Asteróide passou a 461 mil km da Terra!

2002-03-22

Ilustração de uma colisão de um asteróide com a Terra. Crédito: NASA.
O asteróide
asteróide
Um asteróide é um pequeno corpo rochoso que orbita em torno do Sol, com uma dimensão que pode ir desde os 100 m até aos 1000 km. A maioria dos asteróides encontra-se entre as órbitas de Marte e de Júpiter. Também são designados por planetas menores.
2002 EM7, que mede cerca de 70 metros de diâmetro, passou no dia 8 de Março a apenas 461.000 quilómetros da Terra, segundo confirmou a União Astronómica Internacional
International Astronomical Union (IAU)
A União Astronómica Internacional foi fundada em 1919, tendo por missão promover, coordenar e salvaguardar a Ciência da Astronomia, em todos os aspectos, através de colaboração internacional. Conta com mais de 8 300 membros individuais, e ainda com 66 países membros. É a entidade internacionalmente reconhecida como autoridade para a atribuição de designações de objectos celestes e de quaisquer características à sua superfície, como por exemplo crateras e vulcões.
, sem que os astrónomos se tenham apercebido da sua aproximação. De facto, a passagem deste astro só foi notada 4 dias depois, devido ao facto do asteróide ter vindo de uma direcção muito próxima da direcção do Sol
Sol
O Sol é a estrela nossa vizinha, que se encontra no centro do Sistema Solar. Trata-se de uma estrela anã adulta (dita da sequência principal) de classe espectral G. A temperatura na sua superfície é aproximadamente 5800 graus centígrados e o seu raio atinge os 700 mil quilómetros.
. Este objecto, ligeiramente maior que aquele asteróide que terá arrasado uma vasta região na Sibéria em 1908, é um dos 10 asteróides conhecidos que mais se aproximaram da Terra.

O asteróide 2002 EM7 possui uma órbita
órbita
A órbita de um corpo em movimento é a trajectória que o corpo percorre no espaço.
elíptica, o que significa que voltará a aproximar-se da Terra, talvez numa rota de colisão. Astrónomos do Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA
National Aeronautics and Space Administration (NASA)
Entidade norte-americana, fundada em 1958, que gere e executa os programas espaciais dos Estados Unidos da América.
calculam que o asteróide poderá voltar a aproximar-se da Terra em 2093, mas explicaram que, neste caso, as possibilidades de impacto serão de uma em 10 milhões. Cálculos efectuados indicam que a colisão de um asteróide com menos de 100 metros libertaria a energia equivalente à de uma pequena bomba atómica.

Numerosos geólogos e astrónomos admitem que foi o impacto de um grande asteróide que extinguiu os dinossauros e boa parte da vida no planeta
planeta
Um planeta é um objecto que se forma no disco que circunda uma estrela em formação e cuja massa é superior à de Plutão (1/500 da massa da Terra) e inferior a 10 vezes a massa de Júpiter. Ao contrário das estrelas, os planetas não produzem luz, apenas reflectem a luz da estrela que orbitam.
há 65 milhões de anos. Se esta hipótese estiver correcta, um asteróide ou um cometa
cometa
Os cometas são pequenos corpos irregulares, compostos por gelos (de água e outros) e poeiras. Os cometas têm órbitas de grande excentricidade à volta do Sol. As estruturas mais importantes dos cometas são o núcleo, a cabeleira e as caudas.
com várias centenas de metros de diâmetro poderá ter colidido com a Terra, possivelmente na península do Iucatão, no México, provocando um cataclismo cuja nuvem de poeira alterou todos os ecossistemas do planeta. A famosa cratera do Arizona, produzida provavelmente pelo impacto de um asteróide há cerca de 25.000 anos, recorda igualmente que a Terra não está a salvo da colisão com objectos provenientes do espaço.

Contudo, dispomos actualmente de métodos fiáveis que permitem seguir a trajectória de milhares de cometas e asteróides, e os cientistas asseguram não estar previsto qualquer encontro, pelo menos durante os próximos vários milhares de anos. O asteróide 2002 EM7 apanhou-nos de surpresa e é mais um alerta para os perigos que enfrentamos.