Um Zodíaco universal?



Sarcófago egípcio onde surgem representadas as doze constelações do Zodíaco. Reproduzido de Flammarion, As Terras do Céu.
No capítulo 3, Dan Brown põe na boca do simbologista de Harvard as seguintes palavras: «O meu francês é uma porcaria, pensou Langdon, mas a minha iconografia zodiacal é bastante boa, muito obrigado. Taurus era sempre o touro. A astrologia era uma constante simbólica em todo o mundo.» A afirmação parece bastante convincente, mas acontece que não corresponde à verdade.

Na China o Zodíaco teve um desenvolvimento independente, sofrendo influências de nações vizinhas. Terá surgido entre os séculos XVII e XII antes da nossa era. Os seus signos são o Tigre (Sagitário); a Lebre (Escorpião); o Dragão (Balança); a Serpente (Virgem); o Cavalo (Leão); o Carneiro (Caranguejo); o Macaco (Gémeos); o Galo (Touro); o Cão (Carneiro); o Javali (Peixes); o Rato (Aquário) e o Boi (Capricórnio). Só após a chegada dos jesuítas ao Império do Meio, em finais do século XVI, o Zodíaco ocidental seria aí adoptado.

Mas, mesmo no Ocidente, o conteúdo simbólico do Zodíaco está longe de ser uma constante. Na Lituânia foi descoberta na cave de uma igreja, durante a Segunda Guerra Mundial, uma taça, datada do século XV, onde surgem doze ícones zodiacais. Alguns podem ser identificados com os signos da tradição babilónica (Sagitário, Capricórnio e Gémeos) mas outros diferem claramente (um galo, dois veados, um guerreiro). Mais uma vez, Taurus não é o Touro mas, neste caso, um cavaleiro.