Os vários métodos de detecção de planetas
O método para detecção de planetas extra-solares melhor sucedido é sem sombra de dúvida o ''Método de Velocidades Radiais'', apresentado anteriormente. Também conhecido como ''Método Doppler'' ou ''Método Wobble'', foi aquele que mais planetas detectou até à data.
Há no entanto vários métodos alternativos para detecção de planetas extra-solares. Em seguida apresenta-se um resumo dos mesmos.
Astrometria
O movimento da estrela e do planeta em torno do seu centro de massa faz com que a posição da estrela no céu não seja fixa mas oscile periodicamente.
Método dos pulsares
Os pulsares são os relógios mais precisos do Universo, emitindo radiação em intervalos de tempo sempre iguais. A regularidade entre os pulsos é tal que o intervalo entre os mesmos tem uma precisão de 10-13 segundos. A presença de um objecto a rodar em torno de um pulsar faz com que os dois orbitem em torno do centro de massa do sistema. Assim a radiação emitida pelo pulsar chega a nós afectada de um atraso (ou adiantamento) temporal, dependendo da distância a que o pulsar se encontrava de nós quando emitiu o seu ''flash'' de luz. A análise do intervalo entre os diferentes pulsos permite-nos dizer que o pulsar tem algum outro objecto em sua órbita.
Em 1993 o astrónomo polaco Aleksander Wolszczan declarou ter descoberto o primeiro planeta extra-solar. O seu achado surge ao estudar o pulsar SR 1257+12. Já anteriormente alguns astrónomos tinham suspeitado da presença de planetas em torno de pulsares mas a verdade é que os resultados eram vistos com desconfiança. Não havia a certeza de os objectos serem mesmo planetas, sendo bastante difícil conceber que um planeta tenha sobrevivido à enorme explosão de Supernova que deu origem ao pulsar. Este planetas devem assim provavelmente formar-se a partir dos materiais remanescente do fenómeno de Supernova (em que uma estrela grande massa termina a sua vida ejectando violentamente as suas camadas superiores). No entanto, não são realmente aquilo que os astrofísicos chamam planeta.
Microlentes Gravitacionais
O efeito de micro-ampliação gravitacional ocorre quando o campo gravítico de um planeta e da sua estrela mãe ampliam a luz recebida de um estrela distante que está por trás, para além deles. Para que tal aconteça é necessário que o planeta e a estrela mãe passem precisamente entre a estrela de fundo e a Terra. Como tais eventos são raros (e têm apenas uma duração compreendida entre as 2 e as 20 horas), uma enorme quantidade de estrelas distantes deve ser monitorizada de modo a que sejam detectados planetas a uma taxa razoável. Este método é optimizado para a detecção de planetas na direcção do centro da Galáxia devido à enorme quantidade de estrelas de fundo que tal alinhamento proporciona.
A grande vantagem proveniente da utilização de microlentes gravitacionais é que permite detecção de planetas com baixa massa (ou seja, com massas iguais à massa da Terra) com a utilização de instrumentos actuais. A desvantagem é que o alinhamento provavelmente nunca mais se repetirá e assim as detecções não podem ser confirmadas. Além disso os planetas detectados podem estar a uma distância da ordem de vários milhares de anos-luz pelo que não poderá ser usado nenhum outro método para confirmar a sua existência. No entanto se suficientes estrelas de fundo puderem ser observadas com uma boa precisão poderemos determinar quão comuns são planetas como a Terra na nossa Galáxia.
Método dos Trânsitos
A variação do fluxo recebido de uma estrela permite-nos detectar o trânsito de um planeta.
Como vemos os planetas extra-solares têm concentrado um enorme esforço da comunidade astrofísica a nível mundial. Muitos foram os desenvolvimentos e resultados conseguidos nos escassos dez anos que passaram desde a descoberta do primeiro planeta extra-solar.
Muitas foram as teorias refutadas ou reforçadas pelos dados resultantes da “caça aos planetas” e as conclusões daí resultantes permitiram-nos conhecer muito melhor o nosso Sistema Solar. O que podemos esperar do futuro dos planetas extra-solares? Provavelmente a resposta a uma das mais antigas perguntas da Humanidade: A Existência de Vida no Universo.