Alimentando o monstro – imagens do VLT revelam a vizinhança de um gigantesco buraco negro

2005-10-28
O instrumento de óptica adaptativa NACO, acoplado ao VLT (ESO), conseguiu obter imagens no infravermelho próximo da galáxia activa NGC 1097 com um detalhe sem precedentes. As imagens revelaram uma complexa rede de estrutura filamentar em movimento espiral na direcção do centro da galáxia. Estas observações fornecem uma nova aproximação à forma como os buracos negros de massa elevadíssima, escondidos no centro das galáxias, se "alimentam". Pela primeira vez, os astrónomos estão perante uma visão detalhada do processo de canalização de matéria, desde a zona central da galáxia até ao seu núcleo.
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Spitzer detecta discos planetários em torno de anãs castanhas

2005-10-26
O Telescópio Espacial Spitzer (NASA) detectou o que parece ser o primeiro estágio da formação de um sistema planetário em torno de anãs castanhas. As observações, efectuadas no infravermelho, permitiram descobrir acumulações de grãos de poeira microscópicos e pequenos cristais a orbitarem cinco anãs castanhas. Os cientistas pensam que estes grumos e cristais colidem entre si e vão-se agregando, crescem, e eventualmente formam planetas. Já se tem observado este cenário em regiões de formação de planetas em torno de estrelas, mas é a primeira vez que se detecta à volta de anãs castanhas, que são mais frias e menos luminosas.
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Estrelas formam-se surpreendentemente perto do buraco negro da Via Láctea

2005-10-20
O gigantesco buraco negro Sgr A*, existente no centro da Via Láctea, ajudou a produzir uma nova geração de estrelas, segundo observações realizadas pelo Observatório de Raios-X Chandra (NASA). Este resultado é surpreendente, uma vez que se esperava que, a uma distância tão próxima de Sgr A*, as nuvens de gás a partir das quais as estrelas se formam fossem desfeitas pelas forças de maré do buraco negro. No entanto, o estudo dos dados obtidos revelou que a gravidade do denso disco de gás em torno de Sgr A* compensa as forças de maré, permitindo a formação de estrelas.
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Cometas contêm mais poeira que gelo

2005-10-18
Observações do cometa 9P/Tempel 1, realizadas pela sonda Rosetta (ESA) após a colisão do Deep Impact, ocorrida a 4 de Julho de 2005, sugerem que os cometas são “corpos celestes de poeira com gelo” e não “corpos celestes de gelo com poeira”, como anteriormente se pensava. A Rosetta observou o Tempel 1 antes, durante e após o impacto e o seu sistema de imagem OSIRIS permitiu medir o conteúdo de vapor de água (4500 toneladas) e a massa de poeira criada pelo impacto. Os resultados indicam que a razão massa de poeira/massa de gelo correspondente é maior que 1, o que sugere que os cometas contêm afinal mais poeira, ligada pelo gelo, do que gelo, contaminado por poeira.
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Prémio Nobel da Física 2005

2005-10-13
A Real Academia das Ciências da Suécia anunciou no passado dia 4 os laureados com o Prémio Nobel da Física de 2005: metade do prémio é atribuída a Roy J. Glauber (Universidade de Harvard, EUA), “pela sua contribuição para a Teoria Quântica da Coerência Óptica”; a outra metade é partilhada por John L. Hall (Universidade do Colorado e Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia, EUA) e Theodor W. Hänsch (Instituto Max-Planck para a Óptica Quântica, Alemanha), “pelas suas contribuições para o desenvolvimento da espectroscopia laser de alta resolução, incluindo a técnica do pente de frequências ópticas.” Os trabalhos destes cientistas têm aplicações tanto de natureza teórica como prática. Por exemplo, permitem testar teorias fundamentais no que diz respeito a efeitos relativistas e a desvios nas constantes fundamentais; permitem refinar os sistemas de posição global, sincronizar redes de telescópios astronómicos espaciais e melhorar a navegação no espaço.
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Resolvido mistério cósmico com 35 anos

2005-10-12
Os satélites Swift (NASA/ASI/PPARC) e HETE-2 (NASA) detectaram várias fulgurações de raios gama de curta duração, cuja origem tem vindo a intrigar os cientistas há 35 anos. Observações subsequentes levaram à identificação de emissões pós fulguração de raios-X e, pela primeira vez, na banda óptica. A análise dos dados mostra que a origem destas fulgurações está na colisão e fusão de dois objectos compactos e, num dos casos específicos estudados, na fusão de um buraco negro com uma estrela de neutrões, tendo esta sido literalmente engolida pelo buraco negro. Um evento deste tipo é algo tão poderoso que cria ondas gravitacionais, pelo que esta descoberta pode vir a contribuir para o êxito da detecção directa destas ondas.
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Spitzer e Hubble descobrem galáxia bebé gigantesca no Universo recém-nascido

2005-10-06
Dois telescópios espaciais, o Spitzer (NASA) e o Hubble (NASA/ESA), reuniram os seus esforços para avaliarem a massa estelar de algumas galáxias muito distantes. Uma destas galáxias revelou possuir uma massa excessiva e ter atingido um grau de maturidade demasiado grande, dada a sua localização num Universo ainda muito jovem. Este facto resulta surpreendente, uma vez que se considera que as primeiras galáxias do Universo seriam aglomerações bem mais pequenas de estrelas e que só mais tarde se terão fundido com outras, dando origem a galáxias de maiores dimensões, tais como a Via Láctea.
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Eclipse anular do Sol observado em Argozelo

2005-10-05
O eclipse anular do Sol que ocorreu na manhã de 3 de Outubro ofereceu um espectáculo maravilhoso a todos os que se deslocaram até à faixa de anularidade. O NUCLIO esteve na Vila de Argozelo, no distrito de Bragança, que ficava muito próximo da linha central e juntou milhares de pessoas que acompanharam o eclipse através de telescópios com filtros solares, projecção com solarscopes e espelhos, ou simplesmente observando com óculos especiais. Portugal não presenciava um eclipse total ou anular desde 1912 e o próximo só será em 2028 (também anular). Nos dias que antecederam o eclipse, o NUCLIO organizou diversas actividades de divulgação que contaram com a presença de centenas de pessoas.
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