Descoberta de supernova revela como morrem as maiores e mais brilhantes estrelas
2014-05-22
Imagem, antes e depois, de uma supernova brilhante (direita), SN 2013cu, que explodiu na galáxia UGC 9379, a cerca de 360 milhões de anos-luz da Terra. A imagem da esquerda foi obtida pelo Sloan Digital Sky Survey, enquanto que a da direita foi obtida com um telescópio de 60 polegadas do Observatório Palomar. Crédito: Avishay Gal-Yam, Weizmann Institute of Science.
estrela
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
mais luminosas e de maior massaUma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
massa
A massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
explodiam quando morriam. Os astrónomos obtiveram agora a prova mais directa de que esses monstros cósmicos morrem numa explosão estrondosa.
A massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
Os resultados lançam um novo olhar sobre as explosões de estrelas que fornecem ao Universo os ingredientes para a formação de planetas
planeta
Um planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam.
e de vida.
Um planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam.
Com uma massa 330 mil vezes superior à da Terra, o Sol
Sol
O Sol é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da sequência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilómetros.
é responsável por 99,86% da massa total do Sistema SolarO Sol é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da sequência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilómetros.
Sistema Solar
O Sistema Solar é constituído pelo Sol e por todos os objectos que lhe estão gravitacionalmente ligados: planetas e suas luas, asteróides, cometas, material interplanetário.
, mas, como estrela, o Sol pertence ao um grupo de pesos leves. As maiores e mais luminosas estrelas do Universo são as Wolf-Rayet, com massas 20 vezes superiores à do Sol e temperaturas pelo menos 5 vezes mais elevadas. Os astrónomos conhecem apenas algumas centenas de estrelas deste tipo.
O Sistema Solar é constituído pelo Sol e por todos os objectos que lhe estão gravitacionalmente ligados: planetas e suas luas, asteróides, cometas, material interplanetário.
O calor
calor
O calor é energia em trânsito entre dois corpos ou sistemas.
intenso nas estrelas Wolf-Rayet obriga a sua matéria a separar-se, o que as torna extremamente ventosas. Cada ano, é comum perderem uma massa equivalente à da Terra, com ventos a soprar na ordem dos 9 milhões de km/h.
O calor é energia em trânsito entre dois corpos ou sistemas.
Os astrónomos suspeitavam que as estrelas Wolf-Rayet se auto-destruíam violentamente como supernovas
supernova
Uma supernova é a explosão de uma estrela no final da sua vida. As explosões de supernova são de tal forma violentas e luminosas que o seu brilho pode ultrapassar o brilho de uma galáxia inteira. Existem dois tipos principais de supernova: as supernovas Tipo Ia, que resultam da explosão duma estrela anã branca que, no seio de um sistema binário, rouba matéria da estrela companheira até a sua massa atingir o limite de Chandrasekhar e então colapsa; e as supernovas Tipo II, que resultam da explosão de uma estrela isolada de massa elevada (com massa superior a cerca de 4 vezes a massa do Sol) que esgotou o seu combustível nuclear e expeliu as suas camadas externas, restando apenas um objecto compacto (uma estrela de neutrões ou um buraco negro).
, as mais poderosas explosões estelares do Universo. Estas explosões são suficientemente brilhantes para ofuscarem momentaneamente as próprias galáxiasUma supernova é a explosão de uma estrela no final da sua vida. As explosões de supernova são de tal forma violentas e luminosas que o seu brilho pode ultrapassar o brilho de uma galáxia inteira. Existem dois tipos principais de supernova: as supernovas Tipo Ia, que resultam da explosão duma estrela anã branca que, no seio de um sistema binário, rouba matéria da estrela companheira até a sua massa atingir o limite de Chandrasekhar e então colapsa; e as supernovas Tipo II, que resultam da explosão de uma estrela isolada de massa elevada (com massa superior a cerca de 4 vezes a massa do Sol) que esgotou o seu combustível nuclear e expeliu as suas camadas externas, restando apenas um objecto compacto (uma estrela de neutrões ou um buraco negro).
galáxia
Um vasto conjunto de estrelas, nebulosas, gás e poeira interestelar gravitacionalmente ligados. As galáxias classificam-se em três categorias principais: espirais, elípticas e irregulares.
hospedeiras, e vão enriquecê-las com elementos pesados que, eventualmente, se tornam os blocos de construção de planetas e da vida.
Um vasto conjunto de estrelas, nebulosas, gás e poeira interestelar gravitacionalmente ligados. As galáxias classificam-se em três categorias principais: espirais, elípticas e irregulares.
No entanto, as quantidades gigantescas de matéria que estas estrelas espalham obscurecem-nas geralmente por completo, por isso os cientistas não estavam certos de como elas se formam, vivem e morrem.
"Descobrir que tipo de estrela explodiu, depois de ter explodido, é naturalmente um problema difícil, já que a explosão destrói grande parte da informação" disse o autor do estudo, Avishay Gal-Yam, um astrofísico do Instituto Weizmann de Ciência, em Israel.
Alguns investigadores ainda levantaram dúvidas a respeito de as estrelas Wolf-Rayet explodirem como supernovas. "Há modelos que prevêem que as estrelas Wolf-Rayet entram em colapso, formando um buraco negro
buraco negro
Um buraco negro é um objecto cuja gravidade é tão forte que a sua velocidade de escape é superior à velocidade da luz. Em Astronomia, distinguem-se dois tipos de buraco negro: os buracos negros estelares, que resultam da morte de uma estrela de massa elevada, e os buracos negros galácticos, que existem no centro das galáxias activas.
, tranquilamente, sem darem origem a uma supernova luminosa" notou Gal-Yam.
Um buraco negro é um objecto cuja gravidade é tão forte que a sua velocidade de escape é superior à velocidade da luz. Em Astronomia, distinguem-se dois tipos de buraco negro: os buracos negros estelares, que resultam da morte de uma estrela de massa elevada, e os buracos negros galácticos, que existem no centro das galáxias activas.
Agora, pela primeira vez, os cientistas têm a confirmação directa de que uma estrela Wolf-Rayet terminou a sua vida como uma supernova. As descobertas vêm detalhadas na edição de 22 de Maio da revista Nature.
Os investigadores focaram-se na supernova SN 2013cu, que explodiu a cerca de 360 milhões de anos-luz
ano-luz (al)
O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
da Terra, na constelaçãoO ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
constelação
Designa-se por constelação cada uma das 88 regiões em que se divide a abóbada celeste, por convenção de 1922.
de Boieiro. Esta explosão foi uma supernova de Tipo IIb, o que significa que ocorreu após o núcleo da estrela ficar sem combustível, colapsando para um pequeno objecto extraordinariamente denso numa fracção de segundo e dando origem a uma explosão. O que sobra destas supernovas é uma estrela de neutrõesDesigna-se por constelação cada uma das 88 regiões em que se divide a abóbada celeste, por convenção de 1922.
estrela de neutrões
Uma estrela de neutrões é o remanescente de uma estrela de massa elevada que explodiu como supernova. Trata-se de um objecto muito compacto constituído essencialmente por neutrões, com apenas cerca de 10 a 20 km de diâmetro, uma densidade média entre 1013 e 1015 g/cm3, uma temperatura central de 109 graus e um intenso campo magnético de 1012 gauss.
ou um buraco negro.
Uma estrela de neutrões é o remanescente de uma estrela de massa elevada que explodiu como supernova. Trata-se de um objecto muito compacto constituído essencialmente por neutrões, com apenas cerca de 10 a 20 km de diâmetro, uma densidade média entre 1013 e 1015 g/cm3, uma temperatura central de 109 graus e um intenso campo magnético de 1012 gauss.
Os investigadores descobriram a supernova muito cedo, logo após ter explodido, durante a pesquisa intermediate Palomar Transient Factory (iPTF), que varre o céu com um telescópio montado com um sistema robótico de observação.
"Agora, enviamos alertas de supernova, de alta qualidade, para os astrónomos de todo o mundo em menos de 40 minutos", disse o co-autor Peter Nugent, um investigador da Universidade da Califórnia, em Berkeley.
Em seguida, os cientistas usaram telescópios terrestres e espaciais para observarem a supernova recém-nascida, aproximadamente entre as 5,7 e as 15 horas após ter explodido.
"As capacidades de observação recentemente desenvolvidas permitem-nos estudar estrelas que explodem de uma forma que antes só poderíamos sonhar", disse Gal-Yam. "Estamos a caminhar para estudos de supernovas em tempo real".
A explosão ionizou as moléculas
molécula
Uma molécula é a unidade mais pequena de um composto químico, sendo constituída por um ou mais átomos, ligados entre si pelas interacções dos seus electrões.
vizinhas com um flash ultravioletaUma molécula é a unidade mais pequena de um composto químico, sendo constituída por um ou mais átomos, ligados entre si pelas interacções dos seus electrões.
ultravioleta
O ultravioleta á a banda do espectro electromagnético que cobre a gama de comprimentos de onda entre os 91,2 e os 350 nanómetros. Esta radiação é largamente bloqueada pela atmosfera terrestre.
, dando-lhes uma carga eléctrica. O material ionizadoO ultravioleta á a banda do espectro electromagnético que cobre a gama de comprimentos de onda entre os 91,2 e os 350 nanómetros. Esta radiação é largamente bloqueada pela atmosfera terrestre.
ionização
Processo pelo qual um átomo (ou molécula) electricamente neutro ganha ou perde um ou mais electrões, transformando-se num ião.
que rodeava a estrela emite luz que nos diz qual a composição elementar do vento, e, por consequência, a composição da superfície da estrela tal como era pouco antes de explodir", afirmou Gal-Yam. "É uma informação muito poderosa sobre a natureza da estrela que explodiu e sobre a forma como ela evoluiu antes de explodir, e é a primeira vez que conseguimos obter este tipo de informação."
Processo pelo qual um átomo (ou molécula) electricamente neutro ganha ou perde um ou mais electrões, transformando-se num ião.
“A oportunidade dura apenas um dia, antes da onda da explosão da supernova varrer a ionização” acrescentou Gal-Yam.
A luz emitida sugeriu que a mãe da supernova era uma estrela Wolf-Rayet rica em azoto. "Esta é a prova", disse Nugent. "Pela primeira vez, podemos apontar directamente para uma observação e dizer que este tipo de estrela Wolf-Rayet leva a uma supernova de Tipo IIb."
"Quando identifiquei o primeiro exemplo de uma supernova de Tipo IIb, em 1987, sonhei que um dia teríamos a prova directa do tipo de estrela que explodiu", disse o co-autor Alex Filippenko, um investigador da Universidade da Califórnia, em Berkeley. "É refrescante podermos agora dizer que as estrelas Wolf-Rayet são as responsáveis, pelo menos em alguns casos."
Estudos futuros poderão analisar mais estrelas Wolf-Rayet, com o objectivo de determinar se estas mortes violentas são para elas um padrão.
"Se pudermos mostrar ser esta a norma para estas estrelas de grande massa, então terão de ser desenvolvidas novas teorias que expliquem como é possível estas estrelas formarem um buraco negro e ainda expelirem quantidades enormes de matéria e de energia dando origem a supernovas tão luminosas", rematou Gal-Yam.
Fontes da Notícia: http://www.nature.com/news/out-with-a-bang-1.15258
e http://www.space.com/25961-supernova-death-biggest-brightest-stars.html