Um círculo de estrelas azuis, muito quentes, envolve o núcleo amarelo de uma galáxia fora do comum, conhecida como Objecto de Hoag. A imagem do lado, obtida com o telescópio espacial Hubble (NASA), revela detalhes nunca antes observados em fotografias deste objecto.

A galáxia tem cerca de 120 000 anos-luz de extensão, um pouco mais do que a nossa galáxia. O anel azul, que é dominado por aglomerados de estrelas jovens e de massa elevada, contrasta fortemente com o núcleo amarelo constituído por estrelas mais velhas. O que parece ser um vazio a separar as duas populações de estrelas pode, na verdade, conter enxames de estrelas demasiado ténues para se poderem observar. Curiosamente, um objecto muito parecido com o Objecto de Hoag encontra-se nessa separação, acima do núcleo e ligeiramente à direita. Trata-se, provavelmente, de uma galáxia em forma de anel que se encontra por detrás desta galáxia.

Galáxias em forma de anel podem ter origens diferentes. Um cenário possível é a sua formação dar-se através da colisão de duas galáxias. Por vezes, uma galáxia atravessa a outra, despoletando episódios de formação de estrelas. No Objecto de Hoag não se encontram vestígios óbvios de uma segunda galáxia, o que leva a crer que o anel azul de estrelas é o que resta da galáxia que colidiu. Alguns astrónomos estimam que a colisão terá ocorrido há 2 ou 3 mil milhões de anos.

Esta galáxia fora do comum foi descoberta em 1950 pelo astrónomo Art Hoag. Hoag julgou ter descoberto uma nebulosa planetária (o estágio final de uma estrela como o nosso Sol), mas rapidamente descartou essa possibilidade, sugerindo que o misterioso objecto seria, provavelmente, uma galáxia. Observações efectuadas nos anos 70s confirmaram essa predição, embora muitos dos pormenores da galáxia Hoag se mantenham, ainda hoje, um mistério. A galáxia encontra-se a 600 milhões de anos-luz de nós, na constelação da Serpente.

Fonte da notícia: http://oposite.stsci.edu/pubinfo/pr/2002/21