Imagem da fonte mais luminosa que conhecemos 'Cygnus A'. Apesar de estar relativamente próxima de nós (cerca de 600 milhões de anos-luz), a galáxia é uma das mais fortes emissoras de rádio-frequência. Esta imagem corresponde a uma radio-fotografia obtida por Chris Carilli com o radio-interferometro VLA do Novo-Mexico (EUA).
Com a descoberta do primeiro quasar em 1963 o universo deixou de ser um lugar relativamente calmo. O espectáculo oferecido pelos Núcleos Galácticos Activos (AGN) leva-nos a encarar toda uma variedade de fenómenos violentos. Luminosidade igual a centenas de galáxias mas concentradas numa só fonte que se encontra a grandes distâncias de nós; buracos negros massivos que se 'alimentam' de gás e poeira equivalente a várias massas solares por ano; expulsão de matéria a velocidades relativistas que se estendem por milhares de milhões de anos-luz...

Definitivamente os avanços feitos nestes quase 40 anos de investigação sobre os AGN foram muitos e significativos. O desenvolvimento tecnológico permitiu a descoberta de milhares destas fontes de forma que conseguimos agora subdividi-las e agrupa-las de acordo com diferentes propriedades observadas. Conseguimos também conceber modelos que explicam a forma geral como funcionam e como se podem relacionar os diferentes tipos de AGN. Mas desenganem-se aqueles que pensam que conhecemos tudo sobre estas fontes e que pouco há já para fazer neste domínio.

Novos instrumentos estão a ser projectados ou construídos para que possamos aprofundar o nosso conhecimento sobre estas espantosas fontes espalhadas pelo universo. Esperamos com eles poder responder a questões como

- Será o fenómeno AGN uma fase na vida de todas as galáxias?
- Será que essa fase ocorre na parte inicial ou final da vida das galáxias?
- Será que depende das interacções e/ou colisões entre galáxias?
- Porque será que somente 10% dos quasares são fortes emissores de rádio-frequência?
- Que idade tinha o universo quando apareceu o primeiro quasar?

O nosso conhecimento sobre os AGN tem certamente evoluído bastante ao longo destes 40 anos, porém muitas são ainda as questões que permanecem sem resposta. Não sei se daqui a 40 anos teremos todas as respostas às perguntas que temos actualmente, mas parece-me que o número de questões é proporcional ao conhecimento que se adquire, e assim sendo, penso que daqui a 40 anos teremos ainda muitas perguntas por responder no que se refere ao estudo do universo.