Os astrónomos e amantes das estrelas costumam virar imediatamente a página quando se confrontam com uma frase do tipo: "Graças a um alinhamento favorável dos astros...".
Porém, é mesmo isso, um alinhamento favorável da Terra, da Lua e do Sol, que fará com que nas primeiras horas do dia 28 de Outubro de 2004, a Terra lance a sua sombra sobre a brilhante face da Lua cheia. Menos prosaico e polémico seria dizer simplesmente: Nesse dia temos um eclipse total da Lua.

Com o eclipse da Lua no dia 28 de Outubro de 2004 termina uma sequência de quatro eclipses lunares sucessivos, todos visíveis em Portugal. Tal sequência já não se verifica há mais de 50 anos e será preciso esperar outros tantos anos para se repetir o mesmo (em 2050/51). Depois de Portugal e a maior parte da Europa ter gozado o eclipse em Outubro, teremos uma época de seca, no que respeita os eclipses lunares. Alias, o ano 2005 apenas conta com um único eclipse da Lua e este não será visível em Portugal.

Bem visto e calculado ao pormenor, o próximo eclipse lunar observável em Portugal, após o de Outubro, apenas ocorre no dia 7 de Setembro de 2006. Este será um eclipse parcial e visível apenas durante a fase final. O próximo eclipse total da Lua inteiramente apreciável em terras lusitanas será no dia 3 de Março de 2007. Portanto, desde que o tempo permite e o cansaço não seja muito, convém aproveitar este eclipse da Lua antes do grande intervalo.

Sendo um eclipse da Lua um evento relativamente frequente mas não vulgar, este tema do mês aprofunda algumas questões ligadas a este fenómeno.


Ao longo das próximas semanas vamos apresentar os seguintes temas:

• Olha, que estranha está a Lua!
• Poluição umbral, um efeito muito desejado
• Sabia, que...
• Saros, que Saros?
• Perpetuar um eclipse lunar

Autoria:

Grom D. Matthies
UAA-União de Astronomia e Astrofísica