Tal como estava previsto, o foguete Soyuz-Fregat deslocou às 3h33m34s (tempo universal) do dia 9 de Novembro de 2005, a partir do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, levando consigo a sonda Venus

Vénus
É o segundo planeta mais próximo do Sol. Em termos de dimensões e massa é muito semelhante à Terra. A sua caracteristica mais marcante é possuir uma atmosfera de CO₂ muito densa e um efeito de estufa muito intenso.

Express para o início de uma viagem de 153 dias até à órbita do nosso vizinho planeta Vénus. O lançamento foi um sucesso. Os painéis solares tornaram-se operacionais às 5h49m e às 11h15m o voo estava configurado para modo nominal. Os sistemas executaram as funções esperadas e às 18h00m a sonda já estava a uma distância de 140 000 quilómetros da Terra.

A Venus Express é a primeira missão da ESA ao planeta mais próximo da Terra. A missão nasceu depois de, em 2001, a ESA ter lançado como desfio, a criação de propostas para a reutilização do desenho da Mars Express

Mars Express
Mars Express é uma sonda da Agência Espacial Europeia (ESA) lançada a 2 de Junho de 2003 e que alcançou Marte em Dezembro de 2003. A Mars Express entrou numa órbita à volta de Marte, onde permanecerá a cumprir os seus objectivos: fotografar toda a superfície de Marte em alta resolução (e algumas áreas seleccionadas em super-resolução); mapear a composição mineral da superfície; mapear a composição da atmosfera e determinar a sua circulação global; estudar a estrutura do subsolo até uma profundidade de alguns quilómetros; estudar o efeito da atmosfera na superfície; determinar a interacção entre a atmosfera e o vento solar. A Mars Express levava a bordo o Beagle 2, que foi lançado para pousar na superfície de Marte, mas que nunca deu notícias e é considerado perdido.

, a sonda da missão a Marte. De entre um número de propostas promissoras, a ESA seleccionou aquela que é hoje a Venus Express, cujos instrumentos são versões melhoradas dos utilizados pela Mars Express e pela sonda Rosetta.

No passado, tanto russos como americanos enviaram sondas a Vénus. Os estudos revelaram alguns detalhes sobre a superfície do planeta, tendo os mais importantes sido conseguidos pelo radar de mapeamento Magellan da NASA. Apesar da quantidade de quebra-cabeças que os dados obtidos revelaram, durante a última década Vénus esteve longe das luzes da ribalta. Neste momento, a Venus Express vira de novo as atenções da comunidade científica para este planeta.

A missão tem como objectivos gerais o estudo da atmosfera venusiana, do ambiente de plasma e da superfície de Vénus em grande detalhe.

Em termos de massa e de tamanho, Vénus é muito semelhante à Terra, mas desenvolveu-se de uma forma radicalmente diferente. A sua temperatura de superfície é extremamente elevada e a sua atmosfera é uma mistura de gases nocivos. É impossível perceber as condições atmosféricas de Vénus por comparação com as da Terra. Os cientistas não conseguem explicar alguns dos fenómenos atmosféricos mais extremos que acontecem em Vénus. Por exemplo, o planeta tem um movimento de rotação com um período de 243 dias terrestres, porém a sua atmosfera superior é varrida por ventos do tipo furacão, que levam apenas 4 dias terrestres a circum-navegar o planeta.

Com esta missão, os cientistas pretendem encontrar respostas para algumas questões sobre a atmosfera venusiana, tais como:
• Quais as características globais da atmosfera
• Como se processa a circulação atmosférica
• Como varia a composição da atmosfera em profundidade
• Como interage com a superfície do planeta
• Como interagem as camadas superiores com o vento solar

A superfície do planeta Vénus também tem vindo a desconcertar os investigadores. As crateras mais antigas parecem ter apenas 500 milhões de anos, o que pode indicar que o planeta se comporta como uma espécie de panela de pressão vulcânica. Na Terra, erupções vulcânicas e abalos sísmicos constantes asseguram que a energia libertada no seu interior vai sendo dissipada gradualmente. Isto não se passa em Vénus, onde a energia se deve acumular no interior do planeta até um limite de pressão máximo. Quando esse limite é atingido todo o planeta é mergulhado numa erupção global, que redesenha a sua superfície, destruindo as crateras que se haviam formado anteriormente. Se isto tiver acontecido há 500 milhões de anos, percebe-se a razão pela qual não existem crateras que tenham sido formadas antes desse período.

Cinco dias depois ter sido capturada pela gravidade de Vénus, a Venus Express entrará na sua órbita operacional: uma órbita elíptica polar de 24h. O ponto da órbita mais próximo, situar-se-á a 250 quilómetros da superfície, enquanto que o mais afastado estará a 66 000 km.

O Centro de Operações da Missão Venus Express (VMOC) está localizado no Centro Europeu de Operações Espaciais (ESOC) em Darmstadt, Alemanha. Uma vez na órbita de Vénus, as comunicações com a sonda serão feitas através da base terrestre de Cebreros, perto de Madrid. Para as operações levadas a cabo com o Vénus Rádio (VeRa) será dado um apoio adicional a partir da base terrestre de New Norcia.

Fonte da notícia: http://sci.esa.int/science-e/www/area/index.cfm?fareaid=64