Afinal a estrela era um pulsar

2002-07-18

Concepção artística do sistema EXO 2030+375 que inclui um Pulsar de raios X. Crédito: NSSTC
O sistema EXO 2030+375 parecia uma estrela gigante
estrela gigante
Uma estrela gigante é uma estrela que terminou o processo de fusão de hidrogénio no seu núcleo e, por isso, arrefeceu e expandiu-se. As estrelas gigantes são o estado evoluído das estrelas anãs. Terminada a fusão de hidrogénio em hélio no núcleo, pode ocorrer um dos seguintes processos, ou os dois: a fusão de hidrogénio em hélio numa camada à volta do núcleo, ou a fusão de hélio em carbono e oxigénio no núcleo. As estrelas gigantes são muito luminosas: num diagrama Hertzsprung-Russell, o ramo das estrelas gigantes é mais luminoso do que a sequência principal. Exemplo de estrelas gigantes próximas de nós: Aldebarã, Arturus e Capela.
como tantas outras que existem no Universo. Pelo menos assim o pensava um grupo de investigadores americanos, britânicos e espanhóis que a observou ao longo de 32 meses, entre Agosto de 1993 e Abril de 1996.

Mas ao fim de algum tempo de investigação vieram a descobrir que esta estrela
estrela
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
era afinal um sistema duplo em que um dos elementos do par é um pulsar de raios X
raios-X
A radiação X é a radiação electromagnética cujo comprimento de onda está compreendido entre o ultravioleta e os raios gama, ou seja, pertence ao intervalo de aproximadamente 0,1 Å a 100 Å. Descobertos em 1895, os raios-X tambêm são, por vezes, chamados de raios de Röntgen em homenagem ao seu descobridor. A radiação X é altamente penetrante, o que a torna muito útil, por exemplo, para obter radiografias.
que fervilha de actividade. O ?erro? (inicial) dos cientistas justifica-se dada a proximidade de um buraco negro
buraco negro
Um buraco negro é um objecto cuja gravidade é tão forte que a sua velocidade de escape é superior à velocidade da luz. Em Astronomia, distinguem-se dois tipos de buraco negro: os buracos negros estelares, que resultam da morte de uma estrela de massa elevada, e os buracos negros galácticos, que existem no centro das galáxias activas.
que emite fortemente naquela frequência
frequência
Num fenómeno periódico, a frequência é o número de ciclos por unidade de tempo.
luminosa, mascarando quase completamente a radiação
radiação electromagnética
A radiação electromagnética, ou luz, pode ser considerada como composta por partículas (os fotões) ou ondas. As suas propriedades dependem do comprimento de onda: ondas ou fotões com comprimentos de onda mais longos traduzem radiação menos energética. A radiação electromagnética, ou luz, é usualmente descrita como um conjunto de bandas de radiação, como por exemplo o infravermelho, o rádio ou os raios-X.
emitida pelo pulsar.

O tipo de pulsar estudado orbita uma estrela com oito a quinze massas solares
massa solar
Massa solar é a quantidade de massa existente no Sol e, simultaneamente, a unidade na qual os astrónomos exprimem as massas das estrelas, nebulosas e galáxias. Uma massa solar é igual a 1,989x1030 kg.
, com uma assinatura facilmente distinguível ? linhas de emissão ópticas, causadas por material brilhante expelido pela estrela que deu origem ao pulsar e que se acumula num disco situado sobre o equador da estrela.

Os pulsares são estrelas de neutrões
estrela de neutrões
Uma estrela de neutrões é o remanescente de uma estrela de massa elevada que explodiu como supernova. Trata-se de um objecto muito compacto constituído essencialmente por neutrões, com apenas cerca de 10 a 20 km de diâmetro, uma densidade média entre 1013 e 1015 g/cm3, uma temperatura central de 109 graus e um intenso campo magnético de 1012 gauss.
rotativas que emitem radiação ao longo de um eixo que atravessa as zonas polares da estrela. Esse eixo também está em rotação e se, casualmente, apontar na nossa direcção, podemos detectá-lo, produzindo assim um efeito de impulsos periódicos.

Quando inicialmente se detectaram os pulsares, os cientistas chegaram a pôr a hipótese de serem mensagens provenientes de civilizações extraterrestres. Posteriormente as observações demonstraram que essa hipótese não era real.

Fonte original: http://www1.msfc.nasa.gov/NEWSROOM/NSSTC/news/photos/2002/photosN02-005.html