Objectivos
Ciência
Uma visão da Lua por um telescópio amador.
Com a capacidade de detectar radiação infravermelha de maior comprimento de onda, o espectrómetro SIR será capaz de mapear a distribuição de minerais na superfície lunar, como por exemplo, piroxenos, olivinas ou feldespatos. Fá-lo-á isso com muito mais detalhe do que foi possível fazer com a sonda americana Clementine, que apenas distinguia 6 bandas de infravermelho. O SIR distingue 256 comprimentos de onda, entre 0.9 e 2.4 micrómetros. A mineralogia irá revelar efeitos provocados pela formação de crateras e os Maria lunares. Também poderá ser observada a natureza de camadas internas expostas por fracturas na crosta lunar.
De onde veio a Lua?
A teoria mais aceite na actualidade, no que concerne à formação da Lua, refere um impacto gigante entre um objecto do tamanho de Marte e a Terra no início da formação do sistema Solar, há 4500 milhões de anos. Se esta teoria estiver correcta, a Lua deverá ter uma menor relação entre ferro e elementos mais leves como o magnésio e o alumínio do que a existente na Terra. Ao medir pela primeira vez as quantidades relativas destes elementos, a SMART-1 poderá dar uma contribuição significativa para o esclarecimento desta questão. Estas medições estarão a cargo do espectrómetro de raio-X D-CIXS, que detectará as assinaturas de raio-X emitidas pelos elementos lunares quando excitados pelos raios solares.
Procurar água em crateras escuras
Encontrar água na superfície da Lua seria um passo importante para a criação de futuras bases Lunares. No entanto, para ter sobrevivido, essa água teria de estar na forma de gelo em locais permanentemente escondidos do Sol. Esses locais existem no fundo de crateras nas regiões polares.
Uma das tarefas que se apresentam mais desafiadoras no estudo dos dados da SMART-1 será procurar a assinatura da água nos espectros obtidos pelo instrumento SIR. Este aparelho irá olhar literalmente para o escuro, na perspectiva de poder descobrir um fraco sinal que nos dê evidências da presença de água.