Em Julho de 2011, em Marrocos, foram avistados no céu vários traços luminosos. Meses depois, em Dezembro, foram encontrados alguns dos meteoritos responsáveis. E agora, após aturadas análises, soube-se que estas pedras vieram de um outro mundo nosso conhecido: Marte. Ao contrário de outros meteoritos marcianos (embora não haja um grande inventário de viajantes cósmicos dessa natureza), estes fragmentos não passaram muito tempo na Terra antes de serem encontrados e estudados, pelo que o seu grau de contaminação terrestre é relativamente baixo. Ainda assim, dada a natureza magmática destas rochas, não é de esperar que se façam descobertas sensacionais sobre a possibilidade de a vida ter surgido em tempos recuados no quarto planeta do Sistema Solar. Quanto ao valor destas amostras, têm sido vendidas a um preço cerca de dez vezes superior ao do ouro. Um bom negócio, para quem conseguir encontrar uma pedrinha remetida por um qualquer parente marciano…

E agora, algo de completamente diferente: em Maio de 2009, foi noticiado que tinha ocorrido um impacto meteorítico a uns cinquenta quilómetros de Fort Worth, no Texas. O caso vem relatado no número de Janeiro+Fevereiro da revista Skeptical Inquirer (http://www.csicop.org/publications ). Numa visita ao local, os investigadores ficaram surpreendidos ao deparar-se com um pedregulho cinzento do tamanho de um frigorífico, sem quaisquer sinais de ter passado pela atmosfera terrestre, e enterrado no fundo de uma cratera peculiar, bastante assimétrica. Uma amostra retirada revelou que a pedra era calcária. Neste ponto, havia duas possibilidades: ou se estava perante uma descoberta sensacional, já que seria a primeira vez que uma rocha sedimentar vinda de outro ponto do Sistema Solar era encontrada na Terra (levantando duas questões: onde é que teria havido condições para a sua formação, e como é que ela teria sobrevivido à colisão com a Terra); ou então, a explicação seria mais, digamos, antropogénica. Veio a verificar-se que esta última hipótese era mais credível: o proprietário do terreno onde se situa a suposta cratera é também dono de uma empresa que vende e aluga equipamento pesado para… remoção de terras. Curioso. O artigo termina com um aviso a quem esteja interessado em visitar o local: trata-se de propriedade privada, e muitos texanos (particularmente naquela área) têm armas que não hesitam em utilizar… Como evitar tamanho risco? Simples: pode muito bem haver necessidade de pagar um bilhete para ver o tão estranho “meteorito”.