À conversa com... José Carlos Correia

2006-02-06

Em cima: o enxame Árvore de Natal, em NGC 2264, revelou-se um excelente laboratório para o estudo da formação de estrelas. Crédito: NASA/JPL-Caltech/P.S. Teixeira & C.J. Lada (CfA), E.T. Young (U. Arizona). Em baixo: esta imagem, baptizada como \"Os Pilares da Criação\", mostra-nos estrelas em formação dentro de colunas de hidrogénio molecular. Crédito: J. Hester, P. Scowen (ASU), HST, NASA.
Esta noite, José Carlos Correia, astrofísico a trabalhar na Universidade de Lisboa, é o cientista com quem poderão conversar na Casa de Santa Maria (Cascais), a partir das 21h30.

O tema principal será a Formação de Estrelas, área de trabalho do cientista convidado. Como nascem as estrelas
estrela
Uma estrela é um objecto celeste gasoso que gera energia no seu núcleo através de reacções de fusão nuclear. Para que tal possa suceder, é necessário que o objecto possua uma massa superior a 8% da massa do Sol. Existem vários tipos de estrelas, de acordo com as suas temperaturas efectivas, cores, idades e composição química.
, em que locais se formam, que processos físicos estão por detrás deste fenómeno, são alguns aspectos que serão focados. As técnicas modernas usadas nesta área de investigação e alguns dos acontecimentos mais recentes, como a descoberta de planetas extra-solares
planeta extra-solar
Um planeta extra-solar é um planeta que não orbita o nosso Sol.
semelhantes à Terra, não deixarão de ser abordados, bem como outros temas ou questões sobre os quais o público quiser conversar.

José Carlos Correia licenciou-se em Física na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde também completou o Mestrado, com uma tese sob o tema: "Distribuições de Densidade em Glóbulos de Bok: O Método do Excesso de Cor no Infravermelho Próximo". Seguiu-se o Doutoramento, "A Far-Infrared and Submillimetre Continuum Study of Young Stellar Objects", pelo Queen Mary and Westfield College da Universidade de Londres, tendo de seguida aí exercido funções de Investigador de Pós-Doutoramento. Foi também membro do consórcio europeu encarregue da análise e calibração do satélite de infravermelhos
infravermelho
Região do espectro electromagnético compreendida entre os comprimentos de onda de 0,7 e 350 mícrones. Esta banda permite observar astros, fenómenos, ou processos físicos com temperaturas entre 10 e 5200 graus Kelvin.
ISO
Infrared Space Observatory (ISO)
O observatório espacial de infravermelhos ISO foi uma missão da Agência Espacial Europeia (ESA) com a participação das agências espaciais do Japão (ISAS) e dos EUA (NASA). Lançado em Novembro de 1995, a sua missão científica decorreu até Maio de 1998. A sua contribuição para o nosso conhecimento do universo, em campos que vão desde o Sistema Solar até às galáxias mais distantes, foi extraordinária.
da ESA
European Space Agency (ESA)
A Agência Espacial Europeia foi fundada em 1975 e actualmente conta com 15 países membros, incluindo Portugal.
e faz parte, actualmente, do consórcio euro-americano encarregue da elaboração de propostas de observação com o satélite Herschel da ESA a ser lançado em 2007. José Carlos Correia é, presentemente, investigador de Pós-Doutoramento na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, sendo também membro fundador do NUCLIO.

O NUCLIO promove, desde o Verão, a iniciativa "À conversa com os cientistas", em colaboração com a Câmara Municipal de Cascais, com o objectivo de dar a conhecer o trabalho dos investigadores portugueses, principalmente na área da Astrofísica, ao mesmo que permite o contacto directo entre o público e os cientistas. As conversas são numa linguagem acessível ao público em geral, não requerendo formação e/ou conhecimentos avançados nas matérias abordadas. Sempre que as condições meteorológicas o permitam, as noites acabam com observação do céu com telescópios.

Pode consultar a programação e um mapa de como chegar à Casa de Santa Maria em: http://www.nuclio.pt/projectos/000044.html