AVISO
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NGC 7023 - Nebulosa da Íris
Ditos
"A libertação de energia atómica não criou um novo problema. Simplesmente tornou mais urgente a resolução de um já existente."- Albert Einstein
Brotar ou esborrachar, eis a questão
2016-08-04
Se a montanha não vai a Maomé, vai Maomé à montanha.
Nesta elipse, como se pode imaginar, uma montanha em andamento teria um efeito algo esmagador sobre quem estivesse no caminho. Por outro lado, todos os que queiram visitar um monte sagrado bem distante, como naquele caso, veem-se forçados a uma grande caminhada, um exercício prático para combater ou prevenir a obesidade. Nem é preciso ser profeta para chegar a esta conclusão beneficiadora.
Quando, por sua vez, os portugueses chegaram à conclusão que dos únicos vizinhos diretos não vinha nem bom vento nem bom casamento, dizimaram as florestas costeiras, construíram naus e aventuraram-se águas salgadas fora em busca de vizinhos mais amistosos. Semelhante à montanha e o profeta, as descobertas lusas serviam de certo modo para combater a obesidade. Neste caso, não a obesidade instalada no corpo, mas a que se instala na mente quando não há objetivo de vida, nem desafio intelectual. A época de exploração marítima era, portanto, um tempo de inspiração, não só pelos descobrimentos em si, mas por suscitar nos portugueses o espírito das invenções e inovações, tais como o nónio, o astrolábio náutico, as caravelas, a epopeia que rima e outros utensílios e métodos mais ou menos práticos.
Hoje em dia, que nem por terra, nem por mar há espaços por descobrir, a humanidade virou o seu espírito curioso para além do azul no céu, para os astros. Há já algum tempo que se sabe que a Terra vai ser o nosso túmulo se não encontramos um caminho para fora, esse sim é implícito, e um poiso onde possamos ficar...e é aí que estamos ainda um pouco a leste. Somos bons, mas longe de sermos perfeitos, a projetar gente bem alto, para o ar. Somos capazes de construir e enviar sondas robóticas pelo Sistema Solar. Somos, em teoria, capazes de enviar gente corajosa para os planetas e luas, porém, não somos capazes de assegurar que lá chegam com vida. Isto, sem falar do seu regresso, de preferência também com vida.
Para chegar então ao próximo patamar da exploração é preciso ter ideias novas, espírito de inovação e, dado que a matéria envolvida requer pensar além dos padrões convencionais, muita gente empenhada e curiosa para inventar e explorar novos métodos, designs, materiais e resolver quebra-cabeças diversos para manter um punhado de astronautas sãos, de corpo e alma, por longos períodos de tempo. Enfim, a grande meta nem sequer é dar uma volta pelo vácuo e regressar, mas sim, mais cedo ou mais tarde, colonizar.
Seja pela mão humana, seja por intervenção extraterrestre (meteoroides ou divindades punitivas), seja por um cataclismo natural terrestre, quando a humanidade enfrentar repentinamente a sua última hora, convém que haja ainda algures por aí homens e mulheres capazes de perpetuar a nossa espécie.
Onde estão estas pessoas que se irão dedicar a dar os primeiros passos, não noutro planeta, mas neste aqui? Passos de avanço tecnológico, psicológico, biológico, mesmo sociológico, medicinal e por aí fora...onde estão eles? Nas escolas! Estão sentados nos bancos das escolas, entediados, à espera do toque do intervalo, das mensagens entretanto acumuladas no telemóvel, do fim das aulas, para poderem, finalmente, dedicar-se ao que importa na sua vida.
Quem é capaz de dar a volta a esta tendência de obesidade mental e contornar a resistência artificial ao conhecimento prático? Certamente não os pais atarefados e sobrecarregados com trabalho a mais e dinheiro a menos. Também não são os jogos de computador ou de consola, nem os meios sociais digitais, nem as gentes com que se cruza, dia sim, dia não, nos percursos quotidianos. Portanto, restam os professores escolares e universitários, restam, um pouco, as organizações dedicadas à divulgação, formação e ensino das ciências, tecnologias, engenharia, matemática e outras matérias “chatas” conforme o (des)gosto de cada um, para tornar o tempo obrigatório de resistência pacífica ao ensino em aprendizagem funcional.
Queremos que os alunos de hoje sejam os impulsionadores da evolução humana de amanhã, ou a carne para canhão das falhas de políticas socioeconómicas e afins? Hora de atuar, já.
Vamos lá, professores da nação. Inspiram-se, p.ex. através do que oferece o NUCLIO, para inspirarem também os jovens, a força intelectual e cultural da civilização de amanhã.
Que as últimas inovações com cunho português não sejam apenas o pirelióforo (um gigantesco forno solar do sec.XX), o aperfeiçoamento de uma máquina para Multibanco, ou a forma de cobrar dinheiro de passagem (Via Verde). Há muito mais potencial nestas mentes jovens portugueses, boas ideias em fila prontas a sair, apenas atrofiadas, de momento, com a caça aos pokémon’s (bichinhos virtuais num mundo virtual) e outras coisas, não comestíveis, pouco saudáveis para um cérebro em desenvolvimento.
Certo é, a montanha não veio ter com Maomé, mas um qualquer primo de 99942 Apophis (um asteroide que inicialmente se temia embater com a Terra daqui a uma década e meia) o fará, de forma estrondosa e apocalíptica, talvez já amanhã ou bem mais tarde... hora de bazar. Ehhm... alguém aí ajuda, ou sabe como?
Fenómenos da semana
06.8. 06:42 Sol nasce de manhã
10.8. 19:21 Lua em quarto crescente
11.8. 20:35 Sol põe-se no final do dia
Contacto para as crónicas sobre o céu e o que há para lá: ceu@astronomia.pt
Nesta elipse, como se pode imaginar, uma montanha em andamento teria um efeito algo esmagador sobre quem estivesse no caminho. Por outro lado, todos os que queiram visitar um monte sagrado bem distante, como naquele caso, veem-se forçados a uma grande caminhada, um exercício prático para combater ou prevenir a obesidade. Nem é preciso ser profeta para chegar a esta conclusão beneficiadora.
Quando, por sua vez, os portugueses chegaram à conclusão que dos únicos vizinhos diretos não vinha nem bom vento nem bom casamento, dizimaram as florestas costeiras, construíram naus e aventuraram-se águas salgadas fora em busca de vizinhos mais amistosos. Semelhante à montanha e o profeta, as descobertas lusas serviam de certo modo para combater a obesidade. Neste caso, não a obesidade instalada no corpo, mas a que se instala na mente quando não há objetivo de vida, nem desafio intelectual. A época de exploração marítima era, portanto, um tempo de inspiração, não só pelos descobrimentos em si, mas por suscitar nos portugueses o espírito das invenções e inovações, tais como o nónio, o astrolábio náutico, as caravelas, a epopeia que rima e outros utensílios e métodos mais ou menos práticos.
Hoje em dia, que nem por terra, nem por mar há espaços por descobrir, a humanidade virou o seu espírito curioso para além do azul no céu, para os astros. Há já algum tempo que se sabe que a Terra vai ser o nosso túmulo se não encontramos um caminho para fora, esse sim é implícito, e um poiso onde possamos ficar...e é aí que estamos ainda um pouco a leste. Somos bons, mas longe de sermos perfeitos, a projetar gente bem alto, para o ar. Somos capazes de construir e enviar sondas robóticas pelo Sistema Solar. Somos, em teoria, capazes de enviar gente corajosa para os planetas e luas, porém, não somos capazes de assegurar que lá chegam com vida. Isto, sem falar do seu regresso, de preferência também com vida.
Para chegar então ao próximo patamar da exploração é preciso ter ideias novas, espírito de inovação e, dado que a matéria envolvida requer pensar além dos padrões convencionais, muita gente empenhada e curiosa para inventar e explorar novos métodos, designs, materiais e resolver quebra-cabeças diversos para manter um punhado de astronautas sãos, de corpo e alma, por longos períodos de tempo. Enfim, a grande meta nem sequer é dar uma volta pelo vácuo e regressar, mas sim, mais cedo ou mais tarde, colonizar.
Seja pela mão humana, seja por intervenção extraterrestre (meteoroides ou divindades punitivas), seja por um cataclismo natural terrestre, quando a humanidade enfrentar repentinamente a sua última hora, convém que haja ainda algures por aí homens e mulheres capazes de perpetuar a nossa espécie.
Onde estão estas pessoas que se irão dedicar a dar os primeiros passos, não noutro planeta, mas neste aqui? Passos de avanço tecnológico, psicológico, biológico, mesmo sociológico, medicinal e por aí fora...onde estão eles? Nas escolas! Estão sentados nos bancos das escolas, entediados, à espera do toque do intervalo, das mensagens entretanto acumuladas no telemóvel, do fim das aulas, para poderem, finalmente, dedicar-se ao que importa na sua vida.
Quem é capaz de dar a volta a esta tendência de obesidade mental e contornar a resistência artificial ao conhecimento prático? Certamente não os pais atarefados e sobrecarregados com trabalho a mais e dinheiro a menos. Também não são os jogos de computador ou de consola, nem os meios sociais digitais, nem as gentes com que se cruza, dia sim, dia não, nos percursos quotidianos. Portanto, restam os professores escolares e universitários, restam, um pouco, as organizações dedicadas à divulgação, formação e ensino das ciências, tecnologias, engenharia, matemática e outras matérias “chatas” conforme o (des)gosto de cada um, para tornar o tempo obrigatório de resistência pacífica ao ensino em aprendizagem funcional.
Queremos que os alunos de hoje sejam os impulsionadores da evolução humana de amanhã, ou a carne para canhão das falhas de políticas socioeconómicas e afins? Hora de atuar, já.
Vamos lá, professores da nação. Inspiram-se, p.ex. através do que oferece o NUCLIO, para inspirarem também os jovens, a força intelectual e cultural da civilização de amanhã.
Que as últimas inovações com cunho português não sejam apenas o pirelióforo (um gigantesco forno solar do sec.XX), o aperfeiçoamento de uma máquina para Multibanco, ou a forma de cobrar dinheiro de passagem (Via Verde). Há muito mais potencial nestas mentes jovens portugueses, boas ideias em fila prontas a sair, apenas atrofiadas, de momento, com a caça aos pokémon’s (bichinhos virtuais num mundo virtual) e outras coisas, não comestíveis, pouco saudáveis para um cérebro em desenvolvimento.
Certo é, a montanha não veio ter com Maomé, mas um qualquer primo de 99942 Apophis (um asteroide que inicialmente se temia embater com a Terra daqui a uma década e meia) o fará, de forma estrondosa e apocalíptica, talvez já amanhã ou bem mais tarde... hora de bazar. Ehhm... alguém aí ajuda, ou sabe como?
Fenómenos da semana
06.8. 06:42 Sol nasce de manhã
10.8. 19:21 Lua em quarto crescente
11.8. 20:35 Sol põe-se no final do dia
Contacto para as crónicas sobre o céu e o que há para lá: ceu@astronomia.pt