No dia 31 de Janeiro, o Presidente da Câmara Municipal de Cascais, António d'Orey Capucho, inaugurou a exposição "Conhecer o Sol", que estará patente durante o mês de Fevereiro no Centro de Interpretação Ambiental da Ponta do Sal, em S. Pedro do Estoril. Aqui poderá encontrar uma colecção de fotografias do Sol, em vários comprimentos de onda e focando diferentes fenómenos que ocorrem nesta estrela, acompanhadas de notas explicativas.

A exposição é o ponto de partida para o projecto "Conhecer o Sol", lançado pela Câmara Municipal de Cascais e pelo NUCLIO às escolas do 3º ciclo e secundárias dos concelhos de Cascais, Sintra e Oeiras. O objectivo é levar os alunos a conhecerem melhor a nossa estrela através de observações realizadas por eles mesmos. Num esforço inter-escolas, pretende-se construir um analema solar com observações efectuadas por alunos de diversas escolas ao longo de um ano. Outras actividades incluem a monitorização da actividade solar e a determinação da velocidade e período de rotação do Sol.

O que é um analema?
Se olharmos para o Sol todos os dias, à mesma hora, no mesmo lugar, será que o Sol aparece sempre na mesma posição no céu? A resposta é não, devido a dois factores: o eixo de rotação da Terra está inclinado relativamente ao plano da sua órbita; e a órbita da Terra não é perfeitamente circular, mas sim elíptica.

Verifica-se que, ao longo do ano, o Sol vai percorrendo uma curva fechada, chamado analema. A fotografia ao lado mostra um analema em Atenas, para as 12:00 (hora local). A forma do analema depende do local e da hora a que se efectuam as observações.

Produzir analemas exige um número elevado de observações de grande precisão. Cada escola contribuirá com uma sessão de medições, e, ao completarmos um ano de observações, os dados de todas as escolas participantes permitirão produzir um analema fotográfico e outro por projecção, no Centro de Interpretação Ambiental da Ponta do Sal.

O Sol roda?
Medir a velocidade de rotação do Sol está ao alcance de todos. Tal como Galileu Galilei, podemos procurar manchas solares, registar a sua posição e segui-las ao longo de alguns dias. Cada escola recolherá, num dia, os dados relativos à localização das manchas solares que forem visíveis. A cada duas semanas, as observações podem ser agrupadas e a velocidade de rotação do Sol calculada.

Não se passa nada no Sol?
A aparente pacatez que nós associamos ao Sol no nosso dia-a-dia é muito enganadora. O Sol é extremamete activo, tanto no seu interior, onde produz uma quantidade brutal de energia, como na sua atmosfera, onde o campo magnético é responsável por fenómenos espectaculares, incluindo as manchas solares. A actividade solar pode ser medida pelo número de manchas solares que o Sol apresenta. Embora o número de manchas solares seja variável, as variações são regulares: os máximos (períodos de maior número de manchas solares) sucedem-se a intervalos de aproximadamente 11 anos. O último máximo de actividade solar ocorreu em 2000, de forma que estamos a aproximarmo-nos do mínimo. Será interessante registar a actividade solar ao longo do ano.

Até ao final do ano lectivo estão programadas as seguintes datas para observações, cada uma composta de duas sessões:
7,10,14,17 Março, das 10:00 às 12h00
19,21,26,28 Abril, das 11h00 às 13h00
16,19,23,26 Maio, das 11h00 às 13h00
6,9,14,16 Junho, das 11h00 às 13h00

No dia 1 de Julho, inserido na "Festa das Estrelas" (fim-de-semana dedicado à Astronomia na Ponta do Sal), terá lugar uma apresentação ao público e uma exposição sobre os resultados obtidos durante os primeiros meses do projecto. "Conhecer o Sol" continuará ao longo do ano lectivo de 2006/2007.

A inscrição formal das escolas no projecto deverá ser feita até dia 24 de Fevereiro, pelo número 214 643 670.

Mais informação em: http://www.cm-cascais.pt/Cascais/Noticias/Sol.htm