A 2001 Mars Odyssey

2001 Mars Odyssey
A missão 2001 Mars Odyssey é uma missão da NASA destinada ao planeta vermelho, Marte, com o objectivo de utilizar câmaras e espectrógrafos para procurar evidências da existência de água líquida e de actividade vulcânica, tanto no passado como no presente. Lançada em 7 de Abril de 2001, a sonda chegou a Marte em 24 de Outubro de 2001 e ficou a orbitar o planeta. Observações realizadas pela Mars Odyssey em 26 de Maio de 2002 deram indícios da existência de enormes depósitos de gelo de água abaixo da superfície do planeta.

, (NASA) possui um conjunto de instrumentos com o nome colectivo de espectrómetro de raios gama, GRS (do inglês Gamma-Ray Spectrometer). O GRS iniciou o mapeamento de Marte em Fevereiro de 2002 e tem detectado sinais da existência de gelo a menos de um metro de profundidade do solo, numa extensa região à volta do pólo Sul do planeta vermelho.

Quando raios cósmicos provenientes do espaço atingem a superfície marciana, raios gama e neutrões são expelidos do solo. O GRS tem a capacidade de detectar e medir a energia destes raios gama e neutrões, permitindo inferir quais os elementos presentes no solo até um metro de profundidade. De especial interesse é o hidrogénio, pois indica a presença de água (H₂O). A combinação dos diferentes tipos de dados recolhidos pelo instrumento indicam que o hidrogénio não se encontra uniformemente distribuído em profundidade, concentrando-se mais na camada inferior.

As regiões ricas em hidrogénio localizam-se em áreas muito frias, onde o gelo deverá ser estável. Esta relação entre concentração de hidrogénio e zonas de previsível estabilidade do gelo levam a concluir que o hidrogénio se encontra, tal como se esperava, na forma de gelo. No Norte, também se encontra a assinatura do hidrogénio, mas não em áreas próximas do pólo. Isto acontece porque as regiões polares do Norte marciano encontram-se actualmente cobertas por uma camada sazonal de gelo de dióxido de carbono, vulgarmente chamado gelo seco. Com a Primavera a aproximar-se desta zona, os últimos dados de neutrões indicam que o gelo está a regredir, revelando o subsolo rico em hidrogénio.

Supõe-se que Marte possuiu, em tempos, grandes quantidades de água próximas da superfície, mas não se sabe o que lhes terá acontecido. O mapeamento e as medições das regiões de gelo polar efectuados pela Odisseia Marte constituem a prova mais directa da existência de água, sob a forma de gelo, debaixo da superfície de Marte. A quantidade de água detectada pelo GRS é muito superior à que se esperava: é suficiente para encher duas vezes o lago Michigan, um dos grandes lagos dos EUA. É necessário continuar a procurar, talvez a maiores profundidades, a restante água que se julga que Marte já teve à superfície.

Extensas áreas localizadas entre baixas e médias latitudes contêm pequenas quantidades de hidrogénio, equivalentes à presença de uma pequena percentagem de água. A interpretação destes dados ainda se encontra em curso, mas põe-se a hipótese de que esta pequena quantidade de hidrogénio esteja, provavelmente, mais relacionada com a composição química dos minerais presentes no solo, do que presente na forma de gelo.

Fonte da notícia: http://science.nasa.gov/headlines/y2002/28may_marsice.htm?list110260