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Ditos
"As grandes mentes são capazes dos piores vícios tanto quanto das maiores virtudes."- René Descartes
Emagrecer sem perder peso
2015-12-03
4.Dez.- 10.Dez.2015 (Portugal)
Esta semana qualquer pessoa com vontade de tirar fotografias pode contribuir para o prestígio da cultura científica pessoal e além. Os Açores e a ilha da Madeira terão uma pequena vantagem.
Começa já na madrugada da sexta-feira, dia 4, preferencialmente por volta das 6 da manhã. O quarto minguante da nossa lua, portanto pouco menos de metade da face está iluminada, vai ter um encontro com o planeta Júpiter. De uma ponta a outra, o nosso satélite natural mede pouco mais de 3400 km, ou seja cabe bem aconchegado no espaço entre Lisboa e Helsínquia na Finlândia ou Lisboa e Freetown na Serra Leoa. O diâmetro de Júpiter ao longo da linha do equador é perto de 140.000 km, o que corresponde a 3 voltas e meia em torno do globo terrestre. Se não fosse pela perspetiva, a lua pequena mas perto, Júpiter gigante mas muito distante, teríamos no nosso céu um encontro ao estilo Bambi com Godzilla.
Alias, é precisamente o que acontece à coitada da lua de Júpiter chamada Io, a qual é quase do mesmo tamanho da nossa Lua. A infeliz proximidade de Io com o seu planeta faz com que o seu interior fique constantemente revoltado, amassado e revirado pelas enormes forças gravíticas de Júpiter. E não muito diferente aos humanos, Io acaba a expelir para fora o que tanto lhe aflige o interior. A semelhança da superfície de Io com uma pizza estragada, porém, é pura coincidência.
Quem pensa que o céu não tem cantos nem esquinas, está enganado. Basta olhar no dia 5, mesma hora, e ver a Lua encostar na esquina da Virgem. Bem, na verdade, a Lua está junto da estrela Eta Virginis, bem visível ao olho nu. Esta estrela dá pelo nome próprio de Zaniah, o que vem do árabe antigo e significa esquina. Não esquecer de ver ou fotografar a Lua um pouco mais magra do que no dia anterior.
Dia 6 às 6 horas, domingo, a lua ainda mais magra entra na fase chamada segunda falcada. As pontas dos cornos da falcada apontam para o planeta Marte, logo ai ao pé, após um encontro mesmo próximo umas 6 horas antes por baixo do nosso horizonte.
Segunda-feira, dia 7 às 6 horas, uma lua seriamente emagrecida forma um belo triângulo com Vénus em baixo e a estrela Espiga mais acima. O cometa Catalina (ver semana passada) também está ainda nas proximidades, um pouco a leste (esquerda) de Vénus. Um exercício para justificar a saída a esta hora podia ser juntar fotografias de 3 segundos sobrepostas sobre fotografias de 15 segundos, para extrair o cometa. Convém usar zoom máximo ou objetiva de 80 mm se for uma câmara DSLR, um tripé ou suporte firme é obrigatório.
Terça-feira, dia 8 às 6 horas, é a última vez que a Lua pode ser observada com alguma facilidade, pois já emagreceu consideravelmente.
A caça da última luz da lua velha, bem como a caça da primeira luz após a lua nova goza particular interesse no médio oriente. Porém, a última oportunidade em 2015 calha ao velho continente europeu, especialmente aos habitantes no extremo oeste...ei, isto somos nós! Embora lá, altura de desembrulhar a máquina fotográfica. Crédito: ESO/B. Tafresh (http://www.eso.org/public/images/eso1210a/)A caça da última vista à lua antes de se tornar lua nova, começa quarta-feira, dia 9, na mesma hora. Esta caça peculiar é uma espécie de entretenimento levado muito a sério no médio oriente e, ao menos, é saudável para todos. Fotografar é obrigatório, publicar nos meios sociais da internet é opcional mas recomendado, mesmo se tiver de tentar usar telemóvel.
Nesta altura cabe aos habitantes na ponta oeste da Europa o prazer de poder captar pela última vez no ano 2015 as últimas horas da lua antes de ela desaparecer junto do Sol.
Se acompanhou os saltos que a lua dá de um dia para outro, sabe, portanto, também onde a lua nasce. Então é no dia 10, quinta-feira, a partir das 6:30h da manhã que começa a tarefa séria de encontrar uma lua emagrecida até a quase inexistência. Se descobriu a lua mal que se tenha levantado, espere e fica com os olhos e câmara colada até o raiar da manhã efetivamente apagar qualquer visibilidade da lua. Câmaras digitais tendem ser mais sensíveis que os olhos, é só uma questão de experimentar com o tempo de exposição. Remete e partilhe as suas imagens da última lua, com indicação da hora exata, para dez2015@astronomia.pt (ver desafio do mês).
Desafio do mês
Quem, no ano 2015, vai tirar a imagem da última luz da Lua antes de ela desaparecer junto do sol e se tornar lua nova? É importante que a fase da lua seja mesmo bem definida na fotografia.
Envie a sua fotografia com data e hora exata da exposição, e umas linhas sobre o local onde tirou a imagem e o que queira partilhar sobre a experiência para dez2015@astronomia.pt. Todas as contribuições serão publicadas e documentadas em local próprio.
A imagem mais perto da lua nova será ainda premiada com um conjunto de postais de imagens do céu profundo. (Data limite de envio 18.Dez.2015 Todas as nossas decisões são finais). A solução para a Pergunta do mês de novembro é parte do tema da semana que vem.
Esta semana qualquer pessoa com vontade de tirar fotografias pode contribuir para o prestígio da cultura científica pessoal e além. Os Açores e a ilha da Madeira terão uma pequena vantagem.
Começa já na madrugada da sexta-feira, dia 4, preferencialmente por volta das 6 da manhã. O quarto minguante da nossa lua, portanto pouco menos de metade da face está iluminada, vai ter um encontro com o planeta Júpiter. De uma ponta a outra, o nosso satélite natural mede pouco mais de 3400 km, ou seja cabe bem aconchegado no espaço entre Lisboa e Helsínquia na Finlândia ou Lisboa e Freetown na Serra Leoa. O diâmetro de Júpiter ao longo da linha do equador é perto de 140.000 km, o que corresponde a 3 voltas e meia em torno do globo terrestre. Se não fosse pela perspetiva, a lua pequena mas perto, Júpiter gigante mas muito distante, teríamos no nosso céu um encontro ao estilo Bambi com Godzilla.
Alias, é precisamente o que acontece à coitada da lua de Júpiter chamada Io, a qual é quase do mesmo tamanho da nossa Lua. A infeliz proximidade de Io com o seu planeta faz com que o seu interior fique constantemente revoltado, amassado e revirado pelas enormes forças gravíticas de Júpiter. E não muito diferente aos humanos, Io acaba a expelir para fora o que tanto lhe aflige o interior. A semelhança da superfície de Io com uma pizza estragada, porém, é pura coincidência.
Quem pensa que o céu não tem cantos nem esquinas, está enganado. Basta olhar no dia 5, mesma hora, e ver a Lua encostar na esquina da Virgem. Bem, na verdade, a Lua está junto da estrela Eta Virginis, bem visível ao olho nu. Esta estrela dá pelo nome próprio de Zaniah, o que vem do árabe antigo e significa esquina. Não esquecer de ver ou fotografar a Lua um pouco mais magra do que no dia anterior.
Dia 6 às 6 horas, domingo, a lua ainda mais magra entra na fase chamada segunda falcada. As pontas dos cornos da falcada apontam para o planeta Marte, logo ai ao pé, após um encontro mesmo próximo umas 6 horas antes por baixo do nosso horizonte.
Segunda-feira, dia 7 às 6 horas, uma lua seriamente emagrecida forma um belo triângulo com Vénus em baixo e a estrela Espiga mais acima. O cometa Catalina (ver semana passada) também está ainda nas proximidades, um pouco a leste (esquerda) de Vénus. Um exercício para justificar a saída a esta hora podia ser juntar fotografias de 3 segundos sobrepostas sobre fotografias de 15 segundos, para extrair o cometa. Convém usar zoom máximo ou objetiva de 80 mm se for uma câmara DSLR, um tripé ou suporte firme é obrigatório.
Terça-feira, dia 8 às 6 horas, é a última vez que a Lua pode ser observada com alguma facilidade, pois já emagreceu consideravelmente.
A caça da última luz da lua velha, bem como a caça da primeira luz após a lua nova goza particular interesse no médio oriente. Porém, a última oportunidade em 2015 calha ao velho continente europeu, especialmente aos habitantes no extremo oeste...ei, isto somos nós! Embora lá, altura de desembrulhar a máquina fotográfica. Crédito: ESO/B. Tafresh (http://www.eso.org/public/images/eso1210a/)
Se acompanhou os saltos que a lua dá de um dia para outro, sabe, portanto, também onde a lua nasce. Então é no dia 10, quinta-feira, a partir das 6:30h da manhã que começa a tarefa séria de encontrar uma lua emagrecida até a quase inexistência. Se descobriu a lua mal que se tenha levantado, espere e fica com os olhos e câmara colada até o raiar da manhã efetivamente apagar qualquer visibilidade da lua. Câmaras digitais tendem ser mais sensíveis que os olhos, é só uma questão de experimentar com o tempo de exposição. Remete e partilhe as suas imagens da última lua, com indicação da hora exata, para dez2015@astronomia.pt (ver desafio do mês).
Desafio do mês
Quem, no ano 2015, vai tirar a imagem da última luz da Lua antes de ela desaparecer junto do sol e se tornar lua nova? É importante que a fase da lua seja mesmo bem definida na fotografia.
Envie a sua fotografia com data e hora exata da exposição, e umas linhas sobre o local onde tirou a imagem e o que queira partilhar sobre a experiência para dez2015@astronomia.pt. Todas as contribuições serão publicadas e documentadas em local próprio.
A imagem mais perto da lua nova será ainda premiada com um conjunto de postais de imagens do céu profundo. (Data limite de envio 18.Dez.2015 Todas as nossas decisões são finais). A solução para a Pergunta do mês de novembro é parte do tema da semana que vem.