NGC 6240: detalhes da colisão de duas galáxias
2007-05-18
Imagem de NGC 6240 obtida pelo Telescópio Keck II. A colisão de duas galáxias ricas em gás provocou um surto de formação de estrelas, identificado pelas fontes pontuais a azul. Aos dois núcleos estão associados dois buracos negros de massa elevada. A linha vertical representa um segundo de arco, que corresponde, à distância de NGC 6240, a 1600 anos-luz. Crédito: C. Max, G. Canalizo, W. de Vries.
galáxia
Um vasto conjunto de estrelas, nebulosas, gás e poeira interestelar gravitacionalmente ligados. As galáxias classificam-se em três categorias principais: espirais, elípticas e irregulares.
ricas em gás. Observações no infravermelhoUm vasto conjunto de estrelas, nebulosas, gás e poeira interestelar gravitacionalmente ligados. As galáxias classificam-se em três categorias principais: espirais, elípticas e irregulares.
infravermelho
Região do espectro electromagnético compreendida entre os comprimentos de onda de 0,7 e 350 mícrones. Esta banda permite observar astros, fenómenos, ou processos físicos com temperaturas entre 10 e 5200 graus Kelvin.
com o Telescópio Keck IIRegião do espectro electromagnético compreendida entre os comprimentos de onda de 0,7 e 350 mícrones. Esta banda permite observar astros, fenómenos, ou processos físicos com temperaturas entre 10 e 5200 graus Kelvin.
W. M. Keck Observatory
O Observatório W. M. Keck é operado pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) e pela NASA, e encontra-se localizado em Mauna Kea, no Havai. O observatório é constituído por dois telescópios gémeos de 10 metros, o Keck I e o Keck II.
(Caltech/NASAO Observatório W. M. Keck é operado pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) e pela NASA, e encontra-se localizado em Mauna Kea, no Havai. O observatório é constituído por dois telescópios gémeos de 10 metros, o Keck I e o Keck II.
National Aeronautics and Space Administration (NASA)
Entidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
) utilizando óptica adaptativaEntidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
óptica adaptativa
A técnica de óptica adaptativa é um sistema óptico que se instala nos telescópios terrestres por forma a corrigir, em tempo real, os efeitos da turbulência atmosférica.
revelaram pormenores desconhecidos desta fusãoA técnica de óptica adaptativa é um sistema óptico que se instala nos telescópios terrestres por forma a corrigir, em tempo real, os efeitos da turbulência atmosférica.
fusão
1- passagem do estado sólido ao líquido, por efeito do calor; 2- junção, união.
de galáxias a 300 milhões de anos-luz1- passagem do estado sólido ao líquido, por efeito do calor; 2- junção, união.
ano-luz (al)
O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
de nós.
O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
NGC 6240 já foi observada em diferentes comprimentos de onda
comprimento de onda
Designa-se por comprimento de onda a distância entre dois pontos sucessivos de amplitude máxima (ou mínima) de uma onda.
e com diferentes telescópios, mas até agora foi difícil fazer a correspondência entre as diferentes observações, pois há poucos pontos de referência comuns nos diferentes regimes de comprimentos de onda.
Designa-se por comprimento de onda a distância entre dois pontos sucessivos de amplitude máxima (ou mínima) de uma onda.
O Telescópio Espacial Hubble
Hubble Space Telescope (HST)
O Telescópio Espacial Hubble é um telescópio espacial que foi colocado em órbita da Terra em 1990 pela NASA, em colaboração com a ESA. A sua posição acima da atmosfera terrestre permite-lhe observar os objectos astronómicos com uma qualidade ímpar.
(NASA/ESAO Telescópio Espacial Hubble é um telescópio espacial que foi colocado em órbita da Terra em 1990 pela NASA, em colaboração com a ESA. A sua posição acima da atmosfera terrestre permite-lhe observar os objectos astronómicos com uma qualidade ímpar.
European Space Agency (ESA)
A Agência Espacial Europeia foi fundada em 1975 e actualmente conta com 15 países membros, incluindo Portugal.
) observou esta colisão de galáxias no regime do visível, mostrando as regiões mais externas das galáxias distorcidas, com caudas de estrelasA Agência Espacial Europeia foi fundada em 1975 e actualmente conta com 15 países membros, incluindo Portugal.
estrela
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
, gás e poeira, resultado da fusão em curso. No centro, detectavam-se dois núcleos distintos, mas devido à grande quantidade de poeira presente, o obscurecimento não permitia ver detalhes.
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
A presença de dois buracos negros
buraco negro
Um buraco negro é um objecto cuja gravidade é tão forte que a sua velocidade de escape é superior à velocidade da luz. Em Astronomia, distinguem-se dois tipos de buraco negro: os buracos negros estelares, que resultam da morte de uma estrela de massa elevada, e os buracos negros galácticos, que existem no centro das galáxias activas.
de massaUm buraco negro é um objecto cuja gravidade é tão forte que a sua velocidade de escape é superior à velocidade da luz. Em Astronomia, distinguem-se dois tipos de buraco negro: os buracos negros estelares, que resultam da morte de uma estrela de massa elevada, e os buracos negros galácticos, que existem no centro das galáxias activas.
massa
A massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
muito elevada em NGC 6240 foi demonstrada, pela primeira vez, pelas observações realizadas com o Observatório de Raios-X ChandraA massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
Chandra X-ray Observatory
O observatório de raios-X Chandra, lançado em 1999, faz parte do projecto dos Grandes Observatórios Espaciais da NASA. O seu nome homenageia Subrahmanyan Chandrasekhar, Prémio Nobel da Física em 1983. O Chandra detecta fontes de raios-X a milhares de milhões de anos-luz de nós. Observar em raios-X é a única forma de observar matéria muito quente, a milhões de graus Célsius. O Chandra detecta raios-X de regiões de alta energia, como por exemplo remanescentes de supernovas.
(NASA), em 2002. As observações também detectaram duas fontes pontuais de rádioO observatório de raios-X Chandra, lançado em 1999, faz parte do projecto dos Grandes Observatórios Espaciais da NASA. O seu nome homenageia Subrahmanyan Chandrasekhar, Prémio Nobel da Física em 1983. O Chandra detecta fontes de raios-X a milhares de milhões de anos-luz de nós. Observar em raios-X é a única forma de observar matéria muito quente, a milhões de graus Célsius. O Chandra detecta raios-X de regiões de alta energia, como por exemplo remanescentes de supernovas.
rádio
O rádio é a banda do espectro electromagnético de maior comprimento de onda (menor frequência) e cobre a gama de comprimentos de onda superiores a 0,85 milímetros. O domínio do rádio divide-se no submilímetro, milímetro, microondas e rádio.
na região central.
O rádio é a banda do espectro electromagnético de maior comprimento de onda (menor frequência) e cobre a gama de comprimentos de onda superiores a 0,85 milímetros. O domínio do rádio divide-se no submilímetro, milímetro, microondas e rádio.
Uma equipa de astrónomos, liderada por C. Max da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, utilizou o Telescópio Keck II com óptica adaptativa para obter imagens de NGC 6240 no infravermelho. Estas imagens estabeleceram a ligação entre as diferentes observações. Por um lado, a utilização da óptica adaptativa permitiu obter uma resolução espacial elevada, o que é necessário para identificar os pontos de referência vistos nos diferentes comprimentos de onda. Por outro lado, a radiação infravermelha é menos afectada pela poeira que a luz visível
radiação visível
A radiação visível é a região do espectro electromagnético que os nossos olhos detectam, compreendida entre os comprimentos de onda de 350 e 700 nm (frequências entre 4,3 e 7,5x1014Hz). Os nossos olhos distinguem luz visível de frequências diferentes, desde a luz violeta (radiação com comprimentos de onda ~ 400 nm), até à luz vermelha (com comprimentos de onda ~ 700 nm), passando pelo azul, anil, verde, amarelo e laranja.
.
A radiação visível é a região do espectro electromagnético que os nossos olhos detectam, compreendida entre os comprimentos de onda de 350 e 700 nm (frequências entre 4,3 e 7,5x1014Hz). Os nossos olhos distinguem luz visível de frequências diferentes, desde a luz violeta (radiação com comprimentos de onda ~ 400 nm), até à luz vermelha (com comprimentos de onda ~ 700 nm), passando pelo azul, anil, verde, amarelo e laranja.
As imagens no infravermelho conseguiram revelar os núcleos dos buracos negros e a sua subestrutura complexa, sendo possível determinar a localização dos buracos negros com uma grande precisão. Cada um dos buracos negros está no centro de um disco de estrelas em rotação. À sua volta, detectaram-se inúmeras fontes pontuais, muito fracas. Estas fontes fracas são enxames de estrelas jovens produzidas num surto de formação de estrelas originado pela interacção entre as galáxias.
As fusões de galáxias têm um papel fundamental na evolução das galáxias. Também têm um interesse especial para os astrónomos porque permitem o estudo de propriedades gerais das galáxias. Por exemplo, os astrónomos descobriram que a massa do buraco negro no centro de uma galáxia tem uma forte correlação com as propriedades de larga escala da galáxia. Visto a influência gravitacional do buraco negro estar limitada a uma região relativamente pequena à sua volta, como pode o buraco negro influenciar o resto da galáxia? Esta correlação pode ficar explicada se tanto a galáxia como o buraco negro crescerem ao longo do tempo através de fusões, ou seja, evoluírem juntos, através da mesma sequência de fusões com outras galáxias.
Fonte da notícia: http://www.ucsc.edu/news_events/press_releases/text.asp?pid=1298