A Música das Esferas

Andreas Cellarius, Harmonia Macrocosmica, Amsterdam, 1660. As fases da Lua explicadas de acordo com a sua posição em relação ao Sol e à Terra.
Durante séculos, filósofos e artistas imaginaram o universo como um mecanismo perfeitamente organizado segundo regras que podiam ser apresentadas tanto matemática como musicalmente. As certezas da religião em relação a uma tal harmonia divina dificultaram a vida de pensadores como Galileu e Giordano Bruno. A procura de ligações entre as diversas áreas do pensamento atrasou muitas vezes o avanço da ciência, mas também foi o desejo de encontrar tais ligações que acabou por ser a base emocional que conduziu alguns cientistas a resultados importantes, como aconteceu com Kepler, ao tentar compreender a música das esferas a partir do movimento dos planetas.

Ao longo de quatro semanas vamos apresentar os seguintes temas:


Autoria:

Carlota Simões
Departamento de Matemática
Universidade de Coimbra



Referências:

[1] Joscelyn Godwin, Music and the Occult, University of Rochester Press, New York, 1995.
[2] Jamie James, The Music of the Spheres: music, science and the natural order of the universe, Copernicus, Springer-Verlag, New York, 1993.
[3] Alexander Roob, Alquimia e Misticismo, Taschen, Colónia, 1997.
[4] Carl Sagan, Cosmos, Gradiva, Lisboa, 1984.
[5] Bruce Stephenson, The Music of the Heavens, Kepler’s Harmoni Astronomy, Princeton University Press, New Jersey, 1994.

Este texto baseia-se numa comunicação apresentada no dia 10 de Novembro de 2000 no Pólo de Viseu da Universidade Católica Portuguesa e foi publicado na revista Educação e Matemática da Associação de Professores de Matemática, n.º 60, Novembro-Dezembro de 2000.