Filtros frontais para observação e fotografia do Sol: 1- Mylar (Solar skreen), telescópio Takahashi FS60; 2- Thousand Oaks, telescópio C8, 3- Baader Planetarium, telescópio Takahashi FS102, 4- Baader Planetarium, telescópio Vixen 102. Pedro Ré (2001).
A observação e fotografia Solar revestem-se de numerosos perigos. NUNCA SE DEVE OBSERVAR OU FOTOGRAFAR O SOL SEM SE RECORRER AO USO DE FILTROS APROPRIADOS. Os filtros mais seguros são aqueles que podem ser montados antes da objectiva do telescópio (filtros frontais)

A Lua é um dos objectos celestes mais fáceis de fotografar. É relativamente simples obter boas fotografias lunares recorrendo a equipamento pouco sofisticado. A Lua pode ser fotografada recorrendo a inúmeros instrumentos. Pode utilizar-se uma teleobjectiva ou um telescópio. O diâmetro da imagem da Lua, no plano focal do filme, ou do sensor CCD, depende da distância focal do instrumento. O seu valor aproximado pode ser calculado através da seguinte fórmula:

Diâmetro da imagem da Lua = Distância focal / 110







Fotografia lunar. Tempos de exposição aproximados em segundos (filme 400 ISO/ASA).
1.f/D1 Crescente incial Crescente avancado Quarto crescente Lua gibosa Lua Cheia
2.8 1/250 1/500 1/1000 1/2000 1/8000
4 1/125 1/250 1/500 1/1000 1/4000
5.6 1/60 1/125 1/250 1/500 1/2000
8 1/30 1/60 1/125 1/250 1/500
11 1/15 1/30 1/60 1/125 1/250
16 1/8 1/15 1/30 1/60 1/125
22 1/4 1/8 1/15 1/30 1/60


Eclipse total do Sol de (19990811). Telescópio refractor Konus 80 mm f/5. Filme Fujichrome Sensia 100. Exposições 1/500 s e 1/250 s. Imagens processadas por computador para realçar as protuberâncias solares. Bucareste, Roménia. Pedro Ré (1999).
A fotografia de eclipses solares ou lunares pode ser levada a cabo recorrendo a algumas das técnicas já referidas anteriormente. Os eclipses totais do Sol são sem dúvida um dos fenómenos naturais mais interessantes de observar e de fotografar. Registar em filme ou em vídeo este tipo de acontecimentos é pois uma ambição natural de qualquer astrofotógrafo. Deve-se porém planear com antecedência e se possível treinar alguns procedimentos básicos que nos permitirão obter resultados satisfatórios. Os eclipses são acontecimentos efémeros (sobretudo no que diz respeito aos eclipses totais do sol) e não devemos “gastar” demasiado tempo no seu registo fotográfico. A totalidade pode durar apenas alguns minutos que devem ser devidamente apreciados. Algum planeamento prévio permitir-nos-á obter imagens do fenómeno e, ao mesmo tempo, observar o eclipse visualmente em boas condições e em segurança.

Eclipse total da Lua (19890817). Telescópio reflector 300 mm f/7.1. Filme Ecktachrome 100. Exposições de 30 s (fases parciais) e 60 s (totalidade). Pedro Ré (1989).
A fotografia de eclipses lunares é tecnicamente mais simples relativamente à fotografia de eclipses solares. Não necessitamos de utilizar qualquer tipo de filtro tal como sucede no caso da fotografia solar.

A fotografia de planetas, tal como alguns aspectos da fotografia solar e lunar, pode ser considerada como fotografia de alta resolução2 e constitui um domínio relativamente especializado e exigente da fotografia astronómica. A maioria das fotografias de planetas é actualmente realizada recorrendo ao uso de câmaras CCD refrigeradas e de Webcams modificadas. A fotografia planetária pode ser facilmente realizada a partir de um ambiente urbano em que poluição luminosa é moderada ou intensa.

Adaptação de duas Webcams para astrofotografia. 1- Philips Vesta Pro não modificada; 2- Vesta Pro munida de um adaptador standard 1 ¼”; 3 e 4- Toucam Pro modificada. Pedro Ré (2002).
Apesar da turbulência atmosférica desempenhar um papel central na obtenção de imagens planetárias, o instrumento utilizado é sem dúvida mais importante. De um modo geral podemos dizer que as imagens são mais degradadas pelo instrumento do que pelas condições de observação.

Qualquer telescópio de boa qualidade pode ser utilizado na obtenção de imagens planetárias de alta resolução. Apesar disso os telescópios do tipo Schmidt-Cassegrain são os mais usados com esta finalidade. Estes telescópios produzem excelentes resultados apesar de possuírem uma obstrução central importante provocada pelo espelho secundário3 com consequências marcadas no contraste (redução). Os telescópios refractores apocromáticos, além de não sofrerem qualquer tipo de obstrução, apresentam geralmente uma qualidade óptica superior. Este tipo de instrumentos atinge no entanto preços proibitivos em aberturas superiores a 100 mm. É por esta razão que os telescópios compostos ou catadióptricos (Schmidt-Cassegrain e Maksutov-Cassegrain) são os mais utilizados para obter imagens de alta resolução.



1 Num telescópio a relação focal ou relação f/D é o resultado da divisão da distância focal da objectiva pelo seu diâmetro. Por exemplo um telescópio de 200 mm de diâmetro com uma distância focal de 2000 mm apresenta uma relação focal de f/10.
2 A fotografia de alta resolução está relacionada com a obtenção de imagens planetárias, lunares e solares com um pormenor considerável, isto é, próximo do limite de resolução do instrumento utilizado.
3 A obstrução provocada pelo espelho secundário num telescópio Schmidt-Cassegrain é quase sempre superior a 30%.