Eclipse anular do Sol observado em Argozelo

2005-10-05
Desde 1912 que não se observava em Portugal um eclipse
eclipse
Um eclipse é uma ocultação total ou parcial de um corpo celeste, quando outro corpo passa entre este e o observador.
total ou anular. Talvez por isso, a curiosidade e ansiedade pelo eclipse anular da manhã de 3 de Outubro fosse tão grande, levando milhares de pessoas a deslocarem-se ao norte do país, para assistirem ao espectáculo na faixa de anularidade.

O NUCLIO, em parceria com a Sinergiae, elegeu a Vila de Argozelo, situada perto do Vimioso, no distrito de Bragança, para organizar três dias de actividades astronómicas, que culminou na observação do fenómeno natural raro, na manhã de 3 de Outubro. O Santuário de S. Bartolomeu foi o local escolhido para um programa extremamente diversificado, que incluía acampamento, desportos radicais, caminhadas e concertos, para além de uma forte componente astronómica. Centenas de pessoas passaram pelo local no fim-de-semana e assistiram a palestras, observaram o Sol
Sol
O Sol é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da sequência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilómetros.
com telescópios apropriados, contactaram com astrónomos profissionais, astrónomos amadores, e professores, e muitos ainda ficaram à noite para a observação do céu com telescópios.

Na madrugada do dia 3, desde muito cedo que as pessoas começaram a deslocar-se para o Santuário de S. Bartolomeu. Alguns grupos preferiram um pouco mais de sossego e eram visíveis ao longo do caminho, no meio do campo, preparando o material de observação e de fotografia. As escolas da região foram chegando e 400 crianças juntaram-se para presenciar o evento.

À hora do primeiro contacto, 8h38, já se encontravam mais de mil pessoas a colocarem os óculos especiais e a espreitarem pelos telescópios com filtros solares. O fenómeno foi ainda acompanhado por vários solarscopes e outras formas de projecção, como por exemplo, espelhos a projectarem na parede.

À medida que a Lua
Lua
A Lua é o único satélite natural da Terra.
ia passando à frente do disco solar, sentiu-se um arrefecimento da temperatura e o escurecimento tornou-se óbvio. Durante 4 minutos, entre as 9h52 e as 9h56, todo o disco da lua se encontrou dentro do disco solar, tapando-o em 97%. Pelas 9h54, o centro do disco da Lua praticamente coincidiu com o centro do disco do Sol, e os espectadores viram o “anel de fogo” no céu. O último contacto ocorreu às 11h18.


As fotografias ao lado foram tiradas em Argozelo.

1) Durante o máximo do eclipse, quando o centro do disco da Lua quase coincide com o centro do disco do Sol. Crédito: Mário Ramos (NUCLIO/CA2000).

2) Durante o máximo. Crédito: Carlos Santos (NUCLIO).

3) Observação com o solarscope durante o máximo. Crédito: Carlos Santos (NUCLIO).

4) A sombra da árvore durante o eclipse é composta por centenas de imagens do Sol eclipsado. O efeito é criado pelos pequenos espaços entre as folhas que actuam como lentes. Crédito: Carlos Santos (NUCLIO).

5) Centenas de pessoas observaram o eclipse, de diversas formas, no Santuário de S. Bartolomeu. Aqui vemos um pequeno PST, com um filtro H&alpha, que permite ver a superfície solar e as protuberâncias. Crédito: Miguel Moreira (NUCLIO).

6) O solarscope é uma excelente forma de projectar o disco solar, permitindo que várias pessoas observem ao mesmo tempo. Note-se que a imagem é invertida. Crédito: Miguel Moreira (NUCLIO).

Alguns sítios com fotografias do eclipse: http://www.atalaia.org/encontro.php?id=149
http://www.nuclio.pt/eclipse2005/imagens.php

Mais sobre o eclipse no Tema do Mês Os Eclipses .