As manchas solares são a marca na superfície do Sol de grandes arcos magnéticos que nascem muito abaixo da fotosfera, na fronteira entre as zonas radiativa e convectiva. Menos densas que regiões circundantes, estas estruturas magnéticas sobem rapidamente até à superfície, num processo ilustrado na animação ao lado.

Acima da fotosfera as condições mudam muito rapidamente, e na coroa as temperaturas excedem o milhão de graus Celsius. A estas temperaturas o gás electrificado, designado plasma, que preenche a coroa, emite ,de forma significativa, luz nas ragiões dos raios-X e ultravioleta extremo. Os arcos magnéticos acima da região activa 9393 são por isso claramente visíveis nesta imagem do Sol na banda do ultravioleta-extremo.

A energia contida nos arcos magnéticos pode ser libertada de forma explosiva aquecendo os plasmas da coroa solar a muitos milhões de graus. A animação ao lado ilustra este fenómeno, que resulta daquilo a que se chama reconexão magnética, um processo através do qual os campos magnéticos do Sol se simplificam, libertando grandes quantidades de energia nas bandas dos raios-X (fulgurações) e expelindo grandes quantidades de matéria a velocidades de alguns milhões de km por hora (as expulsões de matéria coronal).

A fulguração mais notável do presente ciclo solar ocorreu na regiaão activa 9393 no dia 2 de Abril de 2001 às 21:51. esta foi a maior fulguração desde que se começaram a registar as emissões em raios-x em 1976. Pode assistir a um filme mpeg em que a deflagração é bem visível (a RA9393 encontrava-se próximo do bordo direito da imagem) aqui.

As fulgurações não são no entanto o fenómeno mais espectacular na coroa solar, as expulsões de matéria coronal, quer pelas suas dimensões, quer pelo imapacto que podem ter na vizinhança da Terra são conseguem ser de certa forma muito mais imperssionantes. Na próxima semana iremos abordar esse fenómeno.