Marte é bombardeado por 200 pequenos asteróides e cometas todos os anos

2013-05-16

Em cima: Um conjunto relativamente novo de crateras de impacto em Marte, visto pela câmara HiRISE na sonda Mars Reconnaissance Orbiter. Crédito: NASA / JPL-Caltech / MSSS / Univ. do Arizona. Em baixo: Exemplos de crateras listados no documento The Current Martian Cratering Rate. Crédito: NASA / JPL / Univ. do Arizona.
Cientistas usando imagens do Mars
Marte
Marte é o quarto planeta do Sistema Solar, a contar do Sol. É o último dos chamados planetas interiores. O seu diâmetro é cerca de 50% mais pequeno do que o da Terra e possui uma superfície avermelhada, sendo também conhecido como planeta vermelho.
Reconnaissance Orbiter
(MRO), da NASA
National Aeronautics and Space Administration (NASA)
Entidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
, estimam que o planeta
planeta
Um planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam.
Marte é bombardeado, por ano, por mais de 200 pequenos asteróides
asteróide
Um asteróide é um pequeno corpo rochoso que orbita em torno do Sol, com uma dimensão que pode ir desde os 100 m até aos 1000 km. A maioria dos asteróides encontra-se entre as órbitas de Marte e de Júpiter. Também são designados por planetas menores.
ou pedaços de cometas
cometa
Os cometas são pequenos corpos irregulares, compostos por gelos (de água e outros) e poeiras. Os cometas têm órbitas de grande excentricidade à volta do Sol. As estruturas mais importantes dos cometas são o núcleo, a cabeleira e as caudas.
, formando crateras com pelo menos 3,9 metros de diâmetro.

Na última década, os investigadores identificaram 248 novos locais de impacto em partes da superfície marciana, usando imagens da sonda para determinarem quando surgiram as crateras. A estimativa de 200 impactos por ano é um cálculo feito com base no número encontrado numa pesquisa sistemática de uma parte do planeta.

A câmara de alta resolução HiRISE (High Resolution Imaging Science Experiment) tirou fotos das crateras recentes em locais onde imagens do tipo antes-depois de outras câmaras detectaram a ocorrência de impactos. Esta combinação traduz uma nova forma de fazer medições directas da taxa de impacto em Marte, e levará a melhores estimativas da idade dos fenómenos recentes em Marte, alguns dos quais podem ter sido o resultado de mudanças climáticas.

"É emocionante encontrar estas novas crateras logo após se terem formado", disse Ingrid Daubar da Universidade do Arizona, Tucson, principal autora do artigo publicado este mês online pela revista Icarus. "Lembra que Marte é um planeta activo e podemos estudar os processos que estão a acontecer hoje."

Estes fragmentos de asteróides ou cometas têm tipicamente não mais que 1 a 2 metros de diâmetro. São pedras demasiado pequenas para atingirem o chão no planeta Terra, mas geram crateras em Marte, pois o planeta vermelho tem uma atmosfera
atmosfera
1- Camada gasosa que envolva um planeta ou uma estrela. No caso das estrelas, entende-se por atmosfera as suas camadas mais exteriores. 2- A atmosfera (atm) é uma unidade de pressão equivalente a 101 325 Pa.
muito mais fina.

O HiRISE identificou locais onde apareceram manchas escuras durante o intervalo entre imagens captadas pela câmara CTX (Context Camera) da sonda ou por outras câmaras em orbita. A nova estimativa da taxa de ocorrência de crateras tem por base uma porção das 248 novas crateras detectadas. Vem da verificação sistemática, desde o final de 2006 e com a CTX, de uma região do planeta cheia de poeira. Os impactos perturbam a poeira, criando zonas de explosão visíveis. Nesta parte da pesquisa, foram identificados 44 locais de impacto recentes.

O meteoro que caiu sobre Chelyabinsk, na Rússia, em Fevereiro último, foi cerca de 10 vezes maior que os objectos que cavaram as crateras marcianas recentes.

As estimativas da taxa de aparecimento das novas crateras servem como o melhor critério para os cientistas estimarem a idade das superfícies expostas de Marte e de outros mundos.

Daubar e os co-autores do artigo calcularam a taxa da frequência
frequência
Num fenómeno periódico, a frequência é o número de ciclos por unidade de tempo.
com que novas crateras, com pelo menos 3,9 metros de diâmetro, se formam. A taxa é equivalente à média de uma por ano em cada zona da superfície de Marte com aproximadamente o tamanho do Estado do Texas. Estimativas anteriores situavam a taxa de formação de crateras em valores, por ano, 3 a 10 vezes superiores. Tinham por base estudos de crateras na Lua
Lua
A Lua é o único satélite natural da Terra.
e as idades das rochas lunares recolhidas durante as missões Apollo da NASA, nos anos sessenta e início dos anos setenta.

Fonte da notícia: http://www.nasa.gov/home/hqnews/2013/may/HQ_13-142_Mars_MRO_Craters.html