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O enxame aberto Haffner 18

Ditos

"Não há dúvida que as navegações deste reino, de cem anos a esta parte, são as maiores.[...] Os portugueses ousaram cometer o grande Mar Oceano. Entravam por ele sem nenhum receio. Descobriram novas ilhas, novas terras, novos mares, novos povos e o mais que é, novo céu e novas estrelas..."
- Pedro Nunes


As mil e uma faces do nosso céu estrelado

2014-02-23

Créditos: ESO
Ao contrário de muitas outras áreas, como a história e a matemática, a ciência não necessita de ser estudada através de um livro: pode ser aprendida na prática. Ou não fosse a ciência o estudo do mundo que nos rodeia!

Neste caso, como pode desenvolver práticas experimentais de astronomia? Tal como em todas as áreas científicas, começando por realizar observações. A título de exemplo considere a imagem ao lado - Messier 7, um enxame de estrelas que pode facilmente ser visto a olho nu. Irá encontrar o enxame no “ferrão da cauda” da constelação que muitos de nós conhecemos como Escorpião.

Dizemos “muitos de nós” porque as constelações são como agentes secretos, tomam diferentes nomes e identidades consoante os locais do mundo onde se dão a conhecer. Por exemplo, na Indonésia o povo de Java chama ao Escorpião “o coqueiro inclinado” enquanto as tribos nativas da América do Sul vêm na forma que as estrelas dão a esta constelação uma “cobra-de-água”.

Mas a identidade do escorpião é provavelmente a mais antiga que esta constelação tomou e terá sido atribuída pela civilização considerada a mais antiga da humanidade: a Suméria, há cerca de 5000 anos atrás!

Uma caraterística interessante é a poeira cósmica que atravessa o fundo da imagem. Seriamos tentados a assumir que se tratava de reminiscências da nuvem de gás que deu origem a Messier 7. No entanto, estas faixas nada têm a ver com estas estrelas.

A nossa galáxia, a Via Láctea, realizou praticamente uma rotação completa desde que este enxame se formou há 200 milhões de anos. O movimento da galáxia deve ter alterado bastante a organização das estrelas e poeira, separando-as e espalhando-as ao longo de milénios.

Facto Curioso: E que tal sair e ver por si mesmo esta constelação? Existem muitos locais na web onde pode consultar o céu noturno da sua zona. Um dos exemplos é o “Planetarium”, que pode consultar em http://neave.com/planetarium/

Este Space Scoop é baseado nos relatórios de imprensa do: ESO

Link para a noticia original: http://www.unawe.org/kids/unawe1406