Anéis de Saturno

2007-10-26

Em cima: os anéis de Saturno - a roxo, a região mais externa do anel A de Saturno. Em baixo: pormenores da descoberta das micro-luas. Crédito: NASA/JPL/Space Science Institute/ University of Colorado.
Um artigo publicado na edição desta semana da revista Nature (Sremcevic et al
ano-luz (al)
O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
, "A belt of moonlets in Saturn
Saturno
Saturno é o sexto planeta do Sistema Solar, a contar do Sol. Com um diâmetro cerca de 10 vezes o da Terra, é o segundo maior planeta do Sistema Solar. A sua característica mais marcante são os belos anéis que o rodeiam.
’s A ring"
, Nature 449, 1019-1022) apresenta imagens do que se pensa serem micro-luas (com dimensões na ordem dos 30 a 70 metros de raio) incorporadas no anel A de Saturno. Estes objectos diminutos concentram-se numa região específica no interior do anel, com cerca de 3000 km de raio, e situada a aproximadamente 130 000 km do planeta
planeta
Um planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam.
.

A sua existência dá peso à hipótese de se darem com alguma regularidade disrupções catastróficas de pequenos satélites (devido a impactos com meteoróides), processo que permitirá o reabastecimento do anel com partículas de menores dimensões. De facto, o estudo sugere que um objecto de cerca de 10 km de raio se despedaçou no passado, provavelmente há cerca de 30 milhões de anos, tempo que a dinâmica do sistema levou a fechar a abertura que se supõe ter existido antes nessa zona – por analogia com o que se passa com Pã, um dos satélites de Saturno descobertos depois da visita das Voyager, com pouco menos de 10 km de raio e responsável pela divisão de Encke, uma espécie de “falha” no anel A de Saturno.

Este trabalho adianta ainda que a análise da distribuição de tamanhos das partículas em diferentes regiões do anel A pode dar indicações sobre a sua evolução ao longo do tempo, já que estas micro-luas vão sendo desgastadas por impactos e acabam por desaparecer, enquanto o número de partículas menores se mantém aproximadamente constante.