O peculiar movimento orbital de Mercúrio é finalmente explicado

2004-06-28
O movimento de Mercúrio em torno do Sol só foi bem determinado em 1965, através de medições realizadas com o radiotelescópio de Arecibo, por G. Pettengill e R. Dyce (Universidade de Cornell, EUA). Surpreendentemente, verificou-se que Mercúrio está em ressonância spin-órbita 3/2, ou seja, Mercúrio efectua exactamente três voltas completas em torno do seu eixo por cada duas voltas completas na sua órbita em torno do Sol. Embora a estabilidade deste movimento invulgar tenha sido explicada pouco tempo depois, ficou por demonstrar como é que a rotação de Mercúrio evoluiu para esta configuração peculiar. Num artigo publicado na revista Nature, o investigador português Alexandre Correia (Universidade de Aveiro) e o seu colaborador francês Jacques Laskar (Observatório de Paris) provam que, quando se leva em conta o movimento caótico da órbita de Mercúrio, a sua captura na ressonância spin-órbita 3/2 é a rotação final mais provável.
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O passado violento da galáxia gigante M 87

2004-06-23
Imagens de longa exposição obtidas pelo observatório de raios-X Chandra (NASA), juntamente com observações nas frequências de rádio, forneceram sinais evidentes da ocorrência de erupções repetitivas na vizinhança do buraco negro de massa elevadíssima da gigantesca galáxia elíptica M 87. Anéis magnetizados, bolhas, plumas e jactos atingindo dimensões que podem ir desde alguns milhares até algumas centenas de milhar de anos-luz, apontam para a presença de uma violenta actividade que dura centenas de milhões de anos.
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Azoto molecular detectado fora do Sistema Solar pela primeira vez

2004-06-23
Uma equipa de investigadores da Universidade Johns Hopkins (EUA) utilizou dados do satélite de ultravioletas FUSE (NASA) para detectar, pela primeira vez, azoto molecular no espaço interstelar. É o primeiro estudo, fora do Sistema Solar, do comportamento do quinto elemento mais abundante no Universo. A descoberta promete aumentar o nosso conhecimento, não só das regiões densas entre as estrelas, como também da própria origem da Terra.
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Astrónomos assistem à queda de um cometa numa estrela muito jovem

2004-06-21
Observações realizadas com o Telescópio Hobby-Eberly, de 9,2 m, no Observatório McDonald (Texas), reuniram evidências da queda de um corpo cometário, com um diâmetro de pelo menos 100 km, para dentro de uma estrela jovem e de massa elevada. Esta descoberta é importante porque é a estrela mais jovem observada até hoje onde um corpo cometário caiu. A estrela, LkHα 234, é uma estrela Herbig Be, com seis vezes a massa solar e apenas 100 000 anos. Esta detecção indica que corpos sólidos de 100 km de extensão podem formar-se muito cedo à volta de uma estrela.
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O famoso Rectângulo Vermelho

2004-06-17
O famoso Rectângulo Vermelho, uma nebulosa peculiar até agora só observada por telescópios em Terra, foi alvo do Telescópio Espacial Hubble (NASA/ESA). As imagens revelaram uma estrutura invulgar, em forma de “X”, que consiste em dois fluxos de matéria, em sentidos opostos, em forma cónica. O padrão em “degraus” pode ser interpretado como tratando-se de uma série de anéis de matéria expelida pela estrela, vistos de perfil. Observa-se ainda um disco de poeira à volta da estrela central, que poderá ser responsável pela estranha estrutura desta nebulosa.
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Observações da galáxia activa NGC 1068 revelam pormenores da região próxima do buraco negro central

2004-06-16
Novas observações realizadas com o instrumento MIDI, instalado no interferómetro VLTI (ESO), permitiram ver alguns detalhes da região mais próxima do buraco negro central da galáxia activa NGC 1068. Os novos resultados mostram uma configuração de poeira quente, a cerca de 50°C, em forma de um toro, distribuída por 11 anos-luz de diâmetro e 7 anos-luz de espessura, com uma zona interior central mais quente, a cerca de 500°C, com cerca de 2 anos-luz de diâmetro. As imagens e os espectros foram obtidos no infravermelho térmico com interferometria de longa linha de base e alcançaram uma resolução máxima de 0,013 segundos de arco, que corresponde a cerca de 3 anos-luz à distância de NGC 1068.
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VLT testemunha choque numa família de galáxias

2004-06-15
Imagens obtidas com o instrumento VIMOS, num dos telescópios de 8,2 m do VLT (ESO), mostram uma família de três galáxias - NGC 6769, 6770 e 6771 - a sofrer fortes interacções gravitacionais. Os pormenores das imagens revelam a acção destruidora resultante das galáxias terem-se aproximado demais umas das outras: gás e estrelas foram arrancados para o exterior das suas galáxias; detectam-se pontes entre as galáxias; faixas de poeira atravessam uma das galáxias; o disco de uma das galáxias está distorcido. Mas as imagens também testemunham o surto de novas estrelas resultante deste encontro próximo.
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Novas descobertas sobre jactos de buracos negros

2004-06-11
Após observações realizadas ao longo de um ano com o telescópio espacial de raios-X Chandra (NASA), cientistas do Instituto de Tecnologia do Massachussetts (MIT, EUA) descobriram que os jactos produzidos por buracos negros podem ser originados em regiões cinco vezes mais próximas do buraco negro do que se pensava. As observações realizadas permitiram registar com maior detalhe a forma como estes jactos de partículas relativistas se modificam ao longo do tempo e em função da distância ao buraco negro. Este tipo de informação constitui uma nova técnica de determinação das massas dos buracos negros.
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O trânsito de Vénus no próximo dia 8 de Junho

2004-06-03
No próximo dia 8 de Junho, Vénus passará em frente ao Sol, quando observado da Terra. Este evento, chamado trânsito de Vénus, é muito raro: o último ocorreu em 1882! No Norte de Portugal Continental, o trânsito poderá ser observado inteiramente; o resto do país só perderá os instantes iniciais. Observar este evento será um privilégio, uma vez que a próxima oportunidade de observar este fenómeno em Portugal será em 2125, uma vez que os trânsitos de 2012 e 2117 não são visíveis no nosso país. O interesse científico deste evento esteve historicamente ligado à determinação da distância da Terra ao Sol; actualmente, é uma oportunidade de testar métodos de detecção de planetas extra-solares pelo método do trânsito. Muitas iniciativas educativas estão a ser organizadas, a nível mundial, para a observação deste trânsito.
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