Atmosfera de Júpiter



Esta images mostra uma tempestada, a nuvem branca, muita alta, na imagen a esquerda. Algumas horas depois, visto de lado nocturo do planeta, no posição da nuvem branca a Galileo captou relâmpagos, geridos na nuvem. Crédito: NASA
Graças às imagens e espectros da Galileo (e mais recentemente da Cassini também), obtivemos uma melhor compreensão da circulação e composição atmosférica.

No âmbito da minha tese de doutoramento e posteriormente trabalhei sobre a composição da atmosfera, tentando determinar a quantidade e a distribuição do vapor de água na atmosfera. A quantidade total de vapor de água é, como as abundâncias dos elementos nobres e outros elementos (por exemplo o metano), importante para entender a formação e evolução do planeta. No entanto, o módulo deixou esta questão em aberto.

Devido ao local muito pouco representativo em que entrou mediu uma atmosfera muito seca. No entanto, com os dados dos instrumentos da Galileo (espectroscopia), também não é possível tirar conclusões finais. Para uma descrição mais em pormenor deste trabalho, sugiro a consulta do Tema do Mês de Maio de 2002.

Ao nível meteorológico, aprendemos que a atmosfera é muito heterogénea, também a uma escala pequena (alguns quilómetros) e é muito dinâmica: está sempre a mudar de aspecto.


Na atmosfera de Júpiter há ciclones e anti-ciclones. Os dois Ovais Brancos formaram nos anos 30, a Sul da Grande Mancha Vermelha. No meio se encontra um anti-ciclone. Clique na imagem para ver uma animação. Crédito: NASA
Quando olhamos para Júpiter, vemos bandas mais escuras e mais claras. Nestas bandas existem ventos zonais muito fortes. De uma banda para a outra, a direcção destes ventos inverte. Na zona de inversão têm origem turbilhões, que são muito energéticos. É nestas zonas, e perto delas, que observamos nuvens de tempestade com relâmpagos! É provável que estes turbilhões sejam a fonte principal de energia para manter os ventos zonais e para manter estruturas como a Grande Mancha Vermelha.

Relativamente à composição das nuvens, recentemente foi possível detectar com certeza a presença de cristais de amoníaco, supostos componentes da primeira camada de nuvens.