Vénus e o pentagrama celeste


As figuras desenhadas no céu pelo movimento aparente de Vénus não podem corresponder à hipótese do Professor Langdon n'«O Código Da Vinci». De facto, Vénus obedece a uma periodicidade de oito anos, que se manifesta na repetição de movimentos aparentes no céu do crepúsculo. Mas estas danças cíclicas não produzem um pentagrama. A ideia de pentáculo — a versão ocultista do pentagrama — perfeito corresponderá à verdade?


Pentagrama formado pelas cinco posições de Vénus, num período de oito anos, ao crepúsculo, nas cinco datas de elongação máxima, ou seja, de máximo afastamento do Sol.
Há várias explicações possíveis para a afirmação de Dan Brown. Uma é que o maior afastamento aparente do planeta em relação ao Sol (por exemplo, ao início da noite), a chamada elongação, ao longo de oito anos, produz cinco posições que formam um pentagrama. Ou então fixando a posição de Vénus no céu crepuscular a intervalos de 584 dias, o período sinódico entre as órbitas de Vénus e da Terra, por um ciclo de oito anos, também se obtém um pentagrama. É uma hipótese assaz rebuscada e, tanto quanto sabemos, desconhecida dos povos da Antiguidade. Acresce que o pentagrama resultante não é perfeito, ou regular, como lhe chamam os matemáticos. Alonga-se à medida que o observador se encontra mais para norte.

Embora seja interessante a tese de que Vénus desenha no céu esta figura geométrica ela não passa de uma estimulante proposta ficcional.