Campo magnético em forma de ampulheta numa região de formação estelar
2006-09-13
O sistema protoestelar NGC 1333 IRAS 4A é o primeiro exemplo de um campo magnético com a forma de ampulheta numa região de formação de estrelas. A região verde e vermelha em forma de pêra marca a localização de duas estrelas ainda no processo de formação. O colapso do gás e da poeira da nuvem interestelar é responsável pelo campo magnético torcido. Esta imagem. obtida com o radiotelescópio SMA (Submillimeter Array), tem cerca de 7 segundos de arco de largura, ao que corresponde 2700 UA. Crédito: J. Girart (CSIC-IEEC), R. Rao (ASIAA) & D. Marrone (CfA).
campo magnético
O campo magnético é a região em torno de um corpo na qual é detectada uma força magnética. Os campos magnéticos actuam apenas em partículas electricamente carregadas. Campos magnéticos fracos são por exemplo gerados por efeito de dínamo no interior dos planetas e luas, enquanto que campos magnéticos mil milhões de vezes mais fortes podem ser gerados em estrelas e galáxias. Os campos magnéticos são capazes de controlar o movimento de gás ionizado e até moldar a forma dos corpos por eles actuados.
em forma de ampulheta numa região de formação estelar, como se previa teoricamente desde há muito. As medições indicam que o material da nuvem interestelar é suficientemente denso para permitir que esta entre em colapso gravitacionalO campo magnético é a região em torno de um corpo na qual é detectada uma força magnética. Os campos magnéticos actuam apenas em partículas electricamente carregadas. Campos magnéticos fracos são por exemplo gerados por efeito de dínamo no interior dos planetas e luas, enquanto que campos magnéticos mil milhões de vezes mais fortes podem ser gerados em estrelas e galáxias. Os campos magnéticos são capazes de controlar o movimento de gás ionizado e até moldar a forma dos corpos por eles actuados.
colapso gravitacional
Processo pelo qual uma estrela ou outro objecto celeste implode por acção do seu prório campo gravítico, resultando num objecto que é muito menor e muito mais denso do que o objecto original. O colapso gravitacional é o processo pelo qual se formam estrelas e aglomerados de estrelas, a partir de nuvens interestelares de gás e poeira, galáxias, ou ainda buracos negros.
, torcendo o campo magnético nesse processo.
Processo pelo qual uma estrela ou outro objecto celeste implode por acção do seu prório campo gravítico, resultando num objecto que é muito menor e muito mais denso do que o objecto original. O colapso gravitacional é o processo pelo qual se formam estrelas e aglomerados de estrelas, a partir de nuvens interestelares de gás e poeira, galáxias, ou ainda buracos negros.
Os astrónomos Josep Girart (Instituto de Estudos Espacials da Catalunha), Ramprasad Rao (Instituto de Astronomia e Astrofísica, Taiwan) e Dan Marrone (Centro Harvard-Smithsonian para a Astrofísica, EUA) estudaram o sistema protoestelar designado NGC 1333 IRAS
InfraRed Astronomical Satellite (IRAS)
O IRAS foi o primeiro satélite astronómico de infravermelhos colocado em órbita, em 1984, pela NASA. Este satélite mapeou cerca de 96% de todo o céu em 4 bandas (ou filtros) centradas nos comprimentos de onda de 12, 25, 60 e 100 mícrones.
4A. Este sistema, constituído por duas protoestrelas, situa-se a cerca de 980 anos-luzO IRAS foi o primeiro satélite astronómico de infravermelhos colocado em órbita, em 1984, pela NASA. Este satélite mapeou cerca de 96% de todo o céu em 4 bandas (ou filtros) centradas nos comprimentos de onda de 12, 25, 60 e 100 mícrones.
ano-luz (al)
O ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
da Terra na direcção da constelaçãoO ano-luz (al) é uma unidade de distância igual a 9,467305 x 1012 km, que corresponde à distância percorrida pela luz, no vácuo, durante um ano.
constelação
Designa-se por constelação cada uma das 88 regiões em que se divide a abóbada celeste, por convenção de 1922.
de Perseu.
Designa-se por constelação cada uma das 88 regiões em que se divide a abóbada celeste, por convenção de 1922.
“Escolhemos este sistema porque estudos prévios tinham revelado indícios aliciantes de um campo magnético em forma de ampulheta,” explicou Marrone. “O Submillimeter Array proporcionou a resolução e a sensibilidade de que precisávamos para confirmá-lo.”
O NGC 1333 IRAS 4A faz parte do complexo da nuvem molecular
nuvem molecular
As nuvens moleculares são nebulosas constituídas predominantemente por hidrogénio molecular.
de Perseu – um amontoado de gás e poeira com a massaAs nuvens moleculares são nebulosas constituídas predominantemente por hidrogénio molecular.
massa
A massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
de 130 000 sóis. Esta região forma estrelasA massa é uma medida da quantidade de matéria de um dado corpo.
estrela
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
activamente. A sua proximidade à Terra e a sua idade jovem tornam o complexo de Perseu num laboratório ideal para o estudo da formação estelar.
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
Os teóricos prevêem que os núcleos das nuvens moleculares em colapso – as fontes da formação estelar – terão de superar a sustentação conferida pelo seu campo magnético de forma a serem capazes de formar estrelas. Durante o processo, era esperado que a competição entre a gravidade a puxar para o interior e a pressão magnética a empurrar para o exterior produzisse um padrão torcido, em forma de ampulheta, no campo magnético destes núcleos colapsados.
Utilizando o SMA, Marrone e os seus colegas observaram emissão de poeira a partir do IRAS 4A. Como o campo magnético alinha os grãos de poeira no núcleo da nuvem, a equipa conseguiu determinar a geometria do campo magnético e estimar a sua força medindo a polarização da emissão de poeira.
“Com as capacidades polarizadoras especiais do SMA vemos a forma do campo directamente. Este é o primeiro caso típico de uma estrutura magnética prevista teoricamente,” disse Rao.
Os dados indicam que, no caso do IRAS 4A, a pressão magnética tem mais influência do que a turbulência no abrandamento da formação estelar no núcleo da nuvem. Provavelmente o mesmo se aplicará a núcleos de nuvens semelhantes noutros locais.
Apesar da influência calmante do campo magnético, o IRAS 4A é suficientemente denso para que o colapso gravitacional continue. Viajando cerca de 1 milhão de anos para o futuro, duas estrelas semelhantes ao Sol
Sol
O Sol é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da sequência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilómetros.
brilharão onde hoje jaz apenas um casulo coberto de poeira.
O Sol é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da sequência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilómetros.
O Submillimeter Array-SMA é um projecto conjunto entre o Observatório Astronómico Smithsonian (Smithsonian Astrophysical Observatory-SAO) e o Instituto de Astronomia e Astrofísica da Academia Sinica (ASIAA) em Taiwan. O SMA combina os dados de 8 antenas de 6 m de diâmetro localizadas no topo da montanha Mauna Kea, no Hawai.
Fonte da notícia: http://cfa-www.harvard.edu/press/pr0621.html