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O enxame aberto Haffner 18

Ditos

"Através do estudo da órbita de Marte ou vamos chegar aos segredos da astronomia ou para sempre permanecer na sua ignorância. "
- Johannes Kepler


Espreitar os nossos vizinhos

2007-01-12
De uma estação de serviço implantada num asteróide, aprecio um majestoso sistema planetário que desfila em torno da estrela 18 Scorpii, uma estrela do mesmo tipo do nosso Sol, situada na constelação do Escorpião. Para conseguir admirar este conjunto de planetas tive que viajar (graças à minha imaginação) até bem perto destes corpos, mas da Terra com os actuais telescópios e as actuais técnicas de análise estes mesmos corpos muito dificilmente se conseguiriam observar.

Os telescópios espaciais e terrestres que têm contribuído para a descobertas de planetas situados fora do sistema solar, os chamados exoplanetas, são capazes de observar na melhor das hipóteses, mesmo aplicando técnicas de análise complexas, planetas pouco inferiores a 10 vezes o tamanho da Terra. A massa do mais pequeno exoplaneta observado até hoje, catalogado como OGLE-2005-BLG-390Lb, estima-se em cerca de 5 vezes e meia a massa da Terra.

No passado dia 28 de Dezembro, foi lançado do Cazaquistão o satélite COROT (COnvection, ROtation et Transits planétaires) do CNES (Centre National d’Etudes Spatiales) que terá como missão principal detectar exoplanetas de tamanho comparável ao da Terra, espera-se que este instrumento permita descobrir exoplanetas cuja massa seja inferior à do OGLE-2005-BLG-390Lb, até uma vez e meia a massa da Terra. Os exoplanetas destas dimensões são planetas rochosos, ao contrário da grande maioria dos exoplanetas descobertos até hoje, que são planetas muito maiores do que a Terra, essencialmente gasosos, possuindo um pequeno núcleo rochoso como Júpiter, Saturno, Úrano ou Neptuno.

Pensa-se que nos planetas do tipo rochoso, como a Terra, a probabilidade de existir vida como a conhecemos seja muito maior, daí o interesse de estudar preferencialmente este tipo de corpos. Estimativas actuais apontam para que 9 em cada 10 planetas existentes no Universo sejam planetas rochosos, o que significa que a probabilidade de existir vida no Universo como a conhecemos é muito maior do que se pensava. No entanto, através das descobertas a realizar pelos novos instrumentos, como o COROT ou o futuro telescópio James Webb que substituirá o telescópio Hubble, poderemos saber muito mais sobre a verdadeira proporção de planetas rochosos como a Terra no Universo. A probabilidade de existir vida será sempre proporcional.