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- Albert Einstein


A Polícia Celeste

2005-02-01

A missão Dawn que no próximo ano irá estudar os asteróides Ceres e Vesta. Créditos: NASA/JPL
A história da descoberta dos pequenos planetas ou asteróides é talvez uma das mais curiosas aventuras da observação astronómica. Segundo uma relação matemática do século XVIII, conhecida com o nome de "lei de Titius-Bode", deveria existir, a uma distância de 2,8 vezes a distância da Terra ao Sol, um planeta ainda não conhecido, de órbita compreendida entre a de Marte e Júpiter.

Depois de muitas discussões, a procura séria desse "quinto planeta" deu-se em finais do século XVIII e cada membro dessa "polícia celeste", como o astrónomo von Zach chamava a esse grupo, tinha a seu cargo a observação de uma série limitada da esfera celeste. Não foi porém, nenhum desses elementos que teve a sorte de descobrir algum planeta entre as órbitas de Marte e Júpiter. A glória coube a um desconhecido astrónomo que todas as noites observava as estrelas.

Foi na primeira noite do ano de 1801 que o astrónomo siciliano Guiseppe Piazzi, quando registava pacientemente as posições das estrelas na constelação do Touro, notou que uma "estrela" se moveu quatro minutos de arco no sentido retrógrado e, na noite seguinte, deslocou-se da mesma distância. Em 12 de Janeiro, o objecto mudou de direcção e começou a mover-se para Este. A princípio Piazzi pensou ter descoberto um cometa, mas todas as características do movimento se assemelhavam às de um planeta superior próximo da oposição.

Piazzi enviou as suas observações a outros astrónomos envolvidos na "polícia celeste" e logo se concluiu que a longa procura do planeta entre Marte e Júpiter tinha sido coroada de êxito. O "quinto Planeta", com um diâmetro aproximado de mil quilómetros, foi baptizado de Ceres.

Depois desta descoberta, há 200 anos e até hoje, milhares de pequenos planetas têm sido descobertos naquela zona do sistema solar. A princípio pensava-se que aqueles corpos - conhecidos como asteróides - eram o resultado da explosão de um planeta inicial mas hoje sabe-se que isso não é verdade. O estudo dos meteoritos, que se sabe serem fragmentos provenientes na sua maior parte da cintura de asteróides, mostra que estas rochas não possuem fases minerais indicadoras de levadas pressões, que exijam corpos com diâmetros superiores a 500 quilómetros. Outras evidências dinâmicas, mostram-nos que a presença do gigante Júpiter (com uma massa 318 vezes maior que a Terra) provocaria naquela zona perturbações gravíticas que nunca deixariam que um verdadeiro planeta se formasse.

Com o intuito de estudar Ceres e Vesta, a NASA prepara-se para lançar no próximo ano uma missão automática. Chama-se "Dawn" e será o despontar de novos estudos sobre a origem e evolução dos corpos menores do sistema solar.