Os pulsares são estrelas de neutrões extremamente densas, em rotação muito rápida, que emitem potentes feixes de radiação em radiofrequência. À medida que a estrela de neutrões roda, o feixe varre o espaço tal como a luz de um farol, e quando um feixe passa na nossa direcção os astrónomos observam um "impulso". Novas observações realizadas no gigantesco radiotelescópio de Arecibo (Porto Rico) revelaram a existência de subimpulsos, com durações menores que 2 nanossegundos, no pulsar da nebulosa do Caranguejo. Segundo os investigadores, isto significa que as regiões onde se produzem os subimpulsos não podem ser maiores que uns 60 centímetros, isto é, a distância que a luz percorre em 2 nanossegundos. Este facto é de uma importância crítica para entender o processo de formação dos potentes feixes de emissão em rádio.
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Ondas de choque através das regiões remotas e geladas da nebulosa solar podem constituir o mecanismo pelo qual os meteoritos foram enriquecidos com água - água essa que, segundo o estudo recente conduzido por cientistas das Universidades do Arizona e Havai, poderá ter trazido pelo menos parte da água que hoje existe na Terra.
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Actualmente, os astrónomos pensam que a Terra possui um núcleo metálico coberto por uma camada de silicatos. Contudo, a origem desta estrutura é uma das mais notáveis questões em aberto que permanecem nas ciências planetárias. Investigadores japoneses usaram agora medições de condutividade eléctrica para mostrar que a Terra pode ter-se formado a partir da agregação de pequenos corpos rochosos cuja estrutura apresentava já diferenciação entre núcleo e manto.
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Pela primeira vez, astrónomos mediram a massa de um buraco negro nos confins do Universo. Uma equipa internacional de astrónomos analisou o espectro infravermelho do quasar mais distante que se conhece, SDSS J1148+5251, e inferiu a massa do buraco negro central: 3 mil milhões de vezes a massa do Sol. Confirma-se, assim, que desde muito cedo buracos negros de massa tão elevada existiram no Universo. As observações foram realizadas com o telescópio de infravermelhos do Reino Unido, o UKIRT (Havai) com o espectrómetro UIST.
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Alfa Centauri, um sistema estelar triplo, é o vizinho mais próximo do nosso sistema solar. As duas estrelas principais, α Cen A e α Cen B, são estrelas muito semelhantes ao nosso Sol. Observações realizadas com o interferómetro VLTI (ESO) permitiram, agora, a primeira medição directa das dimensões angulares deste par de estrelas. A comparação com os valores previstos pelas teorias de física estelar indica que a estrutura e evolução de estrelas do tipo do Sol são bem compreendidas.
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Pela primeira vez, usando o telescópio espacial Hubble (ESA/NASA), astrónomos observaram a atmosfera de um planeta extra-solar a evaporar-se para o espaço. As observações de HD 209458b, um planeta do tipo "Júpiter quente", revelaram uma extensa atmosfera de hidrogénio quente a ser soprada para fora do planeta. HD 209458b encontra-se a apenas 7 milhões de quilómetros da sua estrela, mas pensa-se que se terá formado nas regiões frias mais exteriores do seu sistema solar, tendo-se aproximado, num movimento em espiral, para órbitas mais apertadas.
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Astrofísicos do Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia (EUA), descobriram, em colaboração com uma equipa internacional, que os neutrinos de alta energia são produzidos nos discos de acreção em torno de estrelas de neutrões em quantidades suficientes para poderem ser detectados pela próxima geração de detectores de neutrinos. Um destes novos detectores, designado por Cubo de Gelo, está em construção no pólo Sul Terrestre, a 1400 m de profundidade.
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Durante mais de um século, os astrónomos julgaram que a bem conhecida Grande Mancha Vermelha de Júpiter era a maior estrutura visível neste planeta gigante. Mas já não é! Imagens no ultravioleta obtidas com a sonda Cassini (NASA) revelam agora a existência de uma Grande Mancha Escura na região polar norte com, pelo menos, o mesmo tamanho que a Mancha Vermelha. No entanto, enquanto esta se encontra localizada na troposfera, a nova mancha está situada na estratosfera de Júpiter.
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O dilema da massa ausente consiste em não se conseguir contabilizar, sob a forma de estrelas e nuvens moleculares, senão uma fracção da matéria normal que se sabe existir. Um novo estudo, liderado por F. Nicastro (Centro Harvard-Smithsonian para a Astrofísica, EUA), relata a descoberta de bancos de nevoeiro quente intergaláctico no nosso Grupo Local de galáxias, que contêm parte dessa massa ausente. Esta descoberta vem ao encontro das actuais teorias de formação de galáxias. O trabalho baseia-se em dados obtidos com a sonda de radiação ultravioleta FUSE (NASA) e o observatório de raios-X Chandra (NASA).
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Usando dados do satélite Hiparco (ESA), os astrofísicos calcularam a taxa de produção de hélio pelas estrelas com a maior precisão conseguida até hoje. Compreender a produção de hélio nas estrelas é importante não só para a física estelar, como poderá ainda trazer novas perspectivas na composição das estrelas do Universo jovem e ajudar a determinar a natureza da matéria escura. O resultado deste estudo indica que as estrelas ricas em elementos pesados produzem 2,1±0,4 vezes mais hélio do que os outros elementos químicos.
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Há dois anos atrás, quando passou perto de Júpiter, a sonda Cassini (NASA/ESA/ISA) tomou cerca de 26 000 imagens do planeta gigante, dos seus débeis anéis e das suas luas ao longo de um período de seis meses. A análise das imagens obtidas implica agora uma nova interpretação dos dados observacionais, na qual as faixas escuras são áreas de movimento ascendente da atmosfera de Júpiter e as faixas claras têm um movimento descendente, precisamente o contrário do que se tem admitido nos últimos 50 anos! Outras descobertas trazidas pela Cassini incluem a luminescência atmosférica das grandes luas, Io e Europa, observada durante eclipses, um filamento vulcânico sobre a região polar norte de Io, e a forma irregular de Himalia, uma pequena lua exterior.
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A 17 milhões de anos-luz de distância, as estrelas individuais da galáxia NGC 1705 estão longe do alcance de muitos telescópios, mas não do telescópio espacial Hubble (NASA/ESA). Um estudo efectuado por uma equipa internacional de investigadores mostrou que NGC 1705 é uma galáxia com uma idade de 13,5 mil milhões de anos. Esta idade, aliada à sua forma irregular e à sua relativa proximidade faz de NGC 1705 uma galáxia muito relevante para o estudo do processo de formação e evolução das galáxias.
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Astrónomos da Universidade do Colorado, em Boulder (EUA), descobriram aquilo que julgam ser dezenas de potenciais casulos proto-estelares no interior de uma enorme região de formação de estrelas, a nebulosa da Quilha (NGC 3372). Esta nebulosa encontra-se cinco vezes mais afastada do que a Grande Nebulosa de Orionte (M 42), estando situada num outro braço espiral da nossa galáxia. Cada um destes casulos agora descobertos pode albergar discos de gás e poeira circum-estelares que podem vir a dar origem a sistemas planetários.
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Um novo estudo, baseado em dados obtidos pelas sondas Mars Global Surveyor e Mars Pathfinder, mostra que o interior de Marte não é completamente sólido, mas tem um núcleo total ou parcialmente líquido, de ferro fundido. Confirma-se, assim, que o interior do planeta vermelho tem alguma semelhança com a Terra e com Vénus. A conclusão baseia-se na medição do efeito de maré, devido ao Sol, em Marte. O estudo determina ainda a taxa de sublimação de gelo das calotas polares, revelando que a transferência de massa da calota do sul é cerca de 35% superior à da calota do norte, o que está de acordo com o que os modelos globais de atmosferas de Marte prevêem.
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Situado a uns 50 milhões de anos-luz, o enxame da Virgem é o aglomerado de galáxias mais próximo de nós. Está localizado na constelação do mesmo nome (Virgem) e é um denso aglomerado com centenas de galáxias. Até agora, tinha-se observado que as estrelas se formam nas regiões mais luminosas das galáxias. No entanto, as novas observações do enxame de Virgem, realizadas com os telescópios SUBARU (Observatório Astronómico Nacional do Japão) e VLT (ESO), mostram agora que as estrelas de grande massa também se podem formar isoladamente, longe das partes mais luminosas das galáxias. Esta descoberta pode fornecer uma explicação natural para um enigma na nossa própria galáxia: algumas estrelas jovens são observadas no halo da Via Láctea, longe das nuvens de formação estelar existentes no disco.
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Uma grande nuvem de gás, surpreendentemente densa, partilha a órbita da lua Europa em torno de Júpiter, revelando a verdadeira dimensão da influência de Europa na magnetosfera deste planeta gigante. Esta descoberta, realizada por investigadores do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins (EUA), deve-se ao novo instrumento da sonda Cassini (ESA/NASA/ISA), o Magnetospheric Imaging Instrument, que utiliza uma técnica inovadora de mapeamento de átomos neutros energéticos.
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Uma equipa de astrónomos usou o telescópio Keck II para analisar as estrelas recém formadas na Grande Nebulosa de Orionte, na região do Trapézio. As observações revelaram, com um detalhe nunca antes alcançado, uma variedade de fenómenos associados com a formação de estrelas e planetas na presença de estrelas luminosas de massa elevada. Os resultados apontam para que não haja planetas em formação nos discos circum-estelares que foram observados.
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Em 1953, Leon Stuart, um astrónomo amador norte-americano, fotografou aquilo que lhe pareceu ser um grande clarão na superfície da Lua. Acreditou tratar-se da colisão de um asteróide na Lua, mas tal hipótese só agora foi confirmada! Esta confirmação - do único impacto na Lua alguma vez testemunhado por um ser humano - significa que a Lua, ao contrário do que se pensava, não está geologicamente morta.
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Recentemente, o telescópio CANGAROO-II detectou raios gama com energia da ordem dos teraelectrões-volt vindos de NGC 253, uma galáxia vizinha. Agora, uma equipa de cientistas japoneses analisou o espectro de emissão de NGC 253 e concluiu que um halo galáctico de raios gama ultra-quentes descreve adequadamente as observações. O facto de se tratar de uma galáxia espiral semelhante, em tamanho, à nossa Via Láctea, tem especial interesse por permitir aprender algo sobre a nossa própria Galáxia.
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O mais recente sinal da Pioneer 10, recebido a 22 de Janeiro de 2003, poderá ter sido o último, segundo os engenheiros da NASA. Lançada em 1972, a Pioneer 10 foi a primeira sonda a passar Marte e a cintura de asteróides. Explorou Júpiter, ultrapassou Plutão e, no último contacto, encontrava-se a 82 vezes a distância Terra-Sol! Sem comunicação com a Terra, seguirá silenciosa o seu caminho para fora do Sistema Solar, na direcção da estrela Aldebarã.
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