Plumas misteriosas em Marte intrigam os cientistas
2015-02-18
Em cima: Observação da pluma misteriosa (marcada com a seta amarela) no limbo de Marte, a 20 de Março de 2012, realizada pelo astrónomo W. Jaeschke. Na imagem, o pólo norte está virado baixo e o pólo sul para cima. Crédito: W. Jaeschke. Em baixo: à direita, o local da pluma é identificado no círculo amarelo. À esquerda, vistas aproximadas da mudança de morfologia da pluma em imagens obtidas por W. Jaeschke e D. Parker, a 21 de Março de 2012. O fundo é uma região de Marte conhecida como Terra Cimmeria, onde a pluma se formou. Crédito: W. Jaeschke and D. Parker.
Marte
Marte é o quarto planeta do Sistema Solar, a contar do Sol. É o último dos chamados planetas interiores. O seu diâmetro é cerca de 50% mais pequeno do que o da Terra e possui uma superfície avermelhada, sendo também conhecido como planeta vermelho.
que estão a causar um alvoroço entre os cientistas que estudam o clima do planetaMarte é o quarto planeta do Sistema Solar, a contar do Sol. É o último dos chamados planetas interiores. O seu diâmetro é cerca de 50% mais pequeno do que o da Terra e possui uma superfície avermelhada, sendo também conhecido como planeta vermelho.
planeta
Um planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam.
vermelho.
Um planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam.
Em duas ocasiões distintas, Março e Abril de 2012, os astrónomos amadores relataram a observação de estruturas semelhantes a plumas a desenvolverem-se no planeta.
As plumas foram vistas a atingir altitudes superiores a 250 km acima da mesma região de Marte em ambas as ocasiões. Em comparação, estruturas semelhantes observadas no passado não ultrapassaram a altitude de 100 km.
"A cerca de 250 km, a separação entre a atmosfera
atmosfera
1- Camada gasosa que envolva um planeta ou uma estrela. No caso das estrelas, entende-se por atmosfera as suas camadas mais exteriores. 2- A atmosfera (atm) é uma unidade de pressão equivalente a 101 325 Pa.
e o espaço exterior é muito fina, por isso as plumas relatadas são extremamente inesperadas", disse Agustin Sanchez-Lavega da Universidade do País Vasco, Espanha, principal autor do artigo, a apresentar os resultados, na revista Nature.
1- Camada gasosa que envolva um planeta ou uma estrela. No caso das estrelas, entende-se por atmosfera as suas camadas mais exteriores. 2- A atmosfera (atm) é uma unidade de pressão equivalente a 101 325 Pa.
As estruturas desenvolveram-se em menos de 10 horas, cobrindo uma área de até 1000 X 500 km, e permaneceram visíveis por cerca de 10 dias, com as suas morfologias a alterarem-se de dia para dia.
Nenhuma das sondas na órbita
órbita
A órbita de um corpo em movimento é a trajectória que o corpo percorre no espaço.
de Marte viu as estruturas devido às geometrias de observação e condições de iluminação no momento.
A órbita de um corpo em movimento é a trajectória que o corpo percorre no espaço.
No entanto, a verificação de imagens de arquivo do Telescópio Espacial Hubble
Hubble Space Telescope (HST)
O Telescópio Espacial Hubble é um telescópio espacial que foi colocado em órbita da Terra em 1990 pela NASA, em colaboração com a ESA. A sua posição acima da atmosfera terrestre permite-lhe observar os objectos astronómicos com uma qualidade ímpar.
, realizadas entre 1995 e 1999, e de bancos de imagens de amadores, abrangendo o período entre 2001 e 2014, revelou nuvens ocasionais no limbo de Marte, embora normalmente só até aos 100 km de altitude.
O Telescópio Espacial Hubble é um telescópio espacial que foi colocado em órbita da Terra em 1990 pela NASA, em colaboração com a ESA. A sua posição acima da atmosfera terrestre permite-lhe observar os objectos astronómicos com uma qualidade ímpar.
Mas um conjunto de imagens do Hubble, de 17 de Maio de 1997, revelou uma pluma anormalmente alta, semelhante às que foram observadas pelos astrónomos amadores em 2012.
Os cientistas estão agora a tentar determinar da natureza e a causa destas plumas usando dados do Hubble em combinação com imagens obtidas por amadores.
"Uma das ideia que discutimos é a de as estruturas serem causadas por uma nuvem reflectiva de água gelada, dióxido de carbono gelado ou partículas de poeira, mas isto exigiria desvios excepcionais em relação aos modelos padrão da circulação atmosférica de Marte para explicar a formação de nuvens a altitudes tão elevadas", disse Sanchez-Lavega.
"Uma outra ideia é a de que estão relacionadas com a emissão de auroras
aurora
A aurora é a luz emitida pelos iões da atmosfera terrestre, principalmente nos pólos geomagnéticos da Terra, estimulada pelo bombardeamento de partículas de alta energia ejectadas pelo Sol. As auroras aparecem dois dias depois das fulgurações solares, proporcionando um espectáculo de rara beleza, e atingem o seu pico cerca de dois anos depois do máximo de manchas solares. As auroras boreais e austrais são observáveis a latitudes elevadas no hemisfério Norte e hemisfério Sul, respectivamente.
, e de facto foram já observadas auroras nestes locais, ligadas a uma região conhecida na superfície onde existe uma grande anomalia no campo magnéticoA aurora é a luz emitida pelos iões da atmosfera terrestre, principalmente nos pólos geomagnéticos da Terra, estimulada pelo bombardeamento de partículas de alta energia ejectadas pelo Sol. As auroras aparecem dois dias depois das fulgurações solares, proporcionando um espectáculo de rara beleza, e atingem o seu pico cerca de dois anos depois do máximo de manchas solares. As auroras boreais e austrais são observáveis a latitudes elevadas no hemisfério Norte e hemisfério Sul, respectivamente.
campo magnético
O campo magnético é a região em torno de um corpo na qual é detectada uma força magnética. Os campos magnéticos actuam apenas em partículas electricamente carregadas. Campos magnéticos fracos são por exemplo gerados por efeito de dínamo no interior dos planetas e luas, enquanto que campos magnéticos mil milhões de vezes mais fortes podem ser gerados em estrelas e galáxias. Os campos magnéticos são capazes de controlar o movimento de gás ionizado e até moldar a forma dos corpos por eles actuados.
da crosta", acrescentou Antonio Garcia Munoz, investigador no ESTEC (European Space Research and Technology Centre) da ESAO campo magnético é a região em torno de um corpo na qual é detectada uma força magnética. Os campos magnéticos actuam apenas em partículas electricamente carregadas. Campos magnéticos fracos são por exemplo gerados por efeito de dínamo no interior dos planetas e luas, enquanto que campos magnéticos mil milhões de vezes mais fortes podem ser gerados em estrelas e galáxias. Os campos magnéticos são capazes de controlar o movimento de gás ionizado e até moldar a forma dos corpos por eles actuados.
European Space Agency (ESA)
A Agência Espacial Europeia foi fundada em 1975 e actualmente conta com 15 países membros, incluindo Portugal.
e co-autor do estudo.
A Agência Espacial Europeia foi fundada em 1975 e actualmente conta com 15 países membros, incluindo Portugal.
Ainda não se sabe qual a natureza e origem destas curiosas plumas marcianas de grande altitude. Mais informação será certamente possível após a chegada da ExoMars Trace Gas Orbiter da ESA ao Planeta Vermelho, com lançamento previsto para 2016.
Fonte da notícia: http://www.esa.int/Our_Activities/Space_Science/Mystery_Mars_plume_baffles_scientists