O que há em Marte?
Imagem artística do globo de Marte no presente (à esquerda) e há 3500 milhões de anos (à direita). Créditos: Space4Case.
Várias são as missões espaciais pensadas com o propósito de resolver o grande enigma marciano; ao fim das já 38 dirigidas a este planeta (entre as bem sucedidas e as falhadas) ninguém consegue ainda responder de forma clara ao que todos esperam.
Identificaram-se “apenas” traços da existência prévia de água líquida assim como de eventuais condições favoráveis, no passado, à existência de vida. No entanto, muito se tem descoberto acerca da evolução geológica e geofísica de um planeta telúrico; a existência de um campo magnético peculiar, de um vulcanismo com dimensões que desafiam o nosso conhecimento e de registos sedimentares que implicam taxas de formação e de erosão superiores aos domínios existentes na Terra. É sobre estes três conteúdos que se vai focar este Tema do Mês. Na última parte tentaremos compreender porque, apesar do conhecimento cada vez mais profundo da geofísica marciana, continuamos a não obter uma resposta clara às duas questões iniciais.
Ao longo das próximas semanas vamos apresentar os seguintes temas:
- O campo magnético de Marte e a radiação incidente
- O vulcanismo de Marte – ainda activo?
- Registos sedimentares – haverá água?
- Porque persiste o enigma?
Autoria:
Ana Rita Baptista
Institut de Physique du Globe de Paris e Centro de Geociências da Universidade de Coimbra