Observatório Espacial Herschel descobre mega fusão de galáxias
2013-05-23
Vários telescópios uniram-se para descobrir uma rara e enorme fusão de duas galáxias gigantes (HXMM01) que ocorreu quando o Universo tinha apenas 3 mil milhões de anos (a sua idade actual é de aproximadamente 14 mil milhões de anos). Crédito: ESA/NASA/JPL-Caltech/UC Irvine/STScI/Keck/NRAO/SAO.
fusão
1- passagem do estado sólido ao líquido, por efeito do calor; 2- junção, união.
de duas galáxias1- passagem do estado sólido ao líquido, por efeito do calor; 2- junção, união.
galáxia
Um vasto conjunto de estrelas, nebulosas, gás e poeira interestelar gravitacionalmente ligados. As galáxias classificam-se em três categorias principais: espirais, elípticas e irregulares.
foi descoberta em imagens captadas pelo observatório espacial Herschel, uma missão da Agência Espacial EuropeiaUm vasto conjunto de estrelas, nebulosas, gás e poeira interestelar gravitacionalmente ligados. As galáxias classificam-se em três categorias principais: espirais, elípticas e irregulares.
European Space Agency (ESA)
A Agência Espacial Europeia foi fundada em 1975 e actualmente conta com 15 países membros, incluindo Portugal.
(ESA), com importante participação da NASAA Agência Espacial Europeia foi fundada em 1975 e actualmente conta com 15 países membros, incluindo Portugal.
National Aeronautics and Space Administration (NASA)
Entidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
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Entidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
Estudos de acompanhamento realizados por vários telescópios, no solo e no espaço, incluindo os telescópios espaciais Hubble e Spitzer, contam a história de duas galáxias distantes entrelaçadas e gerando estrelas
estrela
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
de forma violenta. Eventualmente, o par irá sossegar para formar uma galáxia elíptica super-gigante.
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
Os resultados ajudam a explicar um mistério em astronomia. Quando o nosso Universo tinha entre 3 a 4 mil milhões anos, estava preenchido por grandes galáxias elípticas, avermelhadas, compostas por estrelas velhas. Os cientistas têm-se questionado se as galáxias se formaram lentamente, ao longo do tempo, através da anexação de galáxias menores, ou se, pelo contrario, se formaram mais rapidamente, através de colisões poderosas entre duas grandes galáxias.
As novas descobertas sugerem que as fusões poderosas são responsáveis pelas galáxias elípticas gigantes.
"Estamos a olhar para uma fase bem jovem da vida destas galáxias - uma explosão de actividade adolescente que não irá durar muito tempo", disse Hai Fu, da Universidade da Califórnia, em Irvine, que é o principal autor do novo estudo descrevendo os resultados. O estudo foi publicado a 22 de Maio na edição online da revista Nature.
"Estas galáxias que se fundem estão repletas de novas estrelas e completamente escondidas pela poeira", disse o co-autor Asantha Cooray, também da Universidade da Califórnia, em Irvine. "Sem os detectores de infravermelho
infravermelho
Região do espectro electromagnético compreendida entre os comprimentos de onda de 0,7 e 350 mícrones. Esta banda permite observar astros, fenómenos, ou processos físicos com temperaturas entre 10 e 5200 graus Kelvin.
do Herschel não teríamos sido capazes de ver o que está para lá da poeira."
Região do espectro electromagnético compreendida entre os comprimentos de onda de 0,7 e 350 mícrones. Esta banda permite observar astros, fenómenos, ou processos físicos com temperaturas entre 10 e 5200 graus Kelvin.
O Herschel, que operou durante quase quatro anos, foi projectado para ver a luz infravermelha de comprimento de onda
comprimento de onda
Designa-se por comprimento de onda a distância entre dois pontos sucessivos de amplitude máxima (ou mínima) de uma onda.
mais longo. Tal como era esperado, recentemente ficou sem o líquido refrigerador necessário para arrefecer os seus instrumentos delicados para infravermelhos. Embora a sua missão no espaço tenha terminado, os astrónomos ainda estão a examinar os seus dados e novas descobertas são esperadas.
Designa-se por comprimento de onda a distância entre dois pontos sucessivos de amplitude máxima (ou mínima) de uma onda.
No novo estudo, o Herschel foi usado para detectar as galáxias em colisão, chamadas HXMM01, localizadas a cerca de 11 mil milhões de anos-luz
ano-luz (al)
O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
da Terra, numa época em que nosso Universo tinha cerca de 3 mil milhões de anos. Primeiro, os astrónomos pensaram que as duas galáxias eram apenas a imagem distorcida de uma galáxia por uma lente gravitacionalO ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
efeito de lente gravitacional
O efeito de lente gravitacional consiste na deflexão da luz provocada pelo campo gravitacional muito forte de um objecto que se encontra entre o observador e a fonte de luz. Por exemplo, uma galáxia, ou um enxame de galáxias, que se encontre entre nós e um objecto astronómico muito distante, como um quasar, pode actuar como uma lente gravitacional. Tipicamente, o efeito de lente gravitacional faz com que se observe, numa única fotografia, mais do que uma imagem do mesmo objecto.
. As galáxias-lente são bastante comuns em astronomia e ocorrem quando a gravidade de uma galáxia em primeiro plano distorce a luz de um objecto mais distante. Após uma investigação minuciosa, a equipa percebeu que estava realmente a olhar para uma fusão de duas galáxias gigantes.
O efeito de lente gravitacional consiste na deflexão da luz provocada pelo campo gravitacional muito forte de um objecto que se encontra entre o observador e a fonte de luz. Por exemplo, uma galáxia, ou um enxame de galáxias, que se encontre entre nós e um objecto astronómico muito distante, como um quasar, pode actuar como uma lente gravitacional. Tipicamente, o efeito de lente gravitacional faz com que se observe, numa única fotografia, mais do que uma imagem do mesmo objecto.
A caracterização posterior revelou que o par está a produzir o equivalente a 2000 estrelas por ano. Em comparação, a nossa Via Láctea
Via Láctea
A Via Láctea é a galáxia de que faz parte o nosso Sistema Solar. Trata-se de uma galáxia espiral gigante, com um diâmetro de cerca de 160 mil anos-luz e uma massa da ordem de 100 mil milhões de vezes a massa do Sol.
produz cerca de 2 a 3 estrelas por ano. O número total de estrelas em ambas as galáxias em colisão é de cerca de 400 mil milhões.
A Via Láctea é a galáxia de que faz parte o nosso Sistema Solar. Trata-se de uma galáxia espiral gigante, com um diâmetro de cerca de 160 mil anos-luz e uma massa da ordem de 100 mil milhões de vezes a massa do Sol.
As fusões são bastante comuns no cosmos
Cosmos
O conjunto de tudo quanto existiu, existe e alguma vez existirá. A larga escala, o Universo parece ser isotrópico e homogéneo.
, mas este evento, em particular, é mais raro por causa das enormes quantidades de gás e de formação de estrelas e também pelo tamanho que apresentam as galáxias envolvidas, numa época tão remota.
O conjunto de tudo quanto existiu, existe e alguma vez existirá. A larga escala, o Universo parece ser isotrópico e homogéneo.
Os resultados vão contra o modelo mais popular que explica que as galáxias de maior tamanho surgem através da anexação pequenas galáxias. Em vez disso, temos a colisão e fusão de duas galáxias gigantes, cada uma cheia de gás, poeira e novas estrelas... uma fusão que, por sua vez, provocou a formação frenética de ainda mais estrelas.
O reservatório de gás contido no sistema será rapidamente esgotado, extinguindo a formação de estrelas e levando ao envelhecimento de uma população de estrelas vermelhas e frias.
O Dr. Fu e sua equipa estimam que serão precisos cerca de 200 milhões de anos para converter todo o gás em estrelas, com o processo de fusão concluído no prazo de mil milhões de anos. O produto final será uma enorme galáxia elíptica vermelha e morta com cerca de 400 mil milhões de massas solares
massa solar
Massa solar é a quantidade de massa existente no Sol e, simultaneamente, a unidade na qual os astrónomos exprimem as massas das estrelas, nebulosas e galáxias. Uma massa solar é igual a 1,989x1030 kg.
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Massa solar é a quantidade de massa existente no Sol e, simultaneamente, a unidade na qual os astrónomos exprimem as massas das estrelas, nebulosas e galáxias. Uma massa solar é igual a 1,989x1030 kg.
Fontes da notícia:
NASA: http://www.nasa.gov/mission_pages/herschel/news/herschel20130522.html
ESA: http://www.esa.int/Our_Activities/Space_Science/Herschel/Rare_merger_reveals_secrets_of_galaxy_evolution