Inicialmente pensou-se que tanta energia era consequência de choques entre galáxias, mas logo se percebeu que mesmo este processo não seria suficiente para explicar toda a energia libertada. Uma outra sugestão, feita por G. Burbidge, propunha que a actividade extra vinha de uma série de explosões de supernovas que se desencadeavam na região central da galáxia. Embora esta proposta não tenha sido muito desenvolvida na altura, voltou a suscitar algum interesse mais recentemente para a explicação de alguns fenómenos em AGN. No entanto, foi a proposta feita por Hoyle e Fowler em 1963 que viria a ser geralmente aceite como a origem do fenómeno da actividade dos AGN. Estes investigadores propuseram que a extraordinária energia destas fontes de rádio era de origem gravitacional, derivada do colapso de objectos elevada massa sob os seus campos gravitacionais fortíssimos. Assim nasceu a ideia de que a espantosa actividade das fontes de rádio-frequência era o resultado da existência de um objecto extremamente massivo no seu centro. Feitas as contas a quantidade de energia libertada por estas fontes e a sua variabilidade, deduz-se que este objecto, normalmente conhecido por buraco negro, deverá ter massas entre o milhão e os mil milhões de massas solares, e estar concentrado numa região de cerca de 20 mil milhões de Km! Mas como pode um buraco negro massivo explicar a actividade dos AGN em geral? A ideia básica é que quando as galáxias são jovens as estrelas que estão na sua região central estão tão próximas que colidem e se aglutinam dando origem a um buraco negro massivo. O potencial atractivo deste objecto é tão poderoso que capta material que se avizinha e que pode ser ou uma estrela, ou gás do meio interestelar da própria galáxia ou até mesmo de uma galáxia vizinha. Acredita-se que este processo de 'alimentação' se faz através de um disco, chamado de acreção, e que neste processo seja emitida a radiação que vai desde o infravermelho ate aos raios-gama. Por exemplo, para manter os níveis de actividade observados nos AGN será preciso 'alimentá-lo' com uma massa equivalente a várias massas solares em cada ano... (*) Um ano-luz corresponde à distância que se percorreria ao fim de um ano viajando à velocidade da luz, ou seja, cerca de 9x1012Km
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