A vida breve mas dramática da Região Activa 9393
A luz proveniente do disco luminoso que estamos habituados a ver no céu, e que identificamos com o Sol, tem a sua origem numa faixa de apenas 300 km de espessura, a fotosfera. A fotosfera representa por isso apenas uma pequena parte do Sol: do centro do Sol até à fotosfera vão cerca de 700 mil km. Estudar o Sol é como tentar interpretar um quebra-cabeças ao qual faltam muitas peças. Num quebra-cabeças tradicional tentam encaixar-se peças que apresentam motivos semelhantes: porções do céu, dum curso de água, dum bosque, etc. O Sol exige algo desse género: um dos passos fundamentais é distinguir no Sol zonas com propriedades físicas claramente distintas. Isto conduz a um modelo do Sol "em camadas", constituído por seis grandes zonas:
Núcleo, a região central, onde ocorrem as reacções nucleares que
produzem a energia que acaba por ser libertada à superfície.
Neste tema do mês vamos falar sobre um dos fenómenos mais característicos da
fotosfera, as mancha solares. Embora sejam uma estrutura fotosférica, as
manchas solares nascem muito abaixo, na fronteira entre as zonas radiativa e
convectiva. Por outro lado, a influência das manchas solares estende-se muito para além
da superfície do Sol, podendo perturbar o espaço na vizinhança da Terra e mesmo
muito para além disso. Vamos acompanhar de forma detalhada a vida breve mas muito activa
da maior mancha solar dos últimos 10 anos. Nas próximas semanas irão ser abordados os
seguintes aspectos:
Autoria: Dalmiro Maia Investigador do Observatorio Astronomico do Porto |