Galáxias que albergam quasares: o painel de cima mostra galáxias que albergam quasares fortes emissores de rádio-frequência enquanto que o painel de baixo mostra galáxias albergadoras de quasares fracos emissores de rádio-frequência. Da esquerda para a direita a imagem mostra a variedade de morfologia das galáxias que contêm quasares que vai desde galáxias elípticas a galáxias elípticas com companheiras compactas e sistemas em interacção. Embora não se conheçam exemplos de galáxias espirais que alberguem fontes forte emissoras de rádio-frequência, elas podem no entanto conter um AGN fraco emissor de radio, como mostra o ultimo painel. As imagens correspondem a observações feitas com o HST por vários investigadores: John Bahcall, Sofia Kirhakos, and Donald Schneider (Astrophysical Journal 479, 642 (1997) e por Peter Boyce and Mike Disney (Nature 376, 150, 1995)
No livro 'Quasi-Stellar Objects' ('Objectos Quase-Estelares') escrito por Geoffrey e Margaret Burbidge poucos anos depois da descoberta dos primeiros quasares, foram enunciados os critérios que então levavam à classificação de uma fonte como quasar:
  • objecto de aparência estelar identificado com uma fonte emissora de radio;
  • objecto com brilho variável num determinado período de tempo;
  • forte emissão de radiação ultravioleta;
  • espectro de emissão com riscas largas e nalguns casos com riscas de absorção;
  • grandes desvios para o vermelho.
Apesar da radio-astronomia ter sido essencial para a descoberta dos quasares, a verdade e que os AGNs emitem todo o tipo de radiação, desde a radio-frequência até aos raios-gama, ou seja, emitem radiação desde as baixas energias até àquelas mais elevadas.
Em particular, à medida que os avanços tecnológicos permitiram observar o céu não só na banda radio e visível, mas também noutras bandas de frequência, como por exemplo nos raios-X, veio a constatar-se que somente 10% dos quasares são fortes emissores de rádio-frequência. Isto e, a grande maioria dos quasares nunca poderia ter sido detectada com os primeiros radio-telescopios! Mas então quais são os critérios necessários para sabermos se descobrimos um quasar, ou uma galáxia, ou uma estrela?

De facto a resposta a esta questão não é imediata. Os AGN mostram uma variedade muito grande nas suas propriedades e aspecto de tal forma que quase sempre é necessário fazer observações em pelo menos duas bandas de frequência para se poder confirmar que um determinado objecto constitui um AGN.
Na verdade já 20 anos antes da descoberta do primeiro quasar, Carl Seyfert seleccionava e estudava galáxias que achava pertencerem a uma classe distinta. A sua selecção puramente óptica era feita de acordo com base no elevado brilho da região central destas fontes. As galáxias assim seleccionadas apresentavam espectros de emissão distintos da maioria das outras galáxias então conhecidas e estudadas. Apesar de na altura estas fontes não receberem especial atenção, foram na verdade os primeiros AGN a serem seleccionados de forma sistemática.

Mas afinal que tipos de AGN existem? Certamente os mais conhecidos e divulgados são os Quasares com cerca de 24000 exemplos actualmente conhecidos. Esta classe capta frequentemente a atenção dos meios de informação porque entre eles estão os mais distantes objectos conhecidos. Porém existem também as galáxias Seyfert das quais se conhecem alguns milhares de exemplares, assim como os BL Lac dos quais se conhecem apenas algumas centenas.

Estes são apenas alguns dos exemplos da variedade do fenómeno que dá origem a um AGN. Porém, à medida que novos instrumentos são construídos, maior conhecimento é adquirido, e maior numero de objectos identificado, novas variações de AGN vão aparecendo, sendo muitas vezes difícil interpretá-las e agrupá-las. Mas isto, suponho é uma das coisas atractivas na ciência: quanto mais conhecimento adquirimos, mais desperta se torna a nossa curiosidade.