Foi o inglês John Herschel que propôs atribuir nomes mitológicos às luas de Saturno. Para a maior escolheu o nome Titã, inspirado pela história da criação dos deuses contada pelo poeta grego Hesíodo, Teogonia. Às restantes deu os nomes dos Titãs irmãos e irmãs de Saturno. Segundo a mitologia grega os Titãs foram os primeiros deuses, os filhos do céu (Úrano) e da Terra (Gaia). Incitado por Gaia, Saturno destronou Úrano, tornando-se rei. Os deuses do Olimpo eram filhos de Saturno e Rea. Chefiados por Júpiter, por sua vez, destronaram Saturno.
Entre as órbitas de Marte e Júpiter existe uma zona, chamada Cintura de Asteróides, que marca uma outra fronteira: a do Sistema Solar interior e exterior. Todos os planetas dos Sistema Solar interior, entre o Sol e a Cintura de Asteróides, são telúricos, e todos os restantes, à excepção de Plutão, são jovianos (Plutão é um caso especial, pois já muito poucos astrónomos o consideram um planeta).
Por outro lado, quase todos os planetas telúricos possuem atmosferas - Mercúrio é o único que não tem uma - e quase todas as luas dos planetas do Sistema Solar são desprovidas de atmosferas, pois não são suficientemente grandes.
Titã é uma excepção em vários aspectos. É uma lua, mas possui uma atmosfera. Não é um planeta telúrico, mas possui uma atmosfera. É pequeno se comparado com os planetas telúricos, mas mesmo assim tem uma atmosfera. Vénus, Terra, Marte e Titã. São estes os únicos quatro objectos do Sistema Solar que... têm atmosferas.
Titã tem um raio de 2575 km, e é por isso muito menor que os outros três. Não é constituído só por silicatos, mas sim por uma mistura de gelo e silicatos em iguais proporções, sendo por isso menos denso que Vénus, a Terra e Marte. Mas a sua atmosfera, formada principalmente por azoto e metano, é muito semelhante à da Terra primitiva. Há 4000 milhões de anos não existia oxigénio na Terra.
A nossa atmosfera é uma fina camada de gás que se mantém ligada à Terra pela força da gravidade. Vista do espaço, parece uma pele fina, translúcida e azulada contra o fundo negro do cosmos. Mas as suas camadas mais altas, a 100 km de altitude, encontram-se num delicado equilíbrio. Aquecidas pelo Sol, as moléculas dos gases leves, como o hidrogénio, aumentam a sua velocidade. Quando ultrapassam os 11.2 metros por segundo escapam da atmosfera para o espaço como pequenas balas, enquanto que os gases mais pesados, como o azoto, o oxigénio ou o ozono, são retidos pela força da gravidade. A velocidade de 11.2 metros por segundo, a partir da qual é possível a qualquer objecto vencer a gravidade terrestre, é chamada velocidade de escape.
Se a Terra, com os mesmos 6654 km de raio, fosse menos densa, a força da gravidade seria menor. Nesse caso, a atmosfera expandir-se-ia devido à sua própria pressão, e o topo da atmosfera ficaria muito mais distante da superfície. É por esta razão que o topo da atmosfera de Titã, a 800 km de altitude, está muito distante da superfície. Sendo menos denso e mais pequeno que a Terra, e portanto muito mais leve, Titã apenas consegue manter a sua atmosfera por se encontrar bem distante do Sol.
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