Descrição
A sonda europeia Mars Express. Crédito: Ilustração por Medialab, ESA 2001.
Mars Express
As observações da Mars Express incluirão a observação da atmosfera, da superfície, e do subsolo marciano. Para tal, a missão está equipada com 6 instrumentos: uma câmara de alta resolução capaz de produzir imagens com detalhes até 2m, três espectrómetros capazes de determinar a composição da superfície e da atmosfera marcianas com elevada precisão, um analisador de partículas capaz de detectar o escape de gases para o espaço exterior, em particular o vapor de água (crê-se que uma parte da água inicialmente presente em Marte poderá ter escapado do planeta devido à sua fraca gravidade), e finalmente um sistema de radar semelhante ao utilizado na Terra para a prospecção de petróleo e detecção de minas em zonas de guerra, que poderá em Marte verificar pela primeira vez a existência (ou não) de bolsas de água subterrâneas, a qual seria uma descoberta de contornos verdadeiramente históricos para as ciências planetárias, para a eventual exploração humana do Sistema Solar e para um maior conhecimento sobre a origem da vida.
Beagle2
Visão artística do módulo Beagle2 na superfície de Marte. Todos os direitos reservados por Beagle2.com
Dentro da estrutura exterior da Beagle2, que foi concebida pela construtora de Formula 1 McLaren (e que mais parece uma tarte quando acoplada à Mars Express...), encontram-se nada menos de 10 instrumentos, incluindo um microscópio, duas câmaras de televisão, dois espectrómetros, um sistema de análise de gases com 12 minúsculos fornos para verificar a libertação de gases de amostras quando aquecidas na presença de oxigénio.
A questão da água
Terrenos estratificado na zona de Candor Chasma. Crédito: NASA/JPL/MSSS.
Estando estabelecida uma fortíssima correlação entre a água líquida e a explosão de formas de vida existente na Terra, as probabilidades de se vir a encontrar outras formas de vida fora do nosso planeta disparam caso se venha a descobrir água em grande quantidade no planeta vermelho, ou na lua Europa, de Júpiter.
A partir daí, torna-se inevitável um rol de perguntas (o que é, aliás, típico dos cientistas...), com origem numa só: será que existe vida nos locais onde há água?
Se não, porquê? Que outras condições têm tamanha influência para impedir a existência de vida num local onde a água abunda? Se sim, que formas de vida são essas? São semelhantes ou não às formas de vida que se encontram na Terra? Se não, que origem poderão ter tido, quando, e em que possível ambiente? Como se comportam? Como devemos alterar a nossa forma de ver o Universo, sabendo que podem ou não ser feitos dos mesmos componentes básicos? Em que medida estas formas de vida poderão ameaçar seres vivos terrestres? Poderá haver ainda outras formas de vida ainda mais exóticas? Intermédias entre a terrestre e a encontrada? Iguais a uma delas? Porquê, como, onde? Se sim, têm a mesma origem inicial, ou desenvolveram-se da mesma forma embora independentemente? Qual é essa origem, a Terra, o local onde se encontrou a nova forma de vida, os cometas, outra fonte ainda desconhecida? Que implicações existem para a detecção de vida noutros locais? Onde procurar? Como procurar?
Para responder estas perguntas, serão certamente necessárias outras missões no futuro, concerteza mais completas, mas também mais baratas, leves e avançadas do que as actuais, tal como a Beagle2 poderá, espera-se, exemplificar. E assim, à imagem da nossa curiosidade, se prolongarão num futuro longínquo as missões de exploração do espaço.
Porque a curiosidade humana não é, propriamente, limitada...