AVISO
Imagem do Dia
Remanescente de supernova DEM L71
Ditos
"Através do estudo da órbita de Marte ou vamos chegar aos segredos da astronomia ou para sempre permanecer na sua ignorância. "- Johannes Kepler

O rugido do leão
2015-11-06
13.Nov.-19.Nov 2015 (Portugal)
O destaque da semana é indubitavelmente a proliferação de leõezinhos. Sendo o tema de foro astronómico, obviamente não estaremos a falar do aumento do número de felinos nas savanas africanas ou dos seus coitados familiares em cativeiro, mas sim, da chuva de meteoros cujo ponto de origem, o radiante, aparente vir da constelação do Leão. Devido a posição do radiante, esta chuva de meteoros é conhecida como Leónidas.
As Leónidas produzem tipicamente entre 10-15 meteoros por hora, o que não são muitos para ser franco. Todavia, por graça da composição do seu progenitor, os vários rastos de poeiras e pedrinhas (meteoroides) deixados pelo cometa Tempel-Tuttle nas suas diversas passagens atravessando a órbita da Terra, costumam produzir meteoros de grande calibre. Enquanto a maioria das chuvas de meteoros ao longo do ano produzem rastos de pouco brilho e curta duração, as Leónidas tendem criar rastos mais luminosos, frequentemente até as assim chamadas bolas de fogo ou bólides. Essas sim, vale mesmo a espera noturna para as ver. O efeito visual de uma bola de fogo, quando acompanhado ao vivo, é fascinante e tipicamente motivo para uma produção copiosa de adrenalina, serotonina e endorfina, resultando numa ligeira agitação e sensação de elevada felicidade.
Um meteoro das Perseidas cria um rasto de ar ionizado luminoso enquanto passa pela nossa atmosfera. Captada a partir da estação espacial internacional em agosto 2011. Crédito: NASA (Ref. da imagem: ISS028-E-24847)
Este ano, a previsão aponta para um pico de atividade na noite de terça-feira, dia 17 às 21h. Apesar de essa ser boa hora para olhar para o céu a partir das terras lusas, o nosso pedacinho de terra anexa ao continente Europeu está infelizmente virado para o lado oposto ao ponto de penetração dos meteoros. Digamos, se a terra fosse um carro em andamento, na melhor altura das Leónidas, estamos sentados de costas sobre a bagageira do dito carro. Portanto, perdemos todo o espetáculo.
Os meteoros das Leónidas penetrando a atmosfera terrestre vistos a partir da órbita. A imagem é a soma de várias fotografias captadas pela câmara CCD do satélite MSX, cuja tarefa era monitorizar o lançamento de mísseis balísticos. (1997) Crédito: P. Jenniskens (NASA/Ames, SETI Inst.) et al., APL, UVISI, MSX, BMDOA partir da meia-noite a situação melhora consideravelmente e na madrugada do dia 18 até podemos ter a sorte de presenciar um segundo pico de atividade. Na noite do dia 18, quarta-feira, também vale a pena observar.
Para observar, basta paciência e estar confortavelmente sentado e agasalhado e olhar para qualquer parte do céu. De madrugada, aproveita-se ainda uma vista fantástica para uma enorme linha quase direita de luzes brilhantes no lado leste. Esta fila de luzes é, contada a partir de cima, a estrela Régulo na constelação do Leão, o ponto de onde as Leónidas aparentem provir, os planetas Júpiter, Marte e Vénus e, depois das 5h da manhã, ainda a Espiga, a estrela principal da constelação Virgem. Nesses dois dias (17 e 18), a lua crescente mergulha no horizonte por volta das 22 e 23 horas e não incomodará a caça aos meteoros.
Fotografar um meteoro? Coloque a câmara com disparador remoto sobre um tripé, feche o diafragma ao máximo (p.ex. f/32) e coloque o obturador em exposição contínua (B). Não excede um tempo de 3 minutos. Se possível ajuste a sensibilidade da câmara para 200 ou 400 ISO. Experimenta e logo que avista um meteoro, feche o obturador e começa nova exposição. Câmaras digitais sem disparador podem tirar sequências contínuas de imagens de 30 segundos, o que também serve, mas rapidamente pode encher a memória. Boa sorte.
Pergunta do mês
A pessoa procurada viveu entre o século XVIII e XIX. Ele era monge e nem percebia grande coisa da astronomia quando se dedicou a construir o observatório astronómico mais a sul da Europa. A sua intenção era completar os catálogos estelares com posições exatas das estrelas que no norte da Europa não chegavam acima do horizonte. Porém, no primeiro dia após a passagem de ano e do século, descobriu um planeta que tantos astrónomos procuravam há anos. A sua descoberta mudou consideravelmente a noção sobre o sistema solar. Quem foi o monge que, em vez de curar os efeitos posteriores a uma festa de passagem de ano, preferiu ficar colado a um telescópio?
Envie a sua resposta para nov2015@astronomia.pt. Entre todas as respostas corretas é sorteado um conjunto de postais com imagens de objetos do céu profundo. A alternativa ideal aos habituais postais de boas festas. (data limite 1.Dez.2015 Todas as nossas decisões são finais).
O destaque da semana é indubitavelmente a proliferação de leõezinhos. Sendo o tema de foro astronómico, obviamente não estaremos a falar do aumento do número de felinos nas savanas africanas ou dos seus coitados familiares em cativeiro, mas sim, da chuva de meteoros cujo ponto de origem, o radiante, aparente vir da constelação do Leão. Devido a posição do radiante, esta chuva de meteoros é conhecida como Leónidas.
As Leónidas produzem tipicamente entre 10-15 meteoros por hora, o que não são muitos para ser franco. Todavia, por graça da composição do seu progenitor, os vários rastos de poeiras e pedrinhas (meteoroides) deixados pelo cometa Tempel-Tuttle nas suas diversas passagens atravessando a órbita da Terra, costumam produzir meteoros de grande calibre. Enquanto a maioria das chuvas de meteoros ao longo do ano produzem rastos de pouco brilho e curta duração, as Leónidas tendem criar rastos mais luminosos, frequentemente até as assim chamadas bolas de fogo ou bólides. Essas sim, vale mesmo a espera noturna para as ver. O efeito visual de uma bola de fogo, quando acompanhado ao vivo, é fascinante e tipicamente motivo para uma produção copiosa de adrenalina, serotonina e endorfina, resultando numa ligeira agitação e sensação de elevada felicidade.

Um meteoro das Perseidas cria um rasto de ar ionizado luminoso enquanto passa pela nossa atmosfera. Captada a partir da estação espacial internacional em agosto 2011. Crédito: NASA (Ref. da imagem: ISS028-E-24847)
Este ano, a previsão aponta para um pico de atividade na noite de terça-feira, dia 17 às 21h. Apesar de essa ser boa hora para olhar para o céu a partir das terras lusas, o nosso pedacinho de terra anexa ao continente Europeu está infelizmente virado para o lado oposto ao ponto de penetração dos meteoros. Digamos, se a terra fosse um carro em andamento, na melhor altura das Leónidas, estamos sentados de costas sobre a bagageira do dito carro. Portanto, perdemos todo o espetáculo.

Os meteoros das Leónidas penetrando a atmosfera terrestre vistos a partir da órbita. A imagem é a soma de várias fotografias captadas pela câmara CCD do satélite MSX, cuja tarefa era monitorizar o lançamento de mísseis balísticos. (1997) Crédito: P. Jenniskens (NASA/Ames, SETI Inst.) et al., APL, UVISI, MSX, BMDO
Para observar, basta paciência e estar confortavelmente sentado e agasalhado e olhar para qualquer parte do céu. De madrugada, aproveita-se ainda uma vista fantástica para uma enorme linha quase direita de luzes brilhantes no lado leste. Esta fila de luzes é, contada a partir de cima, a estrela Régulo na constelação do Leão, o ponto de onde as Leónidas aparentem provir, os planetas Júpiter, Marte e Vénus e, depois das 5h da manhã, ainda a Espiga, a estrela principal da constelação Virgem. Nesses dois dias (17 e 18), a lua crescente mergulha no horizonte por volta das 22 e 23 horas e não incomodará a caça aos meteoros.
Fotografar um meteoro? Coloque a câmara com disparador remoto sobre um tripé, feche o diafragma ao máximo (p.ex. f/32) e coloque o obturador em exposição contínua (B). Não excede um tempo de 3 minutos. Se possível ajuste a sensibilidade da câmara para 200 ou 400 ISO. Experimenta e logo que avista um meteoro, feche o obturador e começa nova exposição. Câmaras digitais sem disparador podem tirar sequências contínuas de imagens de 30 segundos, o que também serve, mas rapidamente pode encher a memória. Boa sorte.
Pergunta do mês
A pessoa procurada viveu entre o século XVIII e XIX. Ele era monge e nem percebia grande coisa da astronomia quando se dedicou a construir o observatório astronómico mais a sul da Europa. A sua intenção era completar os catálogos estelares com posições exatas das estrelas que no norte da Europa não chegavam acima do horizonte. Porém, no primeiro dia após a passagem de ano e do século, descobriu um planeta que tantos astrónomos procuravam há anos. A sua descoberta mudou consideravelmente a noção sobre o sistema solar. Quem foi o monge que, em vez de curar os efeitos posteriores a uma festa de passagem de ano, preferiu ficar colado a um telescópio?
Envie a sua resposta para nov2015@astronomia.pt. Entre todas as respostas corretas é sorteado um conjunto de postais com imagens de objetos do céu profundo. A alternativa ideal aos habituais postais de boas festas. (data limite 1.Dez.2015 Todas as nossas decisões são finais).