Para celebrar os dezasseis anos de sucessos do Telescópio Espacial Hubble as duas agências espaciais envolvidas, a NASA e a ESA, revelaram uma formidável imagem da galáxia M 82. Trata-se de uma imagem panorâmica de grande abertura, a de maior resolução alguma vez obtida para esta galáxia, admirada pelo seu luminoso disco azul, pela malha de nuvens esfarrapadas e pelas brilhantes plumas de hidrogénio que se alastram a partir da região central.

No centro desta galáxia, estão a nascer estrelas a uma velocidade 10 vezes superior à que se verifica em toda a Via Láctea. Como resultado há, nesta região, uma enorme concentração de estrelas jovens imersas em gás e poeira, que geram um forte vento galáctico, capaz de comprimir gás suficiente para formar milhões de novas estrelas.

As jovens estrelas da M 82 encontram-se compactadas em enxames, pequenos, mas muito densos; estes, por sua vez, associam-se em grande número para formarem as manchas brilhantes que se observam nas zonas centrais da galáxia. Apenas as imagens de alta resolução conseguidas pelo Hubble permitem distinguir os enxames de estrelas nestes conglomerados. À volta do corpo da M 82, podem ver-se, em branco pálido, objectos que parecem estrelas desfocadas; a maior parte deles são, na realidade, enxames estelares, com diâmetros de aproximadamente 20 anos-luz e que podem conter até cerca de um milhão de estrelas.

A elevada taxa de formação de estrelas que se verifica nesta galáxia é eventualmente auto-restritiva. Quando a produção se tornar demasiado grande, o material necessário para dar origem a novas estrelas acabará por ser totalmente consumido ou destruído, e o surto de formação de estrelas cessará. Isto deverá acontecer daqui a cerca de algumas dezenas de milhões de anos.

Localizada a 12 milhões de anos-luz da Terra, M 82 surge alta no céu boreal, na Primavera, na direcção da constelação da Ursa Maior. É também conhecida como a Galáxia do Charuto, devido à forma elíptica produzida pela inclinação do seu disco de estrelas em relação à nossa linha de visão.

A observação relativa à imagem comemorativa dos 16 anos do Hubble foi feita com o canal de grande abertura do instrumento ACS - Advanced Camera for Surveys. Trata-se de um mosaico composto por seis imagens, que os astrónomos realizaram combinando exposições obtidas com quatro filtros de cor que capturam a luz desde o visível até a comprimentos de onda do infravermelho, assim como a luz proveniente dos filamentos de hidrogénio.

O Hubble foi lançado a 24 de Abril de 1990, a bordo do vaivém espacial Discovery. Em 16 anos de observações, o Hubble conseguiu aproximadamente 750000 exposições, explorando cerca de 24000 objectos celestes. Realizou 93500 viagens em torno do nosso planeta, percorrendo quase 3,86 mil milhões de quilómetros. Cerca de 4000 astrónomos de todo o mundo já usaram o telescópio para investigar o Universo.

Fonte da notícia: http://hubblesite.org/newscenter/newsdesk/archive/releases/2006/14/image/a