História
Fases da Lua (Museu Nacional de Florença)
No Século XX, com o início da conquista espacial, o facto de a Lua ser o astro mais próximo da Terra, colocou-a de novo como o objecto extraterrestre mais apetecível para Americanos e Soviéticos. Nos anos 50, 60 e 70, cerca de duas dezenas de sondas partiram rumo à Lua. Como resultado destas missões o conhecimento acerca do nosso satélite natural cresceu exponencialmente. Pela primeira vez foi possível obterem-se dados de alta definição sobre a Lua, e as amostras de rochas lunares recolhidas têm sido auxiliares preciosos na formação de gerações de cientistas. No entanto, o espírito competitivo destes empreendimentos, em plena guerra fria, pôs sempre a ciência em segundo plano, sendo prova disso, o facto de que apenas a ultima das missões Apolo tenha levado a bordo um cientista.
Com o fim das missões americanas Apolo e soviéticas Luna a exploração lunar foi abandonada e generalizou-se a ideia de que nada de novo se poderia aprender com a Lua. Este pressuposto é, no entanto, errado, uma vez que os dados recolhidos são muito dispersos e correspondem a áreas muito limitadas; o estudo da Lua é ainda muito importante, pois sendo uma espécie de fóssil do sistema Solar inicial, ainda tem muito para nos revelar sobre essa era remota.
Neste contexto, nos anos 90, diversas agências espaciais de todo o Mundo reavivaram o seu interesse pela Lua. Nessa década, sondas americanas e japonesas voltaram a orbitar a Lua, e muitas outras foram estudadas e serão lançadas no início do Século XXI, incluindo-se nessas a Europeia, SMART-1. As duas sondas americanas, que voaram em 94, e 99, Clementine e Lunar Prospector, mostraram indícios de possíveis depósitos aquíferos nos pólos lunares. A descoberta de água na Lua abriria novas perspectivas quanto à sua possível utilização. Nesse sentido a sua comprovação por missões futuras, incluindo a SMART-1 é de importância fundamental.
Um dos primeiros mapas da Lua, um desenho a olho nu do médico inglês William Gilbert em 1603, mas apenas publicado em 1651 após o advento do telescópio. 400 anos mais tarde, continuamos a explorar! Crédito: ESA.