Acidentes do Space Shuttle: Challenger e Columbia



O Space Shuttle Challenger momentos antes da explosão. Crédito: NASA.
28 de Janeiro de 1986. O Shuttle Challenger desintegra-se 78 segundos após o lançamento do Kennedy Space Center. Após a explosão, o módulo da tripulação separou-se intacto da bola de fogo antes de entrar numa queda livre a partir da altitude de 50.000 pés e mergulhar no mar, dois minutos depois. Uma fuga num dos foguetões auxiliares de combustível sólido originou a explosão.

A bordo seguia uma tripulação de sete membros, incluindo uma Professora de New Hampshire – a primeira professora no espaço.

Os dirigentes da NASA estavam ansiosos por lançar o Challenger por motivos económicos, pressões políticas e questões de calendarização. A NASA queria lançar o Challenger nas datas previstas para que a plataforma de lançamento fosse preparada a tempo para a missão seguinte que consistia no lançamento de uma sonda que iria estudar o cometa Halley. Se fosse lançada dentro do previsto, esta sonda iria recolher dados dias antes dos russos lançarem uma sonda idêntica. Provavelmente haveria também pressão para que o Challenger estivesse no espaço aquando do discurso do Estado da União de Ronald Reagan cujo tópico principal seria a Educação. Seria perfeitamente natural que o Presidente fizesse referência ao Challenger e à primeira professora no espaço.

Imagens do acidente do Challenger correram o mundo. A foto dos pais e irmã da professora McAuliffe abraçados numa angústia tremenda pelo que acabavam de assistir correu o mundo e ficou imortalizada como um dos ícones da era espacial.

Toda a nação americana ficou em choque com a explosão. Não a viram na televisão comercial, porque grande parte dos órgãos de comunicação social, sempre sedentos de drama e entretenimento, decidiram que os lançamentos eram demasiado rotineiros para justificarem uma cobertura em directo. Mas as repetições sucessivas do acidente foram para o ar em todas as grandes cadeias televisivas. As reportagens constantes sobre a tragédia conferiram-lhe uma envolvente Hollywoodesca.

Dezassete anos depois, a tragédia repetiu-se. Na viagem de regresso a casa, o Columbia desintegrou-se na atmosfera provocando a morte instantânea à tripulação e deixando o mundo boquiaberto. O Columbia ficou espalhado na superfície terrestre por vastos quilómetros e numa fase inicial a comunicação social teve um papel de relevo como difusora dos comunicados e avisos de precaução das autoridades americanas.

Contudo, com o decorrer do inquérito realizado pela comissão de investigação e o aumento da pressão da opinião pública, o programa espacial americano foi colocado em causa, assim como a própria NASA. As novas formas de difusão de comunicação na era da globalização moldaram de forma profunda a opinião pública mundial e em especial a opinião pública americana.