Júpiter, o planeta dos amadores

Júpiter, fotografado com um telescópio de 254mm de diâmetro e uma câmara CCD refrigerada. Crédito: António Cidadão.
Não é por acaso que Júpiter é habitualmente denominado “planeta dos amadores”. Bem posicionado para observação durante largos meses em cada ano, o seu brilho torna-o facilmente reconhecível à vista desarmada. Um simples binóculo revela um minúsculo disco achatado e os quatro satélites galileanos, e qualquer pequeno telescópio permite começar a explorar a atmosfera Joviana, colorida e extremamente dinâmica. Visualmente, ou de preferência através da obtenção de imagens com uma banal “webcam”, qualquer pessoa pode familiarizar-se com a morfologia de Júpiter. Com algum treino, será capaz de seguir a rotação do planeta ou a infindável “dança” dos seus satélites e, progressivamente, aperceber-se da profusão de fenómenos atmosféricos que se sobrepõem ao clássico padrão alternado de regiões claras e escuras paralelas ao equador. Alguns destes fenómenos, por vezes óbvios e potencialmente importantes, ocorrem em poucos dias. Outros, mais lentos, serão apenas reconhecidos comparando observações efectuadas em anos sucessivos. Outros ainda serão somente demonstrados através de filtros específicos, nomeadamente no infravermelho ou no ultravioleta. De qualquer maneira, quer se trate de um espectador ocasional ou sistemático, utilizando equipamento modesto ou mais sofisticado, um fascínio muito especial e uma certeza estão sempre associados à observação do planeta Júpiter. De facto, a “próxima” sessão de observação mostrará seguramente algo de “novo”. A Grande Mancha Vermelha poderá ou não estar posicionada no hemisfério Joviano visível a partir da Terra, uma ou várias sombras dos satélites poderão estar a ser projectadas sobre o disco planetário ou, ainda, poderá estar a ocorrer em Júpiter uma interacção entre tempestades com a dimensão do nosso planeta.

Ao longo de quatro semanas vamos apresentar os seguintes temas:


Autoria:

António Cidadão
Membro da APAA (Associação Portuguesa de Astrónomos Amadores), BAA (British Astronomical Association) e ALPO (Association of Lunar and Planetary Observers).