A New Horizons, a primeira missão da NASA a Plutão, foi lançada a bordo do foguete Atlas V 551 com sucesso, na tarde de 19 de Janeiro, a partir do Cabo Canaveral (Florida), após dois adiamentos.

A New Horizons é a primeira missão ao planeta até agora conhecido como o último do Sistema Solar. A exploração planetária é já um desafio histórico e de grande importância para a NASA. A exploração de Plutão e da Cintura de Kuiper foram considerados objectivos de alta prioridade para os próximos dez anos pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. Seguindo esta recomendação, a NASA concebeu a missão New Horizons, que irá ajudar a compreender alguns dos segredos destes mundos mais distantes no Sistema Solar.

Espera-se que a New Horizons passe por Júpiter em Fevereiro ou Março de 2007, e que a interacção gravitacional com este planeta gigante a empurrará em direcção a Plutão. Se tudo correr bem, a missão deverá atingir Plutão e a sua lua Caronte em Julho de 2015. Depois, uma extensão da missão levá-la-á a penetrar na Cintura de Kuiper, para o estudo de um ou mais dos minimundos gelados que existem nesta vasta região, que se situa para lá da órbita de Neptuno, até à distância de 50 UA do Sol. A longa viagem da New Horizons pode ajudar a encontrar respostas para algumas questões básicas sobre estes corpos tão distantes, nomeadamente sobre as propriedades da suas superfícies, a sua geologia e as suas atmosferas.

A New Horizons tem como objectivo procurar compreender onde Plutão e Caronte se encaixam, como objectos do Sistema Solar. Os planetas classificam-se normalmente em grupos. Mercúrio, Vénus, Terra e Marte pertencem ao grupo dos “planetas terrestres”, por serem do tipo rochoso. Em contraste, os planetas do grupo “gigantes gasosos”, como Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno, são dominados por finas atmosferas de hidrogénio molecular. Plutão e Caronte pertencem a uma terceira categoria, à qual se pode dar o nome de “anões gelados”: têm superfícies sólidas, mas, ao contrario dos planetas terrestres, uma parte significativa da sua massa é material gelado (água gelada, dióxido de carbono, azoto molecular, metano e monóxido de carbono).

Plutão e Caronte são muitas vezes considerados como dois dos maiores objectos da Cintura de Kuiper. Julga-se que a Cintura de Kuiper seja a fonte dos cometas de menor período – com órbitas inferiores a 200 anos – e os cientistas querem comparar a composição e as propriedades das superfícies de Plutão e de Caronte com as dos cometas.

Sumariamente, os objectivos da missão New Horizons são os seguintes:
• Obtenção dos mapas da composição das superfícies de Plutão e de Caronte.
• Caracterização da geologia e morfologia de ambos.
• Caracterização da atmosfera neutral de Plutão e sua taxa de escape.
• A procura de uma atmosfera em torno de Caronte.
• A procura de anéis e de satélites adicionais em torno de Plutão.
• Uma extensão da missão compreende ainda: a condução de investigações similares em um ou mais objectos da Cintura de Kuiper.

Para chegar a Plutão (que se encontra a 5 mil milhões de quilómetros da Terra) em apenas 9,5 anos, a New Horizons terá de viajar a uma velocidade elevada - cerca de 43000 km/h. A sonda tem 2,5 metros de diâmetro e pesa aproximadamente 465 kg, quando carregada de combustível. Inclui uma série de instrumentos científicos como: espectrómetros, telescópio óptico, sensores de temperatura e de composição atmosférica, sensores de plasma e ainda um instrumento para medir os impactos provocados por poeiras. O custo da missão ronda os 650 milhões de dólares. Se este custo for dividido pela população actual dos Estados Unidos durante dez anos, o tempo que dura a missão, ele é de apenas 20 cêntimos, por pessoa e por ano!

Fonte da notícia: http://pluto.jhuapl.edu/launch/index.php