A Bolha Local



Figura 1: Localização da Bolha Local no contexto da Via Láctea. Crédito: ESA.
O exemplo mais próximo de uma bolha – cavidade de gás rarefeito delimitada por uma "casca" de
hidrogénio atómico – gerada pela explosão de estrelas (supernovas) é a Bolha Local (Figura 1). A importância desta cavidade reside em dois factos: (i) o Sistema Solar está imerso nela a cerca de 100 pc1 da sua extremidade e (ii) se não fosse a sua existência não observaríamos as estrelas, excluindo os planetas, a olho nu!

Nesta série de apontamentos irei descrever as observações efectuadas e os esforços teóricos que tem vindo a ser desenvolvidos, na maioria dos casos com recurso a supercomputadores, para se descrever correctamente a formação e evolução da Bolha Local. Em particular referirei alguns aspectos de grande importância e pouco conhecidos do leitor, nomeadamente: (i) caracterização da Bolha Local, (ii) o número de estrelas que lhe deram origem, (iii) a localização dos respectivos enxames estelares parentais e (iv) a distribuição de alguns iões (e.g., o O5+, indicativo de gás com temperaturas de 300 000 K).



Ao longo das próximas semanas vamos apresentar os seguintes temas:


Autoria:

Miguel A. de Avillez
Departamento de Matemática, Universidade de Évora, Portugal
Institut für Astronomie, Universität Wien, Áustria

1 1 pc = 3,086 × 1018 cm aproximadamente a distância do Sol à estrela mais próxima.