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"Se não falhar de vez em quando, isso é um sinal de que não está a fazer nada de muito inovador. "
- Woody Allen


História da Estação Espacial Internacional

2006-05-18
A história da Estação Espacial Internacional é cheia de contratempos. Planejada inicialmente pela NASA para constituir a “Estação Espacial Freedom” com apoio do presidente Reagan, não teve continuidade pois ela mostrou-se demasiada dispendiosa. Após o fim da Guerra Fria, o projeto da NASA foi retomado como um projeto conjunto entre a NASA e a Rosaviakosmos russa. Desde então o projeto original elaborado pela NASA foi ampliado. Em 2003, a Estação não era ainda capaz de acomodar uma tripulação de sete como tinha sido previsto. No entanto, em julho de 2004, com um orçamento severamente limitado, a NASA aceitou completar a Estação no nível que pudesse comportar uma tripulação de 4 membros e uma seção adicional para lançamentos como módulo experimental japonês. A NASA continuou a construção enquanto a Rússia continuou a lançar e recolher as tripulações.

Objetivos da Estação.

Há muitos críticos da NASA que vêem o projeto como um desperdício de tempo e de dinheiro, inibindo o desenvolvimento de projetos mais úteis. Assim, por exemplo, os custo estimados do 100 bilhões de dólares podiam pagar algumas dúzias de missões científicas não-tripuladas. Há muitos críticos da exploração do espaço que discutem que os 100 bilhões de dólares poderiam ser mais bem empregados solucionando problemas sociais em nosso planeta.

Exploração espacial

Os defensores da exploração espacial argumentam que tais críticas revelam uma visão limitada, para não dizer decepcionante, com relação ao futuro da humanidade no cosmos. Além dos enormes benefícios à humanidade, a investigação e exploração espacial tripulada já produziram bilhões de dólares. Algumas projeções apontam para um benefício econômico indireto, materializado através da comercialização das tecnologias desenvolvidas, durante a exploração espacial tripulada, de modo que o capital que retornou a economia pode ser estimado em sete vezes superior ao investimento inicial (algumas projeções mais conservadoras estimam este valor em três vezes o investimento inicial). Isolada do restante programa espacial, apesar da polêmica que vem gerando, a Estação será um dos principais contribuintes ao futuro da economia mundial, como foi e têm sido, por exemplo, os satélites artificiais, nas telecomunicações.

Além de receber o primeiro turista do espaço, Dennis Tito, que gastou 20 milhões de dólares para voar a bordo de uma missão russa de reabastecimento, a Estação assistiu ao primeiro casamento no espaço quando Yuri Malenchenko na Estação se casou Ekaterina Dmitriev que se encontrava no Texas.

Estado atual da Estação.

Após o acidente do Space Shuttle Columbia em 11 de fevereiro de 2003, e interrupções dos vôos com estas espaçonaves, ainda permanece uma certa dúvida com relação ao futuro da Estação. Sua construção está praticamente suspensa tendo em vista que os módulos principais em virtude da sua massa que não podem ser colocadas no espaço com o auxílio das naves atualmente em serviço. Por exemplo, o Columbus - módulo do laboratório da Agência Espacial Européia --, apesar de concluído, não pode ser lançado em órbita.

No entanto, as trocas da tripulação estão sendo realizadas pelas espaçonaves Soyuz. A primeira delas, Soyuz TMA-2, transportou dois astronautas, no lugar das tradicionais equipes de três astronautas.

Entretanto, como a Soyuz não possui a mesma capacidade no depósito de cargas do space shuttle, a ausência do seu serviço de manutenção, por um período prolongado, está provocando o acúmulo de uma enorme quantidade de lixo o que começou a prejudicar as atividades na Estação.

Com os space shuttles impedidos de voar, surgiu o interesse em saber se o lançador Energia ou a espaçonave recuperável russa Buran1 não poderiam ser reativados, ou melhor, recolocados em serviço para substituírem os space shuttles norte-americanos? No entanto, esta questão é tão romântica como os sonhos de que o Saturno V – lançador que levou os astronautas à Lua – poderia voltar a voar de novo uma vez mais. Na realidade, a situação é que todo o equipamento desenvolvido para o foguete Energia e a lançadeira espacial Buran, inclusive os próprios veículos eles mesmos, foram desmantelados (parece que peças importantes e valiosas foram retiradas para fins desconhecidos) e desprezados desde a queda e colapso da União Soviética.

Em 27 de fevereiro de 2004, os astronautas Michael Foale e Alexander Kalery realizaram a primeira caminhada no espaço que envolveu toda a tribulação da Estação. (Soyuz 26 foi a primeira a envolver toda a tripulação de uma espaçonave). Os objetivos dos spacewalk - a instalação do equipamento exterior -, foram realizados antes que um dos tubos no termo especial de Kalery causasse um mau funcionamento na sua refrigeração e forçasse a sua conclusão precoce.

A possibilidade de colisões com detritos espaciais com velocidades extremamente elevadas, foi considerada uma ameaça de longo prazo à Estação Espacial Internacional. Uma solução proposta pela NASA e outros consistia na concepção de uma vassoura a laser. No entanto, permaneceu a preocupação que uma proposta deste tipo contrapõem-se aos tratados existentes que proíbem arma a laser no espaço.

A Estação Espacial Internacional é a segunda espaçonave mais visitada na história da exploração espacial. Em 15 de abril de 2005 já havia recebido 133 visitantes. Durante a sua permanência no espaço a estação orbital Mir recebeu 137. Quase 1/4 dos astronautas que já haviam visitado o espaço estiveram na Estação.


1 Buran (do russo Бура́н, que significa nevasca ) é o nome da primeira nave espacial reutilizável construída durante o programa espacial da União Soviética. A construção da espaçonave foi uma resposta ao projeto Space Shuttle da agência espacial dos EUA, que concebeu os veículos espaciais reutilizáveis. Para a URSS, o projeto estadunidense tinha a finalidade de portar armas nucleares. Apesar do ceticismo em relação à concepção do veículo reutilizável pela indústria aeroespacial, o governo soviético autorizou a sua construção em 1976, só iniciada em 1980. Em julho de 1983, o primeiro teste foi realizado num vôo suborbital. Nos anos seguintes, outros cinco vôos foram efetuados com o modelo em escala do Buran. Em 1984, os primeiros testes aerodinâmicos foram realizados, sendo o último teste aerodinâmico ocorrido em abril de 1988, totalizando 24 vôos de testes.Em 15 de novembro de 1988, o Buran foi ao espaço pela primeira vez, impulsionado pelo poderoso foguete Energia, do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão. O vôo foi totalmente automático e sem cosmonauta, guiado por controle remoto e pelo sistema de computadores. Como o sistema de sustentação não havia ainda sido testado, os engenheiros optaram por um vôo sem tripulação. A missão durou uma hora e meia, durante o qual duas órbitas foram completadas ao redor da Terra a altura de 256 km da superfície terrestre. Em virtude da limitada capacidade da memória dos computadores do Buran, os engenheiros foram obrigados a programar o veículo espacial a realizar somente duas voltas em torno da Terra. Seu software estava programado para controlar o lançamento, as atividades em órbita e o pouso. Apesar deste primeiro vôo não ter sido tripulado, o desempenho do ônibus causou grande euforia aos engenheiros do programa espacial soviético. Somente cinco das 38 mil placas protetoras antitérmicas que protegiam o Buran se desprenderam do veículo. Apesar do sucesso, o financiamento para o projeto do Buran foi cancelado oficialmente em 30 de junho de 1993 pelo presidente russo Boris Yeltsin, se bem que a construção dos veículos tenha sido paralisada muito tempo antes dessa data, quando outros dois ônibus estavam em construção: o Ptichka (pássaro pequeno, em russo) programado para se concluído em 1990 e um terceiro, programado para ser concluído em 1992. Em novembro de 1995, os dois veículos foram desmontados.