Júlio Verne em Nantes (1828-1847)
A ilha de Feydeau, onde se encontra a casa natal de Jules Verne, era uma ilha fluvial situada entre os dois braços do Loire. O imóvel de número 2, do cais Jean-Bart (hoje Cours des 50 Otages), onde ele passou os primeiros quatorze anos da sua vida, dominava a confluência do Loire com o Erdre. A casa de campo de Chantenay, permitia acompanhar a atividade do porto. Jules Verne só viu o mar pela primeira vez, com a idade de 12 anos, mas as ilhas, os portos e os navios que serão temas favoritos da maior parte de suas obras, desde de muito tempo já faziam parte da sua vida e dos seus sonhos.
Na família Verne, praticava-se a poesia de circunstância: os eventos de nascimentos e de casamentos eram ocasiões a serem celebradas em versos de alegria e de amor. Jules começou a redigir as suas primeiras poesias muito jovem. “Desde a idade dos 12 ou 14 anos”, declarou a um jornalista, em 1904, “tinha sempre um lápis comigo e quando estava na escola não parava de escrever, elaborando sobretudo poemas desde a adolescência.” Preencheu dois cadernos de poesia que o acompanharam por toda sua vida e que permaneceram inéditos até a sua morte e só foram publicados em 1989. Poesia lírica ou satírica, amorosa ou rima de cancioneiros eram os gêneros que mais o atraíam.
Mais tarde, foi também letrista, fornecendo ao seu amigo, o compositor Aristide Hignard, poemas que foram musicados. Suas canções reunidas apareceram em 1857, com o título Rimas e melodias.