quando todo o material volátil se tiver libertado, deixando de se observar os efeitos que lhe dão tanta beleza.


Créditos ESA. Técnicos testando a sonda Rosetta
Os cometas são constituídos por três partes principais: núcleo, coma e cauda. O núcleo é consituído por um interior rochoso e por uma camada exterior à base de gelos e poeiras e que no total não ultrapassa os 10km de diâmetro. Quando se aproximam do Sol, os cometas aumentam a sua actividade termodinâmica e forma-se uma nuvem de material difuso, a que se chama coma. O núcleo e o coma constituem a ‘cabeça’ do cometa. À medida que se aproxima do Sol, a libertação de poeiras e materiais voláteis deixa um rasto ao longo da trajectória do cometa, que se designa por cauda. A cauda pode estender-se por milhões de quilómetros. Habitualmente forma-se uma outra cauda que aponta sempre na direcção do Sol e que é provocada pelo vento solar, sendo composta por partículas carregadas, formando um plasma, e é mais ténue. Quando o cometa está muito afastado do Sol apenas tem núcleo e pode ter o aspecto de um simples asteróide.







Créditos Space Watch. Cometa Halley



Créditos R.Lingustri, Itália. Cometa Churyumov-Gerasimenko
Os cometas são os objectos mais primitivos no Sistema Solar. Muitos cientistas acreditam que estes corpos celestes possam conter o registo dos processos físicos e químicos que ocorreram durante a fase inicial da evolução do Sol e dos planetas. A abundância de materiais voláteis em cometas mostra que estes se mantiveram sempre a temperaturas muito baixas, o mesmo é dizer longe do Sol, representando assim a impressão digital da ‘nuvem’ de gás que deu origem ao Sistema Solar. O nosso conhecimento dos cometas aumentou consideravelmente nos últimos vinte anos. Os pontos mais marcantes no conhecimento de cometas e asteróides foram atingidos quando as sondas Giotto, da ESA, e Vega, da Rússia, passaram próximo do cometa Halley. A sonda Galileo da NASA passou próximo do asteróide Gaspra, quando se dirigia a caminho de Júpiter. Durante o mesmo período, observações com telescópios localizados na Terra e pelo Hubble Space Telescope permitiram concluir que não existe uma clara diferença entre cometas e asteróides. De facto, os asteróides exteriores mostram semelhanças com os núcleos de cometas quando estes são observados longe do Sol. Além disso, os cometas de baixo período devem tornar-se asteróides assim que toda a sua massa gasosa seja libertada...